Ducati domina primeiro dia em Austin com Martín. Mas Rins faz Honda de infiltrada

Em um território conhecido pelo domínio de Marc Márquez, a Honda não fez exatamente feio no primeiro dia em Austin, mas quem reinou mesmo foi a Ducati, que colocou quatro das oito motos que tem no grid no top-5 da MotoGP. Uma das exceções, porém, foi justamente Marco Bezzecchi, o líder do Mundial

Marc Márquez fora do GP das Américas e de ‘meia’ MotoGP

Tradicional rainha do Circuito das Américas, a Honda foi apenas uma infiltrada no que se converteu em um território da Ducati nesta sexta-feira (14). Dona de sete vitórias nas nove corridas disputadas em Austin, a montadora da asa dourada se viu mais uma vez sem Marc Márquez, mas nem por isso ficou sem um momento de desataque.

Fazendo jus ao mote do Texas, Álex Rins foi a estrela solitária da Honda em um top-5 dominado pela Ducati. Vencedora do GP das Américas com Enea Bastianini e a Gresini no ano passado, a montadora de Borgo Panigale fechou o dia na liderança com Jorge Martín, que cravou 2min02s178, só 0s063 mais rápido do que Francesco Bagnaia. O titular da LCR Honda não ficou muito mais atrás, apenas 0s217 mais lento que o ponteiro. As outras duas Desmosedici no top-5 foram as de Luca Marini e Álex Márquez.

Jorge Martín está doente em Austin (Foto: Pramac)

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Em busca de repetir a vitória que conseguiu apenas na temporada 2021 — no GP da Estíria —, Martín abriu o fim de semana nos Estados Unidos com o pé direito. Não em todos os aspectos, porém. Em termos de saúde, Jorge não está 100%, já que tem febre e uma forte dor de garganta.

“Estou muito fraco. Depois de duas voltas, fico destruído”, revelou. “Tenho confiança, tentei e funcionou. Mas não posso dar duas voltas seguidas, porque estou muito fraco e tomando antibióticos”, detalhou.

“Espero estar melhor amanhã e no domingo. Quase bem”, torceu.

Martín foi quem primeiro colocou pneus novos para buscar tempo na reta final da classificação, mas, depois, os demais o alcançaram, o que forçou um segundo pit-stop. Ainda assim, o #89 respondeu e voltou ao comando.

“As ondulações estão piores do que no ano passado, e eles simplesmente acabaram de arrumar a curva 10. Tem muitas curvas em que agora têm ondulações. A curva 19 é brutal, e a primeira, também. Chego ao limite da suspensão”, apontou.

Mesmo doente, Martín cumpriu a meta que tinha traçado para esta sexta-feira: assegurar a vaga direto no Q2.

“Estou contente. Agora só falta me sentir melhor”, resumiu. “Até a penúltima saída, não tinha dado duas voltas seguidas. De manhã me senti acabado na moto, mas também porque eu estou doente. Pouco a pouco, rodando e dando voltas, encontrei o caminho”, completou.

Campeão vigente, Bagnaia desembarcou em território texano mordido pela queda no GP da Argentina, quando rodava sozinho na segunda colocação. O #1 foi para a terceira etapa de 2023 disposto a buscar a revanche e, ao menos até aqui, mostrou boa forma.

“Foi um bom primeiro dia. Estou feliz, pois trabalhamos muito bem. Nos concentramos no pneu médio, que, com certeza, tem menos aderência que o macio, mas faz você trabalhar em uma pista como esta”, considerou. “Não esperava um passo tão grande na aderência quando mudei para o macio e, por isso, será importante usá-lo por algumas voltas amanhã de manhã. Conseguimos encontrar um bom compromisso, com uma moto que é boa na freada, mas também em dirigibilidade. Ainda nos falta alguma coisa, mas o balanço do primeiro dia é muito positivo”, falou.

Questionado sobre o que ainda falta, Pecco respondeu: “Principalmente na freada, porque aqui você tem de focar na dirigibilidade e é preciso tirar algo na freada. Depois, com os buracos que existem, é muito difícil ser consistente. Mas é igual para todos e amanhã de manhã ainda temos meia hora para trabalhar e entender tudo”.

Ainda, o piloto de Torino indicou quem espera como adversários para este fim de semana de GP das Américas.

Álex Márquez foi rápido hoje, mas eu esperava, porque ele tem o mestre desta pista em casa e isso ajuda”, palpitou. “De qualquer forma, me pareceu que todos foram muito consistentes, até Marini, então as Ducati, em geral, foram bastante rápidas”, comentou.

Bagnaia, porém, deixou clara a insatisfação com as condições do asfalto texano.

“A Comissão de Segurança será longa esta noite, porque a pista está pior do que no ano passado. São quatro asfaltos diferentes e não é normal neste nível”, criticou. “Será perigoso, especialmente no molhado. Gostaríamos que eles nos ouvissem um pouco mais, mas não consigo entender de onde tem de vir o pedido. No entanto, estamos dando passos adiante enormes em termos de segurança e isso não é fácil”, acrescentou.

Rins, por outro lado, assumiu um incomodo com o tratamento que tem recebido da Honda, pois se sente subaproveitado. Depois de falar fora da pista, o espanhol aproveitou a falar dentro dela também. A segunda melhor Honda foi a de Joan Mir, que ficou em 12º, com Takaaki Nakagami em 13º. Substituto de Marc Márquez, Stefan Bradl aparece apenas em 20º.

“Este circuito é muito diferente com esta moto em comparação com a Suzuki”, comparou Rins. “Já demos um passo adiante na Argentina. É preciso de um pouco de tempo para alguém se adaptar com uma nova moto depois de seis anos com outra diferente”, defendeu.

“Mas é preciso seguir dando passos. Mais do que surpreso, estou contente”, desabafou. “Estamos trabalhando bem e esse resultado é a base de trabalho. Este tempo não vem porque gosto da pista”, salientou.

Luca Marini comandou o primeiro treino do dia, mas acabou em quinto no resultado combinado, 0s238 atrás do ponteiro.

Luca Marini ainda quer completar o teste dos pneus (Foto: VR46)

“Foi um grande dia, uma bela sexta-feira”, declarou Marini. “Ficamos sempre na frente e isso é positivo. Estamos trabalhando e, no TL3, vamos testar também o composto médio com o qual Pecco foi muito forte, ainda que eu saiba que ele prefere o macio. Precisamos decidir que pneu usar na dianteira, pois não fui perfeito com o duro”, assumiu.

“De qualquer forma, vamos testar para ver se existe a possibilidade de usá-lo na corrida longa”, disse. “Em termos de acerto, demos um passo à frente. Voltamos ao acerto base do teste de Portimão e imediatamente me senti bem. Vamos ficar focados. Amanhã, como sempre, será um dia chave”, completou.

Álex Márquez, que assim como o titular da VR46 usa uma Desmosedici GP22, voltou a exibir uma boa performance neste primeiro ano com a Gresini, com a melhor volta em 2min02s682.

Álex Márquez ficou satisfeito por garantir vaga direto no Q2 (Foto: Gresini)

“A passagem direta para o Q2 foi um dos meus pontos fracos neste início de temporada e conseguimos resolver isso hoje”, destacou Álex. “Fiz uma boa volta, sozinho, e isso é realmente importante em termos de confiança, pois agora sabemos que podemos estar entre os mais rápidos já na sexta-feira”, seguiu.

“Falando de forma geral, fomos competitivos também no treino 1, mas ainda temos de refinar algumas coisas nos últimos dois setores para estar no primeiro grupo”, avaliou.

Atual líder do Mundial, Marco Bezzecchi ficou fora do top-10 combinado por só 0s037. Assim, o #72 terá de passar pelo Q1 no sábado para tentar conseguir uma posição entre os 12 primeiros do grid.

Marco Bezzecchi terá de passar pela primeira fase da classificação (Foto: VR46)

“Em comparação com a Argentina, tivemos um pouco mais de dificuldades, mas é o tipo de sensação que eu já tive nesta pista, que é realmente exigente”, apontou. “Tenho de dizer que, de qualquer forma, fui melhor do que no ano passado, mesmo que a moto esteja muito nervosa e eu esteja sofrendo para ser suave como quero em cima da moto”, continuou.

“O Q2 segue sendo a meta. Temos mais uma sessão a disposição para trabalhar mais na moto”, encerrou.

O terceiro treino da MotoGP para o GP das Américas está marcado para as 12h10 (de Brasília) deste sábado. Já a classificação acontece logo na sequência, às 12h50. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade.

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