Ducati vê mudança nas concessões como “melhor campanha de marketing possível”
Em entrevista ao jornal italiano ‘La Reppublica’, Claudio Domenicali afirmou que enxerga a nova regra das concessões como uma espécie de marketing, já que as demais fábricas precisam de ajuda para alcançar o nível da Ducati
Se engana quem pensa que a Ducati ficou incomodada com a mudança no regulamento da MotoGP que resultou em restrições ao desenvolvimento da Desmosedici. Diretor-executivo da marca, Claudio Domenicali avaliou que a alteração na regra das concessões é “a melhor campanha de marketing possível”.
Em meio a dificuldades de performance de Yamaha e Honda, a Dorna, promotora do Mundial de Motovelocidade, buscou maneiras de ajudar as gigantes japonesas a acelerarem a evolução. Depois de muita negociação, a empresa espanhola conseguiu convencer os construtores a aceitar uma alteração na regra de concessões.
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Pelo novo sistema, as fábricas serão divididas em quatro grupos, com a separação baseada na pontuação do campeonato. E, de acordo com esse ranking, as marcas ficam sujeitas a restrições ou vantagens.
Campeã dos Mundiais de Construtores e Pilotos — o Mundial de Equipes ficou com a Pramac, uma equipe satélite da Ducati —, a casa de Bolonha é a única fábrica no Grupo A, o que a deixa sem direito a wild-cards e com uma única atualização aerodinâmica ao longo do ano. Além disso, os italianos precisam listar três circuitos para teste, mas estarão limitados a 85 pares de pneus — 30 a menos do que na regra atual.

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Honda e Yamaha, por outro lado, ficam no Grupo D e, assim, terão 130 jogos de pneus, podendo até mesmo escalar os pilotos titulares para testes em qualquer circuito do calendário. Elas podem fazer até seis wil-cards, tem direito a duas atualizações aerodinâmicas e motores descongelados, o que permite evolução ao longo da temporada.
Depois de um ano marcado por recordes, inclusive o de montadora com mais vitórias em uma única temporada — 17 —, Domenicali reconheceu que será difícil repetir o mesmo sucesso, também porque a reação dos adversários será mais forte, mas negou incomodo com a mudança de regulamento.
“Parece impossível superar os recordes deste ano, mas vamos tentar”, disse Domenicali em entrevista ao jornal italiano La Reppublica. “Nossos adversários pediram para mudar as regras a partir do ano que vem, porque, do contrário, seríamos fortes demais para eles”, comentou.
“Mas, tudo bem. Não é um problema, pelo contrário. Para nós, é a melhor campanha de marketing possível”, avaliou.
A MotoGP volta a acelerar entre 6 e 8 de fevereiro de 2024, com os testes de pré-temporada na Malásia, no circuito de Sepang. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.

