Gardner e Fernández admitem dificuldades com chegada na MotoGP: “Um tapa na cara”

Remy Gardner e Raúl Fernandez formam a dupla novata da Tech3 da MotoGP mas, nem de longe, conseguiram repetir os excelentes desempenhos que tinham na Moto2 e que os levaram à categoria rainha nesta temporada. Enquanto o australiano ostenta como melhor resultado um 15º lugar no Catar (conquistou um ponto), o espanhol tem na 16º na Argentina sua grande colocação até aqui.

Campeão e vice na temporada passada, a dupla da KTM teve uma performance na categoria de acesso que impressionou: venceram 13 das 18 corridas, conquistaram 10 das 18 poles e lideraram 232 das 402 voltas totais em 2021. Mas nada disso se traduziu na MotoGP até o momento.

Aos ingleses do The Race, Gardner foi honesto em fazer sua avaliação sobre seu desempenho na temporada. “Esperava ir um pouco melhor, claro. Têm sido corridas muito difíceis e espero que na volta à Europa possa ter um pouco mais de estabilidade. Há muito o que se aprender, mas isso foi um grande tapa na cara, com toda a certeza”.

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Há circunstâncias atenuantes também para a dificuldade de adaptação do australiano à MotoGP. Gardner machucou a costela e quebrou o pulso direito durante os treinos fora da temporada. Mas isso não serve como desculpa para o mau desempenho até o momento. “Honestamente, usar isso como desculpa neste momento do ano não é justo”, afirmou.

Fernandez também não passou longe das lesões em 2022. Ele sofreu uma concussão em um dos treinos para o GP da Indonésia. Mesmo assim, o espanhol procura ser positivo e vislumbra bons resultados para a KTM. “Honestamente, estou muito feliz, aprendo cada vez mais a cada dia que passa. A questão é que os fabricantes estão cada vez mais fortes e a concorrência aumenta. Nossa moto é muito forte nas corridas, até acho que precisamos melhorar na classificação, mas de resto, estou gostando bastante”.

Ao contrário de Gardner, Fernandez foi um dos últimos pilotos a serem confirmados para a temporada. E, por isso, tenta se adaptar a andar no fundo do grid, embora não ache legal essa situação. “É muito difícil, claro. Venho de um ano em que ganhei oito corridas, estive no pódio em praticamente 90% das provas em 2021, mas o trabalho é diferente. O que importa, para mim, é ficar mais próximo dos pilotos da fábrica da KTM, esse é o meu objetivo”, disse.

O objetivo da Tech3 era dar um calor nos pilotos de fábrica da KTM mais cedo ou mais tarde, mas isso não aconteceu até o momento. E não significa que sejam superestimados. A dupla tem a chance de deslanchar já no próximo domingo (24), quando a temporada europeia da MotoGP começa com o GP de Portimão, disputado no circuito de Algarve. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades da quinta etapa do Mundial de Motovelocidade 2022.

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