Contraprova confirma doping. Mas Iannone diz ter “consciência tranquila”

Ao jornal italiano ‘La Gazzetta dello Sport’, o advogado de Andrea Iannone confirmou que a contraprova solicitada pelo piloto confirma o doping. Suspenso pela FIM (Federação Internacional de Motociclismo) desde dezembro, o italiano reafirmou que está com a consciência tranquila

Andrea Iannone não conseguiu se livrar do caso de doping. Ao jornal italiano ‘La Gazzetta dello Sport’, o advogado do piloto da Aprilia confirmou que a contraprova também deu positivo para o uso de esteroides anabolizantes.
 
No último dia 17 de dezembro, a FIM (Federação Internacional de Motociclismo) anunciou a suspensão provisória de Iannone após o #29 testar positivo em um exame feito em 3 de novembro, no GP da Malásia de MotoGP. A entidade máxima do esporte falou em uma “substância não especificada nos termos da seção 1.1.a) esteroides androgênicos anabólicos exógenos (AAS)”.
 
Andrea, então, solicitou a análise da amostra B, mas o exame feito em um laboratório credenciado pela WADA (Agência Mundial Antidoping) também constatou o uso de anabolizantes, ainda que em valores baixos. 
Andrea Iannone (Foto: Reprodução)
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“A contraprova deve atestar a presença de metabolitos iguais a 1.150 nanogramas por mililitro, uma pequena quantidade, considerando também que o piloto estava na Ásia há mais de um mês e que o teste, realizado imediatamente após o GP, era relativo a uma amostra de urina muito densa, igual a 1.024, devido à forte desidratação do piloto”, explicou Antonio De Rensis, advogado de Iannone. “É um fato que nos conforta com a tese de contaminação alimentar, também porque os esteroides são tomados em ciclos longos e não ocasionais”, seguiu.
 
De acordo com o site italiano ‘Corse di Moto’, a substância encontrada na urina do #29 é a drostanolona, um esteroide anabolizante injetável derivado do DHT. Usada no tratamento de alguns casos de câncer de mama, a drostanolona é muito comum em fisiculturismo, já que é eficaz no crescimento muscular. 
 
A drostanolona, aliás, é a mesma substância encontrada em Anderson Silva, lutador do UFC, num exame feito em 2015. A droga, descoberta em 1950, pode causar impotência, infertilidade e acne, além de aumentar o risco de câncer de próstata, de problemas cardíacos e de trombose.
 
Em uma declaração à ‘La Gazzetta dello Sport’, Iannone lembrou que as motos são sua vida e, portanto, ele não arriscaria seu futuro.
 
“Quando você tem a consciência tranquila, podem apontar o que quiserem, mas não me sinto apontado. Se as pessoas querem falar, que falem”, declarou Andrea. “A moto é a minha vida. Seria estúpido da minha parte arriscá-la assim”, resumiu.
 
Agora, o caso de Iannone depende da Comissão Disciplinar Internacional, que tem 45 dias para decidir se mantém ou anula a punição. Andrea tem, também, a opção de recorrer ao TAS, o Tribunal Arbitral do Esporte. 
 
Ainda assim, os prazos são bastante apertados para que Andrea possa estar na pista com a Aprilia para os testes de Sepang, que acontecem entre 7 e 9 de fevereiro.
 
A defesa do piloto trabalha com a possibilidade de ele ter sido contaminado por conta da carne consumida nas semanas entre os GPs da Tailândia e da Malásia. Além de Iannone, outros oito pilotos foram testados em Sepang ― Romano Fenati, Ai Ogura, Marcos Ramírez, Remy Gardner, Joe Roberts, Xavi Vierge, Jorge Lorenzo e Marc Márquez ―, todos com resultado negativo.
 
Ainda que a ingestão do esteroide tenha sido acidental, isso não necessariamente isenta Iannone de punição. Caso mais recente de doping no motociclismo de pista, Anthony West cumpre um gancho de dois anos, apesar de ter uma testemunha que alega ter colocado cocaína na bebida do australiano sem que ele soubesse.
 
Se Iannone não puder voltar às pistas, Bradley Smith é um dos favoritos a substituí-lo na pré-temporada. Alguns rumores apontam, também, a possibilidade de Karel Abraham testar ao lado de Aleix Espargaró. 
 

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