Coluna Wild Card, por Juliana Tesser: Façam suas apostas

Desempenho impecável de Jorge Lorenzo neste início de temporada coloca espanhol como favorito ao título da MotoGP. Na Honda, Daniel Pedrosa segue perdendo para Casey Stoner. Na Ducati, a coisa vai de mal a pior

O GP dos Estados Unidos, realizado no último domingo (29) em Laguna Seca, marcou a metade da temporada de 2012 da MotoGP. E o que se viu até aqui foi um Jorge Lorenzo impecável.

Com exceção da etapa de Assen, quando foi derrubado por Álvaro Bautista ainda nos metros iniciais, o espanhol completou todas as provas em uma das duas primeiras posições do pódio, o que rendeu a ele 205 pontos, 23 a mais que o vice-líder Daniel Pedrosa.

Pode ser cedo para isso, mas me arrisco a dizer que o título deste ano ficará nas mãos da Yamaha. O de pilotos, ao menos, já que Ben Spies não tem sido de grande ajuda na competição entre fábricas.

Na garagem da Honda, apesar de a tabela dizer o contrário, Pedrosa não está conseguindo se impor. Em confrontos diretos, o espanhol tem perdido seguidamente para Stoner, que não tem grandes problemas para ultrapassar o companheiro de HRC.

É, Stoner é um piloto melhor, mas se Dani tem como objetivo ser campeão mundial, é melhor apertar o passo. Se é verdade que Marc Márquez pode não mostrar o mesmo desempenho da Moto2 na classe rainha, não é menos verdade que ficará feio para o Dani apanhar de um novato.

A aposentadoria de Stoner salvou o emprego de Pedrosa na Honda de fábrica, mas ele não pode ficar eternamente contando com a sorte. Ou melhora ou passa a se preparar para a aposentadoria.
 

Desempenho dominante coloca Lorenzo como favorito ao título de 2012 (Foto: Yamaha)

As coisas na Tech 3 vão muito bem, obrigada. O time de Hervé Poncharal acertou em cheio ao assinar com Andrea Dovizioso. Experiente, o italiano tem feito um ótimo trabalho no time privado, mas ainda não se sabe quais serão os frutos deste trabalho para as ambições do piloto em relação a uma vaga em um time de fábrica em 2013.

No momento, Andrea só pode esperar e rezar: esperar pela decisão de Valentino Rossi e rezar para que o conterrâneo decida permanecer com a Ducati.

Cal Crutchlow, por outro lado, não conseguiu transformar seus bons momentos em resultados e tem ficado para trás.

Em Borgo Panigale as coisas vão de mal a pior. O time vermelho empacou com aquela moto mais ou menos e não parece saber como sair do outro lado.

A chegada da Audi – que comprou a Ducati – pode servir para dar uma injeção de ânimo nos italianos ou, pelo menos, de dinheiro, mas se deixarem a programação nas mãos de Filippo Preziosi, melhor apostar em uma boa moto só em 2015.  Além de teimoso, o chefe técnico da Ducati não é lá dos mais apressados e fala em motor novo para daqui um ano, ou seja, adeus ao campeonato de 2013.

Nos últimos dias têm se falado muito sobre uma visita de Masao Furusawa à sede da Ducati. Seria ótimo, mas o jornalista nipônico Akira Nishimura chamou atenção para um ponto importante. O pai da M1 é japonês e o ponto de vista dos orientais sobre lealdade é diferente do nosso.

Furusawa construiu sua carreira – e sua reputação – na Yamaha e não vai deixar a aposentadoria para trabalhar por uma concorrente. Nem mesmo para ajudar um grande amigo.

Se perderem Rossi, a coisa fica ainda pior em Bolonha. Claro, sair afetaria a reputação de Valentino, mas também não vai ficar lá muito bonito para a Ducati ter uma moto tão ruim que nem um dos maiores pilotos da categoria conseguiu andar.

‘Ah, mas o Stoner conseguiu’, me lembraria alguém. Sim, e se alguém encontrar com ele por aí, lembre de perguntar como, já que ele é um em um milhão. O objetivo de nenhuma fábrica é construir uma moto para um único cara.

Aliás, muito esperta essa ideia da Ducati de fazer um ‘Junior Team’. Acho que Andrea Iannone e Scott Redding são ótimos candidatos e, quem sabe, alguém menos experiente consiga se entender com a moto.

Álvaro Bautista não está nenhuma maravilha na Gresini. Ao contrário. E sua posição na equipe já está ameaçada. A San Carlo, principal patrocinadora do time, quer um italiano e o espanhol não está se ajudando.

Na LCR, Stefan Bradl tem feito um bom trabalho. O germânico conseguiu alguns resultados fortes, como o quarto lugar na Itália. Stoner diz que foi porque ele cometeu alguns erros e eu acho que o australiano não passou na fila da modéstia, mas…

Da Pramac não dá para esperar muita coisa. Eles estão com uma Ducati GPZero, que é algo entre a moto do ano passado e a deste, e agora tem Hector Barberá arrebentado.

Eles chamaram Toni Elías para substituir o espanhol em Laguna. Como diz um sábio colega de Grande Prêmio, o difícil de Elías é que ele fica pouco tempo na pista, aí não dá para ver o talento dele, ou seja…

Tem também a AB do Karel Abraham. Bom, esse tá fazendo o que sempre fez. Ou talvez não, já que ele não correu boa parte da temporada.

E aí restam as CRT, mas elas são café com leite.

Acho que não fica difícil de entender o motivo de eu apostar no Lorenzo, né?! Quer dizer, eu estou tentando ganhar alguma coisa este ano além de par ou ímpar.

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