GUIA 2021: MotoGP chega igual, mas diferente em campeonato condicionado por pandemia
Por conta do impacto econômico da pandemia de Covid-19, o Mundial de Motovelocidade congelou o desenvolvimento de alguns dos principais componentes das motos, mas mesmo assim o campeonato começa com algumas novidades
2021 COMEÇA COMO O ANO EM QUE QUASE TUDO ESTÁ IGUAL, MAS MUITA COISA ESTÁ DIFERENTE NA MOTOGP. Na esteira da pandemia que segue assolando o mundo, a classe rainha do Mundial de Motovelocidade adotou medidas de controle de custos, mas isso não impede que o grid venha com uma cara diferente para o campeonato deste ano.
Antes de chegar às motos, é bom destacar que a própria composição das equipes está diferente. A Suzuki é a única que segue com os mesmos pilotos do ano passado, mas nem por isso passa livre de alterações, já que Joan Mir e Álex Rins não contarão com Davide Brivio, que foi ‘roubado’ pela Alpine e agora trabalha na Fórmula 1. Assim, é Shinichi Sahara quem dará as ordens por lá.
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A Aprilia também vem diferente, mas talvez não dê para perceber, já que é o time que encerrou o campeonato passado: Aleix Espargaró e Lorenzo Savadori. O italiano fez as últimas três corridas de 2020 e deveria disputar na pré-temporada a vaga com Bradley Smith, mas acabou escolhido antes do esperado.
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A dança das cadeiras também foi forte entre as equipes. A Honda, por exemplo, mandou Álex Márquez para a LCR e tomou Pol Espargaró da KTM. A casa de Mattighofen, então, promoveu Miguel Oliveira. A Tech3, por sua vez, aproveitou que Danilo Petrucci estava no mercado e escalou o italiano para guiar a RC16. A Yamaha abriu mão de Valentino Rossi, que trocou de lugar com Fabio Quartararo na SRT. A Ducati puxou a dupla da Pramac, que respondeu tirando Johann Zarco da Avintia e promovendo Jorge Martín da Moto2. A esquadra de Raúl Romero também foi à classe intermediária buscar seus titulares e vai contar com Enea Bastianini e Luca Marini, campeão e vice do ano passado.
Com três novatos, foram também três partidas: Andrea Dovizioso, Cal Crutchlow e Tito Rabat. Do trio, o único desempregado é o italiano, que, ao menos por enquanto, não conseguiu uma recolocação. O britânico, por outro lado, já até voltou a subir na moto, já que é o novo piloto de testes da Yamaha e participou dos testes em Losail. O espanhol mudou de ares e vai correr no Mundial de Superbike neste ano.
No que diz respeito aos protótipos, Honda, Yamaha, Ducati e Suzuki vão disputar a temporada inteira com a mesma configuração de motor homologada no início do ano passado. A KTM, que venceu três GPs no ano passado e, assim, perdeu direito às concessões, tem um motor novo, mas a peça será congelada na primeira corrida do ano e não poderá mais ser modificada. A Aprilia, porém, segue contando com as benesses previstas em regulamento e, portanto, não só tem um novo propulsor, mas também poderá desenvolvê-lo ao longo do campeonato.
Com as novas limitações, as fábricas se empenharam no desenvolvimento da eletrônica, dos sistemas de escapamento e dos chassis, mas também das carenagens. O desenvolvimento aerodinâmico, contudo, está limitado a uma atualização por piloto no ano.
A Michelin também promoveu mudanças nos pneus, mas nada muito gritante. Buscando uma performance constante dos calçados ao longo de toda a corrida, a fabricante francesa aumentou a rigidez do calçado e eliminou o composto macio. A ideia é seguir oferecendo bastante aderência, mas por um período de tempo maior.
Mas a grande incerteza de 2021 ainda paira sob o campeonato. Por enquanto, 19 etapas têm datas definidas, mas o reagendamento dos GPs da Argentina e das Américas vai depender do desenrolar da pandemia. Estados Unidos é o país com maior número de casos de Covid-19 no mundo e, apesar da promessa da gestão Joe Biden de acelerar a vacinação, pouco mais de 20% da população já recebeu ao menos uma dose de vacina. No país sul-americano, essa porcentagem mal passa de 5%.
Os imunizantes, porém, já alcançaram o paddock do Mundial de Motovelocidade. Mesmo com só 10% da população vacinada, o Catar decidiu liberar doses para a caravana do Mundial, o que permitiu a imunização de pilotos, dirigentes, mecânicos e também profissionais de imprensa. A primeira dose foi ofertada ainda nos testes de pré-temporada, com a segunda prevista para o intervalo entre os GPs do Catar e de Doha.
A atuação do imunizante da Pfizer dá mais segurança aos integrantes do Mundial, mas isso não significa que o calendário vai ser cumprido à risca. Como a imunização uma larga parcela da população ainda demanda tempo, as restrições impostas por cada governo para limitar o contágio é que vai ditar o ritmo do campeonato.
Como sempre acontece, a Europa é o continente mais presente na programação, mas corridas em Austrália, Japão e Malásia, por exemplo, podem ser mais afetadas por eventuais restrições.
Com o número de etapas relativamente incerto, os pilotos terão de ficar atentos para se manterem em uma boa posição na tabela. Inclusive Marc Márquez, que caminha para voltar à ativa após perder todo o campeonato de 2020 por conta de uma fratura no braço direito ainda na primeira corrida do ano passado.
Com o hexacampeão de volta ao grid da MotoGP, a disputa promete pegar fogo em 2021. O favoritismo de sempre fica condicionado pela condição física de alguém que ficou parado por quase nove meses, mas Suzuki, Ducati e Yamaha prometem pressionar o piloto de Cervera. Além disso, Marc pode experimentar um cenário praticamente inédito na Honda, já que a chegada de Pol Espargaró tem potencial para incomodar.
Bons pilotos não faltam na MotoGP 2021. Boas motos também não. A competitividade é garantida, mas a extensão do campeonato, não.
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