Dorna enquadra Suzuki e diz que contrato proíbe decisão unilateral de sair da MotoGP
Responsável por organizar a MotoGP, a Dorna aproveitou a manhã da terça-feira para falar sobre o caso Suzuki. Reforçou que outras fábricas estão interessadas
A Dorna, organizadora da MotoGP, reagiu às informações da última segunda-feira sobre a saída da Suzuki da categoria no final da temporada 2022. Em comunicado divulgado na manhã desta terça-feira (3), a companhia afirmou ter entrado em contato com a fábrica japonesa para lembrar que, por força do contrato, não é possível definir pela saída da MotoGP de forma unilateral.
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Embora a decisão de deixar o grid ainda não tenha sido informada oficialmente, a imprensa europeia em peso informou que a Suzuki aproveitou o teste coletivo em Jerez, no dia seguinte do GP da Espanha, reuniu os funcionários no paddock e comunicou a decisão de sair da MotoGP.
De acordo com o site inglês The Race, a decisão veio da matriz no Japão e não teve nenhum controle da equipe propriamente dita. Seria até um contrassenso, visto que contratou Livio Suppo para ser o chefão no começo deste ano. A Suzuki foi campeã em 2020 e, no início de 2021, renovou o contrato com a Dorna até a temporada 2026.

No comunicado contundente que soltou, a Dorna diz que as coisas não podem ficar resolvidas desta maneira. Reafirmou, contudo, que outras fábricas e equipes independentes podem assumir a brecha aberta pela Suzuki, caso a saída se confirme.
“Após os rumores recentes de que a Suzuki está de saída da MotoGP ao fim de 2022, a Dorna Sports entrou em contato com a fábrica para lembrar que as condições do contrato com a MotoGP não permitem que eles tomem essa decisão unilateralmente”, disse a Dorna.
“De qualquer maneira, caso a Suzuki decide partir após um acordo entre as duas partes, a Dorna tomará uma decisão sobre o número ideal de pilotos e equipes na classe da MotoGP a partir de 2023”, seguiu.
“A Dorna continua a receber altos níveis de interesse tanto de algumas outras fábricas quanto de equipes independentes dispostas a entrar no grid da MotoGP conforme o esporte continua a estabelecer um exemplo internacional de competição próxima, inovação e entretenimento, alcançando centenas de milhões de fãs ao redor do mundo. O interesse destes atores foi reiterado nas últimas 24 horas”, finalizou.
Entenda mais sobre a saída da Suzuki:
A saída do Mundial ainda não foi anunciada oficialmente, mas já foi confirmada por diferentes veículos da imprensa internacional. O site espanhol Motorsport foi o primeiro a noticiar, seguido pelo britânico Autosport. A informação foi confirmada também por fontes da Suzuki ao site The Race. O anúncio da fábrica japonesa é aguardado para as próximas horas ou até na manhã de terça-feira.
Saídas intempestivas, aliás, parecem ser um hábito na Suzuki. Em 2011, por conta dos impactos da crise econômica da época, os japoneses anunciaram o fim da primeira passagem pela MotoGP depois até de contratar pilotos para o ano seguinte. Desta vez, o cenário é diferente.
Dona de um dos menores orçamentos do Mundial, a Suzuki ainda não tinha renovado os contratos de Joan Mir e Álex Rins, mas Suppo vinha falando abertamente sobre a possibilidade de manter os dois pilotos com a equipe.
Agora, Mir e Rins ficam a pé para 2023. Restam, entretanto, muitas vagas ainda em aberto, já que poucos pilotos tiveram os contratos renovados, como é o caso de Francesco Bagnaia na Ducati, Marc Márquez na Honda, Franco Morbidelli na Yamaha e Brad Binder na KTM.
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Além de dar tempo aos pilotos para buscarem uma nova vaga, o anúncio antecipado também vai facilitar a realocação de todos os profissionais que ficarão sem emprego com a saída da Suzuki do campeonato.
Segundo o site italiano GPOne, o presidente da Suzuki, Hiroshi Tsuda, gostaria de permanecer na MotoGP, mas foi voto vencido no conselho administrativo por conta do impacto econômico da pandemia de Covid-19 e também da guerra entre Rússia e Ucrânia.
Recém-empossado no cargo de chefe da equipe, Suppo ficou em silêncio nesta segunda-feira ao ser questionado sobre a notícia da saída do Mundial.
“Sem comentários. Espero que vocês entendam a minha situação. Tenha uma boa noite”, disse ao site italiano o dirigente, que saiu da aposentadoria para assumir o comando da equipe no início deste campeonato.
Após a última retirada, a Suzuki retornou à MotoGP em 2015, período em que conquistou cinco vitórias, uma pole, 36 pódios e um título. Neste período, a marca foi liderada principalmente por Davide Brivio, que partiu para a Fórmula 1 para trabalhar com a Alpine após a temporada 2020.
A MotoGP volta às pistas no próximo dia 15 de maio para o GP da França, em Le Mans, sétima etapa da temporada 2022. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade 2022.
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