Com gasto de 1% na aerodinâmica, Ducati revela: protesto custou mesmo que cinco dias no túnel de vento

Gigi Dall'Igna se pronunciou após a decisão favorável à Ducati quanto a investigação contra seu defletor. O chefe da equipe afirmou em coletiva de imprensa que o orçamento para a aerodinâmica é mínimo, e que o gasto com todo o processo seria aproximadamente cinco dias de trabalhos no túnel de vento

Gigi Dall’Igna se pronunciou sobre a decisão da investigação contra a Ducati. Após a decisão favorável para a equipe, o dirigente falou, em uma coletiva na Argentina, sobre os gastos com o processo, dos ganhos com o dispositivo e até mesmo sobre aerodinâmica.
 
No GP do Catar, a equipe italiana apresentou um defletor na frente do pneu traseiro com o objetivo de resfriamento. Entretanto, Honda, Aprilia, KTM e Suzuki apresentaram uma apelação formal contra a peça, alegando fugir do regulamento.
 
Após o primeiro protesto ter sido rechaçado, as quatro fábricas levaram para a Corte de Apelações. Então, 16 dias depois, o resultado saiu, com a vitória de Andrea Dovizioso mantendo a vitória e o time sendo liberado para usar o dispositivo para o restante do ano.
 
Ao explicar, mais uma vez, sobre o defletor, Gigi afirmou que “trabalha colocando um pouco de ar no pneu traseiro e os resultados de nossos testes, no teste do Catar antes da corrida, é que podemos reduzir a temperatura do pneu em algo como 7ºC em média.”
No destaque, o polêmico defletor da Ducati (Foto: Ducati/ Arte: Rodrigo Berton)

“Isso é, para a opinião da Ducati, um importante resultado em termos de desempenho da moto. Também, o spoiler de água que a Yamaha usou no final do último ano tinha esse efeito secundário, com certeza. Em nosso caso, acredito que podemos dizer que você tem mais ou menos 3, 4 newtons a 180 km/h, 300g mais ou menos”, seguiu.
 

“Honestamente falando, não fizemos nenhum teste no túnel de vento, pois nosso objetivo não era o downforce. Era apenas o efeito termal no pneu traseiro. Então produzimos nossos resultados em termos de testes, durante os ensaios no Catar, com o teste apropriado na moto, e em nossas simulações em termos de coeficiente de temperatura no pneu traseiro.”
 
O veredito provou que a Ducati “leu e interpretou as regras de uma maneira apropriada. Não é apenas o ponto de vista do diretor-técnico, mas também da Corte de Apelação, que teve a possibilidade de ler não apenas nossos documentos, mas também os documentos de nossos adversários”, completou.
 
Sobre a área de aerodinâmica, Dall’Igna afirmou que o investimento da Ducati é mínimo e que o que foi gasto com todo o processo é metade desse orçamento interno. “A Ducati Corse gasta apenas 1% de nosso orçamento em aerodinâmica. Então, se cortamos algo, seria ridículo em comparação com os outros gastos da MotoGP”, explicou.
 
“Nós gastamos, com o advogado e tudo da Corte de Apelação, algo equivalente a cinco dias no túnel de vento. Em 2018, nós desenvolvemos nossa carenagem, nossa moto com dez dias no túnel de vento. Então, 50% do orçamento aerodinâmica para o túnel de vento se foi apenas na Corte de Apelação”, seguiu.
 
E de onde surgiu a ideia de criar o defletor? O dirigente da Ducati afirmou que se inspirou em uma peça usada pela Yamaha em Valência. “A Ducati teve essa ideia copiando a Yamaha”, contou.
O dispositivo apresentado pela Ducati (Foto: Reprodução)
“Porque a Yamaha usou um sistema como esse em Valência e talvez antes também em alguns treinos, mas com certeza durante a corrida em Valência. Então a Ducati teve essa ideia de ver o que os outros adversários estavam fazendo. Então acredito que os outros irão nos copiar”, pontuou.
 
Por fim, Gigi ressaltou que não ficou satisfeito em revelar seus estudos, dizendo que “penso que com certeza isso não é justo e não é a melhor maneira de fazer as coisas no esporte a motor.”
 
Entretanto, está disposto a deixar tudo para trás, deixando aberta a porta para futuras discussões com as demais fábricas da categoria. “Nós na Ducati acreditamos que agora precisamos fechar esse capítulo e olhar para frente para tentar estar mais próximos de nossos adversários”, disse.
 
“Com as outras fábricas no MSMA, para desenvolver o máximo possível o campeonato e, se possível, para resolver ou mudar qualquer regra que não está escrita propriamente ou pode ser melhor escrita. Estamos sempre abertos para discussão com nossos adversários sobre isso”, emendou.
 
“Estou aqui para desenvolver a moto, e a Ducati está aqui para desenvolver a moto e melhorar seu conhecimento em veículos dinâmicos, eletrônicas e aerodinâmicas. Então temos que desenvolver. Esse é nosso trabalho a cada corrida”, concluiu.
 
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