KTM revela ter 23 potenciais investidores, mas vê dívidas passarem de R$ 12 bilhões
A KTM segue com delicada situação financeira e viu a dívida com credores ser ampliada nas últimas semanas, em meio a muitas mudanças internas. Mesmo assim, a companhia destacou que tem longa lista de investidores de olho nos projetos
A situação financeira da KTM segue dramática e com cada vez mais desdobramentos que podem respingar no projeto da MotoGP. Uma recente reunião entre dirigentes da montadora austríaca e da empresa que conduz a autoadministração da companhia revelou um aumento da dívida com credores, passando dos €2 bilhões — cerca de R$ 12 bilhões.
Na última quarta-feira (23), o grupo Pierer Mobility já tinha anunciado uma importante mudança no cargo de liderança, com a saída de Stefan Pierer, comandante da KTM desde 1992, e entregando a chefia nas mãos de Gottfried Neumeister, que se juntou à fábrica no ano passado. A companhia ainda pontuou, segundo o site Crash, que possui 23 potenciais investidores de olho nas ações para recuperação da fábrica.
Em um comunicado divulgado, a empresa deixou claro que “Stefan Pierer entregará o cargo de CEO da Pierer Mobility AG e da KTM AG a Gottfried Neumeister”, antes de acrescentar que Pierer “continuará apoiando [Neumeister] como co-CEO durante o processo de reestruturação”. Ou seja, o empresário permanece integrando o Conselho Executivo e acompanhando de perto cada etapa.
O principal ponto de discussão interno na KTM é a forma de encontrar fundos para o plano de reestruturação, especialmente para liquidar 30% da dívida com credores em até dois anos, algo que deve ser votado em uma reunião extraordinária nos próximos dias.

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A KTM enfrenta mais de 3000 reclamações de credores, sendo a maior parte de funcionários com pendências financeiras. Nesta semana, o site italiano GPOne, afirmou que o grupo Pierer Mobility conseguiu encontrar parceiros e novos investidores que fizeram o compromisso de impulsionar em € 900 milhões — cerca de R$ 5,6 bilhões, pela cotação atual — o grupo. Tratam-se de fundos de capital privado que desejam comprar ações da KTM. Além disso, alguns dos acionistas atuais como a Bajaj Auto e a CFMoto devem aumentar seus investimentos.
Atualmente competindo na MotoGP, a KTM demitiu centenas de funcionários e planejava pausar a fabricação das motos de rua nos primeiros dois meses de 2025. Em novembro passado, a Pierer Mobility anunciou que não espera segurar o financiamento necessário à tempo, iniciando um processo de reestruturação. A montadora, no entanto, garantiu sequência na MotoGP e até mesmo o desenvolvimento da moto RC16.
O método escolhido foi a autoadministração. A atual gerência da KTM seguirá no controle da companhia durante o processo, trabalhando sob supervisão judicial para implementar um plano de reorganização.
Além de interromper a fabricação de novas motos por 2 meses, o processo de reestruturação também contou com a demissão de 750 funcionários e a reversão da aquisição da MV Agusta. A empresa também planeja a venda do projeto de veículo esportivo X-Bow.
A MotoGP volta a acelerar entre 5 e 7 de fevereiro de 2025 para os primeiros testes de pré-temporada, em Sepang, na Malásia. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.

