Ducati espanta má fase em pleno ‘dia do azar’ e começa GP com pé direito em Valência
Nas mais diversas culturas, sexta-feira 13 é dia considerado de mau agouro, mas a Ducati surgiu forte em Valência, espantando o azar da data para colocar quatro das seis motos no top-10 dos treinos livres combinados
A Ducati escolheu justamente o ‘dia do azar’ para mostrar a força da Desmosedici. Em plena sexta-feira 13, a montadora de Borgo Panigale comandou as atividades da MotoGP com Jack Miller em Valência e ainda viu quatro das seis motos da marca dentro do top-10 em um dia de alta competitividade.
Em diversas culturas, sexta-feira 13 é um dia de mau agouro. Na tradição cristã, a data faz referência à morte de Jesus Cristo. Na mitologia, a relação é com banquete organizado pelo deus Odin, que contou com 12 divindades convidadas e gerou a fúria de Loki, o deus da discórdia e do fogo, que armou uma confusão após ficar de fora da comilança. Ou seja, é uma data que sempre termina em tragédia.
Relacionadas
No entanto, existem outras interpretações para os fatos. De acordo com a numerologia, o 13 não é um número de azar, já que a somatória dos dígitos resulta em quatro, um indício de boa sorte.
Conheça o canal do Grande Prêmio no YouTube.
Siga o Grande Prêmio no Twitter e no Instagram.
Ao que parece, Borgo Panigale faz parte deste segundo grupo, já que não tem muito do que reclamar nesta sexta-feira. Com 1min30s622, Miller assegurou a liderança da MotoGP no combinado dos treinos, 0s091 melhor que Takaaki Nakagami, o segundo colocado. Francesco Bagnaia aparece em terceiro, com Johann Zarco em quinto e Andrea Dovizioso em sexto. 0s608 atrás do líder, Danilo Petrucci acabou em 14º, com Tito Rabat aparecendo como a última Desmosedici, em 20º.
No primeiro dia de treinos no traçado do oeste da Espanha, a MotoGP se mostrou ultra competitiva. Ao todo, foram 19 pilotos afastados por só 0s749, a menor diferença no combinado dos dois primeiros treinos durante todo o ano. Rabat e Lorenzo Savadori foram os únicos mais afastados: 1s436 e 1s771, respectivamente.
Após os treinos, Miller explicou que focou no ritmo de corrida e se mostrou satisfeito com a performance exibida pela Desmosedici.
“No TL1, nunca colocamos um pneu [rápido]. Só trabalhamos no ritmo de corrida. Consegui ser muito consistente, com [1min]31s7, 31s8. De tarde, foi a mesma coisa, só tentando fazer o tempo de volta, tentando ser consistente em termos de ritmo de corrida”, disse Miller. “No fim, é só colocar um pneu macio e fechar os olhos. Me senti confortável, senti que tinha alguma margem, ainda que tenha sentido que meu ritmo de corrida não está muito longe. Ainda tenho alguns lugares em que posso trabalhar, mas, no geral, estou razoavelmente feliz com a volta. Tive alguns momentos aqui e ali, então são alguns lugares em que precisamos trabalhar para amanhã”, frisou.
Questionado se está se sentindo mais confiante em relação a corrida da semana passada, quando recebeu a bandeirada em sexto, Jack respondeu: “A corrida do último fim de semana provavelmente não correu como eu gostaria. Eu tive uma largada ruim, o que é incomum para mim e também para a moto. Fiquei preso no grupo, o que aqui em Valência isso é bem difícil. No final, uma vez que tive pista livre, consegui fazer realmente boas voltas e entender como posso forçar o pneu, entender quanto pneu ainda tinha”.
“Me sinto mais confiante para este fim de semana, especialmente se o clima continuar como está. É tentar fazer uma classificação decente e acompanhar os caras da ponta neste fim de semana”, ponderou.
Segunda melhor Ducati, Bagnaia se mostrou especialmente satisfeito, ainda mais depois das dificuldades enfrentadas nas últimas corridas.
“Estamos em uma pista muito similar a Misano e Jerez, onde estivemos bem, e a aderência é particularmente boa e constante, por isso, posso controlar bem a moto e ter a sensação que me faltava nas últimas corridas. Dei até um suspiro de alívio”, disse Bagnaia à emissora italiana Sky. “O ritmo também é bom. Fomos muito rápidos no segundo treino e, no geral, foi um primeiro dia positivo”, comentou.
“Em Aragão, nós tivemos dois fins de semana muito difíceis. Não esperava, mas não me encontrei com a moto, lutava para tudo. Precisava mesmo começar como hoje. É um grande impulso para a minha confiança e de toda a equipe”, garantiu.
Melhor colocado no campeonato entre os pilotos da Ducati, Dovizioso se mostrou animado com a evolução da Desmosedici, mas sublinhou a importância de fazer uma boa classificação.
“Foi um bom dia. Em comparação com a semana passada, minha sensação com a moto melhorou, e eu pude entender o motivo de não ter sido competitivo nos estágios iniciais da corrida de domingo”, contou Dovi. “Também identificamos alguns setores na pista onde ainda posso melhorar e, se conseguir fazer isso, tenho certeza de que podemos fazer uma boa classificação amanhã e uma boa corrida”, continuou.
“São muitos pilotos rápidos, com ritmo similar ao nosso, então será crucial poder entrar no Q2 e conseguir uma posição nas primeiras filas do grid”, ressaltou.
Além de ter sido um dia positivo para a Ducati, a Honda também andou bem em Valência. Além de Nakagami, que ficou em segundo, Cal Crutchlow fechou o dia com o sétimo tempo. Stefan Bradl foi 13º, enquanto Álex Márquez, que levou dois tombos na sessão vespertina, acabou em 19º.
“Começamos bem tanto no TL1 quanto no TL2. Conseguimos melhorar nas duas sessões e, definitivamente, temos potencial e uma boa sensação com a moto, o que é realmente importante”, comentou Nakagami. “Claro, precisamos fazer alguns ajustes para a classificação de amanhã, mas mesmo assim, já temos bons tempos de volta, então seguiremos forçando e melhorando na moto para ter nossa melhor performance no domingo. Amanhã será realmente importante. Tomara que possamos conseguir a primeira fila mais uma vez. Esta é a minha meta e acho que podemos conseguir”, sublinhou.
Apesar de ter sofrido duas quedas nesta tarde, Álex Márquez também saiu otimista da sexta-feira, mas torcendo por melhora na RC123V.
“A sensação de hoje foi muito boa. O 1min31s3 veio fácil e talvez esse seja o motivo da primeira queda. Eu estava buscando um tempo mais rápido e caí”, relatou. “Mas, honestamente, foi uma queda tão pequena que não sei nem se conta! A segunda foi uma queda típica de pneu duro, mas, infelizmente, fez com que eu não pudesse melhorar na última saída. Nossa posição final não é ótima, mas a sensação é boa e os tempos são muito próximos ― dá para ganhar muito com só um décimo. Podemos ser mais fortes amanhã”, assegurou.
Vindo de um fim de semana desastroso no mesmo circuito Ricardo Tormo, a Yamaha também viu duas das quatro YZR-M1 dentro do top-10: Franco Morbidelli ficou em oitavo, com Maverick Viñales em décimo. Ambos, porém, com os tempos da manhã. Fabio Quartararo ficou em 16º e Valentino Rossi em 18º.
“Foi um dia positivo para nós: fui rápido nesta manhã e também de tarde. Testamos acertos diferentes na moto e nos sentimos confortáveis e rápidos com ambos”, relatou Morbidelli. “Entrar no top-10 sem fazer nenhum tempo de ataque é realmente bom. Acho que começamos esse fim de semana bem e espero que possamos continuar assim. Nossa meta amanhã é começar nas duas primeiras filas, aí atacar desde o início na corrida de domingo e fazer um bom ritmo”, resumiu.
Viñales, que segue com a equipe desfalcada por causa de um caso de Covid-19, se mostrou mais animado, mas ainda sem performance em volta lançada.
“Para mim, a sexta-feira foi muito positiva. Testamos muitas coisas. Como sempre, algumas foram positivas e outras não, mas trabalhamos com o pneu duro, simulando baixa aderência, e estou realmente feliz com a sensação na moto. Mas, por alguma razão, não tive uma sensação fantástica com os pneus macios nesta tarde. Não pude ser tão rápido quando com os médios, foi por isso que não melhorei meu tempo de volta. Mas, no geral, me sinto bem. Tenho bom ritmo. Amanhã será uma classificação apertada. Acho que temos bom potencial. Só precisamos entender como fazer o pneu macio funcionar para nós”, expressou.
Quartararo, por outro lado, ainda parece um pouco perdido. O francês relatou que trabalhou em muitas coisas, mas ainda sem conseguir a melhora desejada.
“Hoje nós tentamos muitas coisas com a moto, mas foi difícil, porque a sensação foi similar em cada mudança. Isso significa que teremos de tentar algo diferente para o TL3 de amanhã, pois não fizemos o progresso que gostaríamos hoje e de que precisávamos”, discursou. “Foi um dia duro, mas nunca desistimos. Saberemos mais qual o plano após o TL3, uma vez que testamos algumas coisas e fizermos um novo tempo de ataque. Como eu disse, não desistimos, vamos dar tudo de nós amanhã e no dia da corrida”, avisou.
Superado o susto de mais um teste positivo para o novo coronavírus, Rossi começou o fim de semana junto com todo mundo e destacou que será especialmente importante estar no Q2 na classificação.
“Minha posição é bem ruim, pois estou atrás, mas estamos todos lá, muito próximos. Estou a 0s7 do topo”, recordou. “Não me sinto muito bem com a moto. Ela se mexe demais na entrada [das curvas], então não consigo carregar velocidade o bastante, mas foi só o primeiro dia. Para amanhã, teremos de tentar outra coisa e esperamos ser mais competitivos, pois no TL3 será crucial ficar no top-10”, defendeu.
A Suzuki, por sua vez, viu apenas Álex Rins entre os dez melhores. O espanhol ficou com o nono posto, enquanto Joan Mir, que tem neste fim de semana a primeira chance de conquistar o título de 2020, foi o 12º.
“Foi um bom dia. Estou perto do topo dos tempos, ainda que tenha terminado em nono no combinado de hoje. Focamos em testar algumas coisas em que não pudemos realmente trabalhar na semana passada, por causa da chuva”, contou Rins. “No fim, meu ritmo foi bom e me senti bem, mas vou tentar melhorar mais amanhã com a meta de conseguir uma ótima posição de largada. Vai ser um grande desafio neste fim de semana, pois todo mundo está próximo, então temos de ficar focados e tentar encontrar o acerto ideal”, completou.
Líder do campeonato, Mir sofreu uma queda nesta sexta-feira, mas acabou escapando ileso. Ainda assim, não conseguiu fazer uma volta rápida para garantir uma posição melhor.
“Felizmente, estou bem após a queda. Comecei a trabalhar no ritmo de corrida e no acerto geral e nas sensações. Estava testando o dianteiro duro quando caí, e acho que estávamos no limite das baixas temperaturas para usar este pneu”, opinou. “Claro, a sensação com a segunda moto nunca é a mesma da primeira, e nunca consegui realmente forçar para uma volta rápida. Foi uma pena, porque eu estava me sentindo bem e a moto estava funcionando bem, mas faltou uma volta realmente rápida. Amanhã vou trabalhar mais no tempo de ataque e ver o que podemos fazer”, concluiu.
🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da MotoGP direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.