Ducati vê Bagnaia atrasado após testes “atormentados”, mas alerta: “Não são 100m”
Chefe da Ducati Corse, Gigi Dall’Igna reconheceu que Marc Márquez teve um fim de semana perfeito no GP da Tailândia, mas admitiu que Francesco Bagnaia pagou preço de uma pré-temporada “atormentada”. Dirigente, porém, lembrou que o campeonato está longe de estar definido
Chefe da Ducati Corse, Gigi Dall’Igna lembrou que a luta pelo título da MotoGP é diferente de uma disputa de 100 metros. O dirigente reconheceu a força de Marc Márquez no GP da Tailândia de domingo (2), mas avaliou que Francesco Bagnaia começou o ano atrasado por causa do que classificou como testes “mais atormentados”.
Márquez dominou o fim de semana em Buriram. O #93 conquistou a pole, venceu a sprint e o GP, ambas em dobradinha com o irmão Álex. Assim, o espanhol lidera o Mundial pela primeira vez desde 2019.
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Apesar do momento vitorioso vivido pela Ducati na MotoGP, Dall’Igna admitiu que o nervosismo está sempre presente.
“A primeira corrida é sempre a mais complicada. Mesmo que você venha de uma temporada formidável, você nunca sabe realmente qual seu nível em comparação com os outros”, disse Dall’Igna em entrevista à emissora italiana Sky Sport MotoGP. “Você sempre chega com um pouco de tensão, então é bom trazer para casa de uma maneira tão boa”, seguiu.

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Gigi classificou o fim de semana de Márquez como “perfeito” e avaliou que Pecco também se saiu bem. O dirigente lembrou que a temporada 2025 mostrou a importância da regularidade, então começar o ano com um pódio era vital.
“Márquez teve um fim de semana perfeito, mas devo dizer que Pecco também se saiu bem”, avaliou. “O Mundial de MotoGP não é [uma corrida] de 100 metros. O importante é chegar bem no fim da corrida e no fim do campeonato poder competir. Acho que aprendemos no ano passado que resultados são mais importantes do que vitórias, então ambos fizeram uma corrida muito inteligente e espero que isso os leve a brigar até o final do campeonato”, torceu.
A corrida em Buriram foi marcada, também, pela astúcia de Marc Márquez. Dominante desde o início, o #93 abriu vantagem na ponta, mas facilitou a ultrapassagem do irmão Álex para poder rodar atrás dele, fazer a pressão do pneu subir e evitar uma infração ao regulamento por conta do baixo índice no calçado dianteiro.
“A pressão que colocamos foi, com certeza, correta, porque foi mais ou menos a mesma da sprint. O fato é que hoje aumentou um pouco menos do que o esperado e em comparação com a margem que normalmente mantemos para a corrida”, explicou. “Nós temos um sistema que deve permitir que os pilotos façam menos cálculos durante a corrida, por isso tentamos sugerir aos pilotos os comportamentos a adotar na corrida, também para gerir todas as possibilidades que podem surgir durante uma corrida tão complicada”, continuou.
Ainda, Dall’Igna confirmou a análise de Bagnaia de que as dificuldades encontradas por ele durante o teste feito na Tailândia causaram um atraso.
“Acho que Marc já tem a moto nas mãos e já sabe o que fazer. Por várias razões, também acho que Pecco tem margem para melhora e espero que mostre isso nas próximas corridas”, comentou. “Marc, certamente, teve testes mais fáceis, enquanto que os de Pecco foram mais atormentados e isso pode justificar o fato de ele estar um pouco atraso na preparação para as corridas”, ponderou.
Gigi avaliou, também, o domínio demonstrado por Márquez durante a corrida em Buriram.
“Digamos que aqui ele, certamente, teve uma margem em relação aos outros e devo dizer que fazer a corrida toda a um metro do piloto da frente, nessas condições, também é extremamente exigente do ponto de vista físico, porque as temperaturas da moto estavam realmente muito altas. Isso é um sinal de que Marc está muito em forma também do ponto de vista físico”, analisou.
Por fim, Dall’Igna indicou como será o próximo passo do desenvolvimento da Desmosedici.
“Já existe uma diferença em alguns detalhes entre as motos de fábrica e as outras. Certamente, temos outros desenvolvimentos planejados, que tentaremos nos testes de Jerez, então faremos as próximas quatro corridas mais ou menos com essa configuração, com apenas alguns detalhes evolutivos”, encerrou.
A MotoGP volta a acelerar entre 14 a 16 de março, para o retorno do GP da Argentina, em Termas de Río Hondo, com a segunda etapa da temporada 2025. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.

