Guia MotoGP 2018: Agora campeão europeu, Granado volta à Moto2 com currículo encorpado, mas com tarefa dura

Quase seis anos após disputar sua primeira prova do Mundial de Moto2, Eric Granado retorna ao certame, agora para defender a Forward. Dono de um currículo encorpado pela conquista do título europeu, o brasileiro terá uma dura tarefa pela frente

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Quase seis anos depois de disputar sua primeira prova no Mundial de Moto2 ― o GP da Grã-Bretanha de 2012 ―, Eric Granado está de volta ao Mundial de Motovelocidade. Aos 21 anos, o piloto de São Paulo vai defender as cores da Forward ao lado de Stefano Manzi.
 
Enquanto em 2012 Eric teve de esperar completar os 16 anos exigidos pelo regulamento para poder estrear no campeonato com a JiR, desta vez o #51 chegará ao Catar, palco da estreia da temporada 2018, com uma bagagem mais robusta. Desde aquele dia em Silverstone, Granado disputou outras dez corridas na classe do meio ― incluindo aí o GP da Comunidade Valenciana do ano passado ― e um total de 31 GPs na Moto3, antes de dar um passo atrás e competir no CEV por três anos.
 
Além da experiência normalmente adquirida com o passar dos anos, Eric conseguiu incluir um tópico a parte em seu currículo, com a conquista, no ano passado, do título Europeu de Moto2. No mesmo ano, aliás, Granado alcançou o título nacional de Superbike, disputando a taça com Alex Barros, o maior expoente do motociclismo brasileiro, que tinha dado uma ‘escapada’ da aposentadoria.
Eric Granado vai defender a Forward em 2018 (Foto: Forward)
Agora com um histórico mais encorpado ― e vitorioso ―, Granado volta à cena mundial, mas num ambiente um tanto quanto diferente.
 

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Naquele 2012, a Suter era a então força dominante e, com dez vitórias e outros sete pódios, conquistou o Mundial de Construtores com 62 pontos de frente para a rival Kalex. Além disso, a construtora suíça também equipou Marc Márquez na conquista do Mundial de Pilotos.
 
A promoção do #93 à MotoGP, no entanto, viu o cenário mudar para a Suter, que passou a ser completamente dominada pela Kalex até abandonar o Mundial em 2015 alegando falta de “pilotos vencedores”. O afastamento, porém, durou apenas um ano, com a marca conseguindo seu espaço no grid de 2017, ainda que com poucos pilotos.
 
No fim do ano passado, a Suter chegou a anunciar uma nova retirada, mas acabou voltando atrás após um acordo com a Forward, que será a única equipe equipada pelo material suíço.
 
Embora a fábrica fundada por Eskil Suter já tenha comprovado sua qualidade, a Moto2 é hoje dominada pela Kalex ― que equipa mais de 59,3% dos pilotos do grid ― e tem a KTM em franca evolução. Além das três marcas, o grid conta também com motos de Speed Up, Tech3 e NTS.
 
Ainda assim, pesa a favor da Forward o argumento de ser uma espécie de equipe de fábrica da Suter, já que ser o centro das atenções dos suíços pode dar mais benefícios ao time comandado por Giovanni Cuzari.
 
Em entrevista ao GRANDE PRÊMIO, Granado se mostrou confiante para a temporada, mesmo ciente de que não dispõe de um equipamento capaz de lutar pelo título.
 
“A Suter é uma moto que já venceu, com que o Marc Márquez correu, e no ano passado esteve sempre entre os dez primeiros. É uma moto que já demonstrou ser competitiva”, disse Eric. “Obviamente, não é uma moto que vai ganhar o campeonato, mas é uma moto que vai me dar a possibilidade de estar aonde eu quero estar neste momento”, seguiu. 
Apenas a Forward de Eric Granado será equipada pela Suter em 2018 (Foto: Forward)
“A Suter é uma fábrica gigantesca, eu fui conhecer, e eles têm um potencial enorme, basta só a gente conseguir entender e mostrar para eles o que a gente precisa realmente de evolução, pois somos uma equipe de fábrica, então a gente tem a possibilidade de eles produzirem peças e material para a gente, exclusivo, o que na Kalex eu não teria”, explicou.
 
Questionado pelo GP sobre o que a Suter tem de diferente em relação a Kalex, Eric respondeu: “Basicamente, tudo. É uma outra moto completamente diferente”.
 

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“A geometria dela, para mim, ainda é muito estranha, porque eu andei de Kalex três anos, conhecia muito bem a moto, me sentia muito a vontade. Essa moto eu ainda tenho que entender como guiar ela. E também a equipe tem de entender como colocar ela muito bem acertada para mim”, afirmou. “Então é uma moto que tem pontos muito fortes, tem pontos que a gente precisa melhorar. É uma moto muito boa de curva rápida, é uma moto bem rígida, mas, em contrapartida, algumas freadas e passos de curva, a gente tem que ganhar mais giro, falta um pouco de giro no meio da curva”, relatou, explicando que esperava resolver estas falhas na reta final da pré-temporada.
 
Além de se adaptar ao equipamento suíço, o #51 ainda está conhecendo a Forward, mas destacou a larga experiência do time, especialmente de Mauro Noccioli, que trabalhou com Valentino Rossi em seu primeiro ano no Mundial de Motovelocidade, além de ter comandado os times de pilotos como Max Biaggi, Nicky Hayden e Mattia Pasini, por exemplo.
 
“É difícil a adaptação. Eu fique três anos com a Promoracing, uma equipe com que me identifiquei muito bem, a gente fez um trabalho incrível nos últimos anos, mas a Forward também é uma equipe que é formada por profissionais muito bons”, destacou. “O meu técnico é muito profissional, ele trabalhou com Valentino Rossi, com Nicky Hayden, com pilotos com muita experiência, então eles estão me dando realmente um suporte muito bom agora em relação a equipe técnica, a estrutura, eles são muito profissionais”, continuou.
 
“Só basta agora a gente conseguir entender a moto e, junto com a Suter e os técnicos da Suter, a gente fazer uma moto competitiva”, apontou.
 
Perguntado pela ordem de forças do grid atual, Granado apontou que é difícil fazer previsões considerando apenas a pré-temporada, mas afirmou que espera ver uma disputa bastante dura.
 
“A Moto2 sempre tem pilotos muito fortes, agora mais ainda. Está uma categoria muito competitiva. Se você ver os testes, os pilotos estão muito próximos uns dos outros”, apontou. “Para mim, todos que estão lá muito bons, não dá para mencionar um ou outro. Para mim, todos são grandes candidatos e muito fortes sempre”, insistiu.
 
Ligeiramente avesso a metas especificas, Granado evitou estabelecer um alvo numérico, mas reconhece que esta é uma fase de readaptação ao Mundial.
 
“Eu continuo não tendo uma meta real, porque isso pode variar muito, ainda mais na Moto2, que é uma categoria competitiva para caramba”, afirmou. “Eu acho é importante antes de tudo me encontrar na moto, me encontrar com a equipe, a gente achar aí uma base sólida, que me dê confiança para eu poder ser rápido, como eu era com a Kalex. A partir daí, a gente vai conseguir realmente ver onde a gente pode estar”, continuou.
 
“No momento, a posição que eu estou não é a que eu vou estar e nem a que eu quero estar, porque em nenhum momento a gente se dedicou a entrar na pista e virar tempo. Não, em nenhum momento a gente fez isso”, contou Eric, se referindo aos dois primeiros exercícios da pré-temporada. “Mas, com certeza, cada corrida pode ser um mundo. Austin é uma pista totalmente diferente de Jerez, que é diferente da Argentina, então cada final de semana pode ser diferente. Mas eu vou dar o meu melhor sempre e o resultado que vier para mim vai estar bom”, assegurou.
 
Para esta nova empreitada, Eric precisou dar uma reforçada no preparo físico, especialmente por conta da diferença de duração das provas do Mundial e do Europeu.
Eric Granado será companheiro de Stefano Manzi, um dos pupilos de Valentino Rossi (Foto: FOrward)

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“Eu tive que intensificar mais o treino, especialmente de aeróbico, mais endurance, porque o Mundial é mais longo, as corridas são bem mais longas do que do Europeu e exige muito mais fisicamente. Ainda mais agora nos testes, a gente deu muitas voltas. Fisicamente é muito duro”, comentou. “O fim de semana de corrida é sexta e sábado dois treinos só e corrida, então são treinos em que você tem de ter explosão, ser rápido do começo ao fim. No Mundial, se você não é assim, você perde”, ponderou. 
 
“Com certeza, tem mais alguma coisa para eu melhorar, aprimorar nos meus treinos, mas acho que isso a gente vai conseguindo ver durante o ano, nas corridas eu vou sentindo o que eu preciso melhorar. Como é um ano em que eu estou voltando, ainda é uma adaptação para mim”, falou. “Com certeza, no meio do ano eu vou estar muito melhor do que agora, mas eu dei o melhor que eu pude na pré-temporada, acho que a gente está com um preparo físico ótimo no momento e eu vou estar pronto para o Catar”, sublinhou.
 
Apesar do salto para o Mundial, uma coisa não mudou na carreira de Eric: o número excessivo de viagens. Além do campeonato organizado pela Dorna, o brasileiro vai também defender seu título na divisão principal da Superbike Brasil. 
 
“A única dificuldade que pode ter, talvez é o fato de eu viajar e ficar um pouco perdido no fuso horário, mas é uma coisa que eu faço há muitos anos, então para mim não é dificuldade, é uma coisa normal”, cogitou. “Vai ser um treino para mim também andar no Brasil. Eu acho que vai ser muito importante para os meus patrocinadores eu estar aqui, para os que torcem por mim, eu poder estar por perto e me verem correr. Acho que este é um lado muito positivo. A 1000cc também me ajudou muito no ano passado na minha pilotagem. È uma moto com muita potência, e isso me ajudou a aprimorar ainda mais a pilotagem. Eu acho que só tem a somar. Vão ser muitas corridas no ano, com certeza, eu vou sempre dar o meu melhor e tentar não me machucar para poder estar presente em todas as corridas e pontuar ― tanto aqui quanto lá ― o máximo possível”, continuou.
 
Questionado pelo GP se a Forward não se opôs a este acúmulo de funções, Eric respondeu: “Não. Desde o começo a conversa foi muito clara de que eu precisava correr aqui”. 
 
“A Forward é uma equipe formada por muitos profissionais que entenderam perfeitamente a situação. Com certeza, é um risco, a gente tem de ser realista, mas faz parte”, minimizou. “Eu vou participar aqui, vou participar lá, e vou dar o meu melhor nos dois. Com certeza, a Honda entrando nesse projeto foi o que me possibilitou estar no Mundial agora, então nada mais justo do que eu estar aqui e ser o piloto que vai defender o título e ir em busca de outro”, concluiu.

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