Do fogo ao título: como foi a temporada inaugural da MotoE

Quase cinco anos depois do nascimento da Fórmula E, o Mundial de Motovelocidade introduziu em 2019 a Copa do Mundo de MotoE. E, apesar de curtas, a série das motos elétricas entregou corridas boas em sua temporada inaugural

Ainda que aos trancos e barrancos, a Copa do Mundo de MotoE se tornou realidade em 2019. Quase cinco anos depois do debute da Fórmula E, Dorna e FIM (Federação Internacional de Motociclismo) se uniram para colocar na pista uma série de motos elétricas e, apesar dos problemas que marcaram a temporada, Matteo Ferrari sai campeão de uma categoria com boas ― ainda que curtas ― corridas.
 
O primeiro ano da Copa começou para lá de tumultuado. Em março passado, às vésperas da estreia do campeonato, todas as motos do grid foram destruídas em incêndio em Jerez de la Frontera. Era a primeira vez que as 18 Ego Corsa da Energica estavam reunidas.
 
A fábrica italiana, então, teve de correr contra o tempo para produzir as novas motos, mas o revés provocou uma alteração no calendário, com a primeira corrida sendo adiada de maio para julho. Assim, Jerez e Le Mans ficaram de fora da programação, que começou apenas em Sachsenring.
Mike di Meglio (Foto: Divulgação/MotoE)
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Apesar da correria, a Energica conseguiu produzir as motos e o campeonato pôde, enfim, começar. Como era de se esperar, a primeira corrida contou lá com seus problemas, especialmente na classificação, quando alguns pilotos foram eliminados por terem entrado na pista antes ou depois da hora. 
 
A corrida na Alemanha, todavia, não transcorreu de forma tranquila, já que teve de ser encerrada mais cedo por conta de um acidente que furou o air-fence. Na Áustria, a moto de Niki Tuuli pegou fogo nos boxes, num incidente que não teve maiores repercussões para a corrida que teve de ser encurtada por causa da chuva.
 
As coisas, então, entraram no normal. Apesar dos altos e baixos, uma coisa é certa nesta primeira temporada: a MotoE oferece, sim, um bom entretenimento. È fato que o som não é dos mais agradáveis, mas tampouco compromete a diversão. Basta que o espectador esteja disposto e ciente de que se trata de uma competição diferente daquelas que utilizam os tradicionais motores à combustão.
 
Em termos de competitividade, o grid que reúne pilotos de experiência comprovada com novatos conseguiu chegar à etapa final com o campeonato não só aberto, mas também com 12 pilotos ainda com chances matemáticas de conquistar o título ― afinal, restavam 50 pontos em disputa na rodada dupla.

Em Valência, a corrida 1 manteve Ferrari na liderança, mas reduziu a apenas dois os postulantes ao título: o #11 e Bradley Smith. O britânico teve uma ótima atuação na corrida, mas acabou batido por Eric Granado. Assim, com um quinto lugar na corrida 2, Matteo conquistou a taça com 11 pontos de frente para o #38.

Ao fim desta primeira temporada, fica claro que a MotoE ainda tem muita coisa a melhorar, mas muito disso gira em torno da evolução da própria tecnologia. E é fato que as motos elétricas ainda não estão no nível dos carros ― veja a duração das baterias, por exemplo. 

 
Ainda assim, Dorna e FIM acertaram ao dar vida ao campeonato elétrico e, ao menos nessa primeira temporada, mesmo com problemas e detalhes que precisam melhorar, a Copa do Mundo de MotoE fecha sua temporada inaugural com um balanço positivo, mas ainda desconectada do restante das categorias do Mundial de Motovelocidade. Até porque, nem mesmo o serviço de streaming oficial do campeonato oferece uma ampla cobertura do certame.
 
Vamos ver o 2020 trará para a MotoE, mas, a julgar pelas boas corridas deste ano, vale a pena dar uma nova chance.
 
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