Com futuro incerto, Zarco se vê “doido o bastante para decidir o que ninguém decidiria”

Às vésperas do GP da Grã-Bretanha, Johann Zarco voltou a afirmar que, se ficasse na KTM, seria apenas por dinheiro, algo que ele não gostaria de fazer. Francês avaliou que a relação com a marca austríaca mostra que ele ainda é doido o suficiente para tomar decisões que ninguém mais tomaria

Johann Zarco voltou a explicar sua decisão de encerrar prematuramente seu vínculo com a KTM. O francês destacou que não queria seguir no time apenas por dinheiro e considerou que ainda é “doido o bastante” para tomar uma decisão inesperada.
 
Durante o fim de semana na Áustria, Zarco se reuniu com a cúpula da KTM e pediu por uma rescisão amigável de contrato. O pedido foi atendido pela fábrica de Mattighofen, que vai procurar outro piloto para formar par com Pol Espargaró em 2020.
 
“Era sábado na Áustria quando falei com os chefes da KTM. Disse que precisávamos nos ver e aí anunciei”, contou Zarco. “Eu disse para a KTM, sendo honesto, que se eu aceitasse terminar em 15º só para fazer o trabalho, significaria que estou pilotando apenas pelo dinheiro deles e não quero fazer isso”, seguiu.
Johann Zarco (Foto: Red Bull Content Pool)
Johann admitiu que a saída precoce deixa uma imagem de fracasso, mas avaliou que a carreira corria um risco maior com um segundo ano a bordo da RC16.
 
“A sensação era de que se eu continuasse no próximo ano e não conseguisse resultados melhores, eu não só falharia neste projeto, mas falharia na minha carreira”, explicou. “Então esse era o maior medo. Foi por isso que preferi ter a oportunidade de fazer alguma outra coisa no ano que vem ao invés de esperar mais um ano”, justificou.
 
“Eu falei com as pessoas ao meu redor, Jean-Michel [Bayle, ex-piloto de motocross escalado pela KTM para ajudar Zarco] também, mas todos diziam: ‘Não podemos escolher por você’”, contou. “Se você tem a escolha entre não ter nada ou continuar na MotoGP com um bom salário, qual você escolheria? Logicamente, você escolheria seguir na MotoGP. Mas eu estava me sentindo mal e disse: ‘Não, não posso. Não é dessa forma que quero correr’”, continuou.
 
Ainda, o bicampeão da Moto2 considerou que sua falta de entrosamento com a RC16 também representava um risco.
 
“Quando digo que era até perigoso é porque eu chegava com a melhor motivação todo fim de semana e depois de algumas saídas com a moto, eu não me sentia bem, porque eu estava tentando resolver os meus problemas, mas não encontrava nenhuma solução. Então não sabia o que fazer”, comentou. “O que poderia se tornar perigoso é que eu pensava até como pilotar a moto e, nessa velocidade, você normalmente só tem de tomar a decisão e tomar a decisão certa. Se você começar a pensar demais em qual decisão tomar, você não pode ser rápido”, avaliou.
 
Com oito corridas pela frente de 2019, Johann voltou a reforçar que segue comprometido com a KTM.
 
“Numa moto de MotoGP, você não pode estar pela metade, você tem de dar tudo ou, do contrário, não vá para a moto. É assim que eu sou e estava dando tudo de mim do início do ano até aqui”, garantiu. “Mas nas últimas corridas, eu estava dando tudo de mim e era como se tivesse um freio de mão dentro de mim. Então vamos ver o que acontece agora que eu soltei esse freio de mão. Como profissional, ainda estou pronto para ir para a pista e dar o meu melhor”, falou.
 
Por fim, ao ser questionado se tira algo positivo dos últimos dez meses, Zarco respondeu: “Sim. O lado positivo é que ainda sou doido o bastante para tomar uma decisão que ninguém mais tomaria! Isso pode ser algo necessário se você realmente confia no que quer”.
 

O GP da Grã-Bretanha de MotoGP está marcado para o domingo, às 9h (de Brasília). Acompanhe aqui a cobertura do GRANDE PRÊMIO.

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