Bastianini faz correção monetária e começa ajuste de contas com Portimão com pé direito

Enea Bastianini foi a Portugal disposto a acertar as contas com o palco do acidente que o condicionou em toda a temporada passada. E no primeiro dia de treinos em Portimão, chegou fazendo correção monetária

Enea Bastianini começou com o pé direito o ajuste de contas com Portimão. O titular da Ducati viajou para o Algarve de olho em uma revanche com o circuito que foi palco do acidente que acabou por condicionar toda a temporada 2023 — quando foi derrubado por Luca Marini na corrida sprint e sofreu uma fratura na escápula direita. E, no primeiro dia de atividades para o GP de Portugal, o acerto veio até com correção monetária.

Ano passado, a pista portuguesa recebeu a corrida de abertura da temporada — já que o circuito do Catar passava por uma reforma e não pôde ocupar o tradicional lugar na programação —, ou seja, a estreia do formato sprint. E foi um fim de semana verdadeiramente assustador. No total, cinco pilotos saíram machucados, inclusive Enea.

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Só que a lesão não tirou Bastianini apenas daquele fim de semana. O #23 ficou ausente também das etapas de Argentina, Américas, Espanha e França. Somada às outras lesões que sofreu no ano, Enea teve a temporada de estreia com a Ducati completamente prejudicada. E chegou até a perigar no cargo de piloto de fábrica.

A vaga ficou, mas a reação é mais do que necessária, já que 2024 é o último ano do atual contrato e o que não falta são interessados em ocupar o lugar ao lado de Francesco Bagnaia. Nesse sentido, a atuação no GP do Catar não colaborou tanto assim. Em Lusail, Enea se classificou em terceiro, foi sexto na sprint e quinto no GP. Assim, saiu da primeira etapa com a quinta colocação na classificação do Mundial de Pilotos, já com 16 pontos de atraso para Bagnaia, que lidera a disputa.

Enea Bastianini colocou a Ducati na frente na sexta-feira em Portugal (Foto: AFP)

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E Enea sabe da fragilidade da própria posição. Tanto é assim que foi para Portugal de olho não só em acertar as contas, mas também responder a um fim de semana no Catar que ficou aquém das próprias expectativas.

E, na comparação com o ano passado, a performance na sexta-feira teve ‘correção monetária’. Se em 2023 o italiano fechou o dia com o décimo tempo, a 0s547 do líder Jack Miller, desta vez o italiano garantiu o melhor tempo, 0s118 melhor que o australiano, que ficou no segundo posto.

“É óbvio que isso me dá energia. Desejava isso. Já faz tempo que não me via na frente em uma sessão de treinos livres”, comentou Bastianini. “Foi bom e aconteceu justamente em uma pista onde lutei para ser competitivo no ano passado. Mas é só sexta-feira e, principalmente na MotoGP, nunca se deve baixar a guarda, mesmo que tenhamos tido uma boa sexta-feira”, seguiu.

O #23 avaliou que ainda precisa melhorar um pouco em termos de ritmo de corrida, mas conseguiu avançar no treino da tarde, o único com condições de pista razoáveis, já que a chuva deixou o asfalto completamente sujo na parte da manhã.

Jack Miller ficou com o segundo tempo (Foto: Rob Gray/ Polarity Photo)

“Foi uma boa sexta-feira, mesmo que tenha começado um pouco mais ou menos, pois a pista estava muito suja, então não deu para forçar muito durante o TL1. No início da segunda sessão, tivemos alguns problemas, mas melhoramos com a evolução da pista. Fizemos algumas alterações no acerto e no freio motor, e tudo melhorou. Fizemos uma boa sessão cronometrada, o que me deixa feliz, mesmo que o ritmo pudesse ser um pouco melhor”, seguiu.

Enea considerou que, mesmo que as condições de pista melhorem ainda mais, não prevê uma mudança grande na ordem de forças apresentada nesta sexta-feira. E o #23 ainda apontou para a força de Marc Márquez.

“Não acho que veremos qualquer reviravolta, mesmo que alguma coisa possa mudar. Nesse momento, Márquez me parece ser quem tem um pouco mais, até porque foi muito rápido em termos de ritmo, o que ele demonstrou durante as duas sessões”, encerrou.

O titular da Gresini fechou o dia com o terceiro melhor tempo, após uma queda nos minutos finais da sessão.

“Foi um dia positivo, apesar da queda. Tudo faz parte da curva de aprendizado e estamos indo bem”, disse Marc. “Sabemos onde estamos perdendo tempo e sabemos o motivo. A curva 4 nunca esteve entre as partes mais fortes da pista, nunca consegui fazer as duas últimas para a direita perfeitamente”, assumiu.

“A queda aconteceu por causa do grande tráfego na pista. A Ducati é mais difícil de lidar no vácuo de outra pessoa. Ainda assim, foi um erro meu, mas tudo bem. Era uma questão de tempo até a minha primeira queda. E tudo ajuda”, avaliou.

Dono do segundo melhor tempo, Miller mostrou força em uma hora importante. Também no último ano de contrato, o australiano tem a posição na KTM ameaçada, inclusive pelo crescimento rápido de Pedro Acosta, o único novato na MotoGP.

Marc Márquez fechou o top-3 do dia (Foto: Gold & Goose/ Red Bull Content Pool)

“Foi, obviamente, um bom dia. As condições não eram a que esperávamos, com a chuva ao longo da noite. A moto está funcionando bem, como foi ao longo de todo o ano”, comentou. “Têm algumas áreas que podemos melhorar com o pneu duro e o macio”, indicou.

O desempenho em Portimão animou ainda mais Miller na esteira de uma performance ruim no Catar, quando foi apenas 21º após uma queda no início do GP.

Questionado se vê o pódio possível em Portimão, Miller respondeu: “Penso isso toda semana ou nem apareceria. Mas, obviamente, parece mais realista nesta semana”.

“Me senti extremamente mal depois da corrida no Catar, mas é uma história diferente. Temos um ótimo pacote. Só precisamos que as estrelas se alinhem e possamos fazer um grande trabalho”, torceu.

Líder do campeonato, Bagnaia fechou a sexta-feira apenas em oitavo, 0s484 atrás do companheiro de Ducati. Questionado se estava feliz com o dia, Pecco respondeu: “Estou no top-10, então sim. Foi um dia de trabalho e, infelizmente, não tivemos a chance de tentar coisas diferentes nessa manhã”.

“Sou um cara que gosta de entender tudo. Essa manhã foi inútil, mas, de tarde, entendemos a direção a seguir. Estou feliz em estar no Q2. Feliz por termos entendido o caminho”, frisou.

MotoGP volta à pista de Portimão neste sábado, às 7h10 (de Brasília), para o treino livre 2 do GP de Portugal, segunda etapa do campeonato de 2024. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.

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