Bagnaia tira espinha da garganta com atuação maiúscula em Jerez. KTM divide holofote

Dono do número 1, Francesco Bagnaia saiu decepcionado do GP das Américas após cair sozinho enquanto liderava a corrida. Em resposta, Pecco somou 34 pontos no GP da Espanha e retomou a liderança da MotoGP. O titular da Ducati, contudo, não foi o único que brilhou, já que a KTM surgiu como uma força a ser considerada em 2023

Francesco Bagnaia chegou a Jerez de la Frontera com uma espinha atravessada na garganta. Depois do abandono no GP das Américas, o italiano precisava de uma exibição que justificasse o #1 estampado na carenagem da Ducati — já que o tombo quando liderava com vantagem a corrida de Austin fez brotar algumas dúvidas aqui e ele. E foi justamente isso que fez.

Em um domingo (30) em que o Circuito Ángel Nieto brindou o fã da velocidade com um corridão, Pecco teve uma atuação maiúscula, soube preservar o equipamento e esperar a hora de atacar Brad Binder, que acabou vendido na reta final da prova depois de liderar a maior parte da corrida. E, de quebra, ainda retomou a liderança do Mundial.

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Francesco Bagnaia, da Ducati, celebra vitória no GP da Espanha da MotoGP 2023 (Foto: AFP)

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“Resolvi ir buscar o Brad naquele momento, pois estive na mesma distância por um tempo. Assim, percebi que a temperatura do pneu dianteiro tinha caído um pouco, pois tinha subido atrás do Miller”, falou Pecco à emissora italiana Sky Sport. “Comecei a forçar para alcançá-lo e depois tentei ultrapassar imediatamente para evitar que o problema da temperatura dos pneus se repetisse. Correu tudo bem. O ritmo foi rápido, embora ache que poderíamos ter sido mais rápidos, mas dei tudo nas voltas finas para estar na frente”, garantiu.

Brad ainda conseguiu se aproximar para buscar uma reação, mas Bagnaia tratou de deixar todas as portas fechadinhas.

“Tentei fazer todas as curvas o mais rápido possível antes de um possível ponto de ultrapassagem”, explicou. “Foi bom para mim, pois saí da curva 5 muito rápido e freei bem na 6. Tentei manter mais margem na freada em todos os lugares para não arriscar nada. Na 8 e na 12, consegui sair muito rápido e não dei a ele a chance de ultrapassar. Não foi fácil ter Binder atrás de mim, pois ele é um touro, mas tentei não dar a ele a chance de me ultrapassar”, seguiu.

O dia, porém, não passou sem polêmicas na garagem da Ducati. Bagnaia foi punido por um toque com Jack Miller em uma ultrapassagem na curva 6 e teve de entregar a posição do ex-companheiro. O noivo de Domizia Castagnini deixou clara a insatisfação, mas evitou criticas mais ácidas.

“Fiquei um pouco surpreso, pois já vimos piores neste ano passarem sem punição. De qualquer forma, aceito”, declarou. “Estamos reclamando para ter mais consistência nas punições e, neste caso, o show não perde. Se tivermos que melhorar, é melhorar para ser consistente em tudo. Se daqui para frente for sempre assim, podemos entender o que pode e o que não pode. Hoje foi um toquezinho, mas tudo bem”, minimizou.

Por fim, Pecco destacou o trabalho da equipe comandada por Christian Gabbarini, que conseguiu melhorar bastante a GP23 ao longo do fim de semana.

“A evolução que tivemos neste fim de semana foi a melhor de todas”, apontou. “Na sexta-feira, tive alguns problemas com a sensação que tinha da dianteira, isso já melhorou ontem, mas hoje meu time deu mais um passo à frente. Conseguimos vencer em condições difíceis, porque também estávamos vindo de dois zeros, então ser o primeiro hoje é muito bonito. Por isso, quero agradecer a minha equipe”, finalizou.

Brad Binder, Jack Miller e Francesco Bangaia deram espetáculo em Jerez (Foto: KTM)

A atuação magistral de Bagnaia não foi a única que se destacou no fim de semana. A dupla titular da KTM repetiu o que tinha feito na sprint e deu um espetáculo. Em uma corrida marcada por duas largadas, resultado de uma bandeira vermelha motivada por um acidente iniciado por Fabio Quartararo, Miller tomou a ponta na primeira saída, enquanto Binder mergulhou primeiro na curva 1 após a interrupção.

Os dois brigaram entre si e, assim como no sábado, tiveram de encarar Bagnaia. Desta vez, o piloto da Ducati levou a melhor, mas a mensagem da KTM foi na linha: estou aqui e a RC16 está para o combate.

“Vi que ele fez uma corrida fantástica quando ele me ultrapassou e me levou ao limite!”, comentou Brad sobre a atuação de Pecco. “Fiz a minha volta mais rápida na corrida logo no final para tentar acompanhá-lo, mas não consegui. Eu queria tentar na última curva, mas estava muito perto do limite”, continuou.

“No entanto, este pódio duplo nos deixa muito felizes. Vou seguir assim em Le Mans”, apostou. “Espero que seja sempre assim e que seja por muito tempo”, torceu.

Mesmo satisfeito com a moto, Binder avaliou que a boa aderência de Jerez pode ter impactado na boa apresentação deste fim de semana, mas se mostrou confiante, já que a KTM apresentou melhora em todos os circuitos em relação ao ano passado.

“No momento, o nosso ponto fraco é a aderência e esta é uma pista com uma aderência incrível. Acho que isso nos ajudou”, avaliou. “Agora vamos para Le Mans, que é uma pista de que gosto muito, mesmo que não tinha sido fácil para nós no ano passado. Em todas as pistas que nós corremos até agora, melhoramos em relação a 2022. Então partimos daí”, considerou.

Miller também celebrou a boa briga na Espanha, especialmente por ter subido ao pódio nas duas provas do fim de semana.

Brad Binder e Jack Miller estiveram no pódio das duas corridas do fim de semana (Foto: KTM)

“No geral, foi uma boa batalha, não só com Pecco. Fizeram ele devolver a posição e não sei se é justo ou não, mas eu não esperava”, disse Miller à TV italiana. “Fizemos uma boa briga até com Martín e Binder, então foi uma corrida muito boa. Foi muito longa, mais uma vez com duas largadas, mas espero que tenham gostado. Estou satisfeito com o trabalho que fizemos neste fim de semana, porque subir no pódio duas vezes não é nada mal”, comentou.

Questionado sobre o quão perto a RC16 está de alcançar o desempenho da Ducati, Jack respondeu: “Estamos chegando lá. Fizemos apenas quatro corridas, mas estamos cada vez mais perto. No futuro, também teremos dias mais difíceis, como acontece com todos os fabricantes, mas os caras da KTM estão trabalhando muito. Se pudermos manter essa atitude, se já não temos, em breve termos a melhor moto”.

MotoGP volta à ativa no fim de semana de 14 de maio, com o GP da França, em Le Mans. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade.

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