MARC MÁRQUEZ DISPUTOU SETE TEMPORADAS COMPLETAS NO MUNDIAL DE MOTOVELOCIDADE: ganhou seis. Se não é fácil ser rival do espanhol, também é um problema ser companheiro: além de ser praticamente impossível batê-lo, ele dá ao mundo a impressão de que sua moto é a melhor do grid – assim, o parceiro fica ainda mais “incapaz” aos olhos do público. Para mudar essa sensação, a Honda resolveu apostar em Pol Espargaró, dando a um outro compatriota de Márquez a missão de encerrar uma série de insucessos.
Tal série, claro, existente apenas do outro lado da garagem da Honda, aquele que Espargaró agora vai ocupar. O lado de Márquez só tem felicidade – ou tinha, até o desastre da lesão de 2020. Dani Pedrosa, por exemplo, nunca passou da terceira colocação do Mundial entre 2013 e 2018, caindo progressivamente enquanto Márquez seguia brilhando (na ordem, 3°, 4°, 4°, 6°, 4° e 11°). Já Jorge Lorenzo chegou de forma polêmica, prometeu todo um clima de briga na equipe, e ficou só em 19°, em uma das temporadas mais decepcionantes da história da MotoGP.
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Foi o suficiente para que ele durasse só um ano e uma chance para Álex Márquez fosse dada. Mas o irmão de Marc foi avisado antes mesmo de entrar na pista que não ficaria para 2021. De qualquer forma, os resultados também não justificariam a manutenção: dois pódios na metade final da temporada não apagaram o 14° lugar na classificação final.
Se ninguém se entendeu com a moto da Honda, restou à equipe buscar alguém com aparente capacidade – ou ao menos vontade – de domar a RC213V. Na leitura de jogo, Espargaró foi quem mais se destacou, ao ter papel chave na KTM, desenvolvendo muito bem a RC16.
Em teoria, Espargaró tem estilo agressivo, algo que sempre se relaciona à Márquez, o que anima a equipe na ideia de que ele conduza a moto além dos parceiros anteriores. “Com os cotovelos para fora”, como disse Jack Miller.
E se o estilo só se prova na pista, a vontade pode ser mostrada nas palavras. Espargaró tem tentado deixar isso claro: recentemente, disse que “vou ao limite para conhecer a moto, e caso tenha de cair para encontrar o limite, vou cair quantas vezes for necessário”, além de que a “meta principal para a temporada não pode ser outra que estar no pódio ou tentando vencer corridas. Ou até mesmo o título.”
Se só Márquez dá resultado com a moto da Honda, e nem Espargaró conseguir mudar isso, talvez seja o último ano antes de uma análise interna da equipe. Porque os pilotos já variaram, Márquez sequer está inteiro fisicamente, e ninguém brilhou. Para a Honda, é a última chance de mostrar que é também algo que soma de forma positiva ao talento do tantas vezes campeão do mundo.