Sobreviventes do Rali Dakar 2016, Franciosi/Gugelmin enfrenta altitude e neve para chegar à Bolívia

A chegada da dupla João Franciosi e Gustavo Gugelmin na Bolívia não foi das mais tranquilas: chuva, pedras, geada, neve e altitude foram os principais problemas da dupla, última representante da Equipe Mitsubishi Petrobras no Rali Dakar

Já não fossem suficientes as dificuldades naturais de um rali, o Dakar sempre tem ingredientes que surpreendem os competidores a cada quilômetro. Na etapa desta quinta-feira (7), a primeira na Bolívia, a Equipe Mitsubishi Petrobras enfrentou a altitude de 4.600 metros, o frio e até a neve, que deixaram o trecho muito liso e cheio de dificuldades.
 
João Franciosi e Gustavo Gugelmin completaram os 327 km do trecho cronometrado em 4h11min15, na 31ª posição.
 
"Foi uma especial muito dura, completa, teve de tudo. Começamos por um rio seco, que não estava seco e tinha muita pedra. Ficávamos escolhendo um lugar pra passar. Depois vieram os abismos e a chuva. Depois choveu pedra, nevou e voltou a chover bastante. O bom foi chegar em Uyuni com uma grande recepção do público", descreveu Franciosi, que participa de seu primeiro Rali Dakar
 
O Rali Dakar saiu da Argentina e entrou na Bolívia. O dia teve um total de 642 km com os primeiros trechos fora de estrada, que exigiram muita atenção na navegação.
O clima não era dos melhores na Bolívia (Foto: Mitsubishi)
"Foi uma especial diferente, com muitas condições climáticas em um só dia: neve, chuva, sol, altitude. Mas os dois dias da maratona estão cumpridos. Agora os mecânicos vão dar um trato no ASX Racing para os próximos dias de prova", comentou Gugelmin, navegador da dupla.
 
Devido ao gelo e neve na especial, Carlos Sousa e Paulo Fiuza escaparam em uma curva e caíram em um barranco. O carro ficou preso e não conseguiram mais continuar na prova, sendo obrigados a abandonar a competição.
 
"Tínhamos ultrapassado vários carros e seguíamos em um bom ritmo na especial. Só que, de repente, começou a chover intensamente, depois veio o granizo e o vidro embaçou totalmente, deixando-nos quase sem visibilidade. Diminui o ritmo para o Paulo Fiuza poder limpá-lo, só que, em menos de dois segundos, estávamos com o carro fora de pista, junto a um precipício e pendurados em duas pedras”, recordou Sousa.
 
“O Franciosi ainda tentou nos ajudar, só que na posição em que o carro ficou, não tinha como nos tirar de lá. Com zero grau e a 4.000 metros de altitude, começamos a passar um pouco mal. Foi então que os médicos da prova chegaram e insistiram para abandonássemos o local, porque não nos deixariam passar a noite ali. Fomos de helicóptero até ao acampamento, tristes e desolados pelo desfecho. Mas realmente, este não era mesmo o nosso Dakar", seguiu.
 
O dia será duro para a Equipe Mitsubishi Petrobras na sexta etapa do Dakar, com uma especial longa, de 542 quilômetros. A prova acontece entre 3.500 e 4.200 metros de altitude. O ritmo e o terreno mudam constantemente, alternando-se entre areia e pedras, o que pode ser um dificultador, especialmente em caso de chuva. O destaque fica para o Salar de Uyuni que, além da beleza, terá altas velocidades.
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