GUIA 2023: MotoGP muda formato esportivo e traz alterações de regulamento na temporada

A introdução das corridas sprint é grande novidade da temporada 2023 e resultou em uma importante mudança no formato esportivo da classe rainha do Mundial de Motovelocidade. Além disso, temporada traz outras alterações nos regulamentos esportivos e técnicos

2023 VAI SACUDIR A MOTOGP. A classe rainha do Mundial de Motovelocidade vai passar por uma mudança de formato nesta temporada, com a introdução das corridas sprint. Além disso, o campeonato tem outras alterações que envolvem os regulamentos técnico e esportivo e também modificações na composição da direção de prova.

O fator principal, claro, é a introdução das provas mais curtas, aos sábados, que fará o número de disputas em 2023 saltar para impressionantes 42 corridas. E a chegada das sprint afetou o fim de semana como um todo.

MotoGP vai encarar uma mudança de formato na temporada 2023 (Foto: Ducati)

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Às sextas-feiras, a MotoGP deixa de ter dois treinos livres de 45 minutos para ter um treino — sim, a nomenclatura livre deixa de existir — desta mesma duração e uma segunda sessão de 60 minutos. A Moto2, por sua vez, fica com dois treinos de 40 minutos, enquanto a Moto3 passa a ter duas atividades de 35 minutos.

Aos sábados, a MotoGP tem o único treino livre do fim de semana — já que esta é a única sessão que não conta para a divisão de Q1 e Q2 da classificação —, mas com apenas 30 minutos, similar ao que era o antigo TL4. Depois, os pilotos partem para a classificação antes de um intervalo até as corridas sprint.

Neste período, Moto2 e Moto3 fazem o terceiro treino, com duração de 30 minutos, que, combinado com as sessões de sexta-feira, selecionam quem vai ao Q1 e quem passa direto para o Q2.

No domingo, só a MotoGP realiza warm-up, já que agora a classe rainha terá uma parada para os fãs, cortando ainda mais o tempo de pista da classes menores.

Outra novidade é que as corridas também serão reduzidas para as categorias pequenas. A meta é que a Moto2 tenha cerca de 36 minutos de duração, enquanto a corrida da Moto3 dure aproximadamente 34 minutos.

No caso da prova sprint, a duração da corrida será 50% da distância de um GP tradicional. Em GPs que tenham número ímpar de voltas serão arredondados para baixo. No caso do GP de Portugal, abertura do campeonato, a sprint será disputada em 12 voltas.

Diferente de um GP tradicional, onde 15 pilotos pontuam, na sprint apenas o top-9 será premiado. O vencedor leva 12 pontos, com o segundo recebendo nove. O terceiro colocado ganha sete, depois seis, cinco, quatro, três, dois e um ponto.

Chegada das corridas sprint é a grande novidade de 2023 (Foto: Yamaha)

Importante ressaltar, porém, que as corridas sprint terão uma categoria própria nas estatísticas da MotoGP. A ideia é não afetar os dados históricos do campeonato, o que poderia desvalorizar os feitos dos pilotos do passado.

A FIM (Federação Internacional de Motociclismo) esclareceu, contudo, que a capacidade máxima do tanque de combustível das motos para as corridas sprint será de 12 litros.

“As equipes podem optar por usar um tanque de combustível específico com esta capacidade ou um método alternativo de redução da capacidade do tanque normal”, apontou a entidade.

O regulamento técnico determina, ainda, que a estrutura principal do tanque de combustível de todas as categorias seja feita totalmente de aço ou de alumínio. Entretanto, o uso de outros materiais incluindo fibras de carbono, de aramida e de vidro são permitidas como complemento quando necessário para adicionar rigidez e proteção adicionais ou para outros fins.

Outra modificação para a temporada 2023 diz respeito à alocação dos pneus da MotoGP. Os pilotos seguem podendo usar o mesmo número de pneus por evento — 12 —, mas com menos opções de compostos. A ideia é reduzir o número de pneus produzidos e transportados pela Michelin e que acabam sem uso.

Até 2022, a fábrica francesa oferecia três opções de slicks traseiros para cada GP, com os pilotos podendo usar 12 calçados: até seis macios, quatro médios e três duros. Depois de uma pesquisa com as equipes, ficou definido que, para este ano, a classe rainha terá apenas duas especificações traseiras em cada GP, com os competidores podendo usar sete unidades da versão mais macia disponível e cinco da mais dura. Cabe à Michelin definir quais os compostos que estarão disponíveis em cada etapa.

Também chama atenção a proibição ao uso de dispositivos que ajustam a altura da dianteira com a moto em movimento. Ainda assim, seguem liberados os dispositivos ‘holeshot’ que atuam como auxiliares de largada.

Regulamento sofreu algumas mudanças pontuais em 2023 (Foto: Repsol)

O regulamento também foi modificado para aumentar a distância entre o defletor instalado no braço oscilante e o solo. A alteração é resultado de um incidente no GP de San Marino e da Riviera de Rimini no ano passado, quando uma dessas peças que servem para alterar o fluxo da água quebrou em contato com a zebra. Assim, a distância mínima passa de 15 para 35 mm.

O código técnico atualizado traz, também, um veto ao uso de materiais compostos no suporte do disco de freio em todas as categorias. São permitidas apenas ligas de magnésio e alumínio, barrando fibra de carbono ou de vidro reforçadas e similares.

No campo esportivo, o regulamento também traz mudanças para lidar com o aumento do número de GPs. Assim, foram reduzidos os testes da MotoGP: além do dia em Valência no fim do ano passado, a classe rainha contou com um shakedown de três dias em Sepang, mais três dias no circuito malaio com os pilotos titulares e outros dois dias em Portimão durante a pré-temporada. Fora isso, terão apenas outros dois dias de testes, de segunda ou terça-feira, depois de GPs, em datas programadas pela Dorna/ IRTA (Associação Internacional das Equipes de Corrida).

Vale ressaltar também que, desde novembro do ano passado, o regulamento esportivo foi alterado no que diz respeito a corridas interrompidas e paralisadas para tornar menos provável a realização de uma terceira largada, especialmente nos casos de Moto2 e Moto3. Assim, se o GP não chegou a três voltas e não pode ser reiniciado, a disputa é anulada e os pontos não são distribuídos. Se foi possível passar de três voltas, mas não chegar a 50% dos giros previstos, então metade dos pontos são distribuídos. A totalidade da pontuação só é creditada aos pilotos caso mais de metade da distância original tenha sido superada.

A FIM deixou claro, ainda, que as punições técnicas aplicadas para infrações cometidas durante treinos ou classificação podem resultar em uma desclassificação da sessão classificatória. E, sendo assim, a pena se aplica ao grid da corrida sprint e também do GP tradicional.

A entidade destacou que as corridas sprint vão seguir o mesmo protocolo da MotoE no que diz respeito aos limites de pista. Ou seja: uma infração vai resultar em uma advertência. Três infrações vão resultar em uma sanção com volta longa.

Quem queimar a largada da corrida sprint será punido da mesma forma que no GP normal: com uma volta longa dupla.

Pilotos vão disputar 42 corridas em 2023 (Foto: Aprilia)

No entanto, as punições disciplinares impostas após sessões serão aplicadas normalmente apenas nos GPs de duração normal. É o caso, por exemplo, de uma volta longa imposta por direção irresponsável. No caso de uma punição no grid por causa de infração, a pena será aplicada apenas na disputa de domingo.

Importante destacar, também, que a direção de prova do Mundial de Motovelocidade sofreu alterações para 2023. Mike Webb segue no comando da MotoGP, mas agora foca apenas na classe rainha. Graham Webber assume a chefia de Moto3, Moto2 e MotoE.

Outra mudança no grupo é a saída de Franco Uncini, que se aposentou. O campeão de 1982 das 500cc foi substituído por Bartolomé Alfonso, que é sobrinho de Carmelo Ezpeleta, diretor-executivo da Dorna, promotora do Mundial. Ainda que o espanhol tenha experiência na área, a escolha foi alvo de críticas por conta dos laços familiares.

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