Marc Márquez descomplica erros na Austrália e cria casca para ser favorito na MotoGP 2025
Marc Márquez voltou a vencer na temporada 2024, dessa vez em uma grande prova de recuperação na Austrália. E o espanhol ainda mostrou que é capaz de superar erros ou problemas, criando uma grande dor de cabeça para os rivais que pensam no próximo campeonato da MotoGP
A MotoGP precisa agradecer pela existência de Phillip Island, preciso começar este texto pontuando esse fato. Localizado no meio do nada, o circuito que é palco do GP da Austrália tem lado charmoso, mas também entrega grandes corridas por conta de seu traçado traiçoeiro e cheio de pontos de ultrapassagens entre subidas e descidas, muitas vezes com chuva ou rajadas de vento. Neste domingo (20), não foi diferente e novamente coroou Marc Márquez como vencedor na edição de 2024, dessa vez em uma corrida de tirar o fôlego.
E cada vitória de Márquez teve uma particularidade neste ano. A quebra do ingrato jejum de três temporadas foi em Aragão, marcada pelo domínio de ponta a ponta. Em San Marino, a ajuda dos céus foi crucial para superar os rivais. Na Austrália, os erros foram a marca de uma reação espetacular, que culminou em um triunfo definido apenas nos últimos giros e mostrando as garras diante de um igualmente valente Jorge Martín.
Afinal, Marc Márquez já mostrou que está pronto para a promoção que ganhou para o próximo ano, quando correrá na equipe de fábrica da Ducati. A etapa australiana mostrou apenas que o espanhol tem total capacidade de consertar os erros ou problemas que aparecem ao longo do caminho de um fim de semana, mais ou menos como foi capaz de realizar em muitas ocasiões durante o domínio da Honda na década passada.
Assim como na sprint, o problema do piloto da Gresini foi na largada. Um erro bobo e que poderia ter sido evitado. Pouco antes da partida, o hexacampeão da MotoGP se incomodou com um mosquito e tirou a sobreviseira que caiu no meio da roda. A partir dali, um show de horrores, com direito a cair de segundo para 13º em poucos metros, ainda que tenha recuperado várias posições logo de cara.

“Sempre acontece algo. Nunca tiro a sobreviseira antes da largada, mas dessa vez quando estava colocando o dispositivo [de partida], tinha uma mancha muito grande diante dos meus olhos. Tirei e ficou no meio da roda. Não consegui afastar e a moto começou a patinar quando larguei. Na primeira curva, estava rodeado de pilotos, pensei que seria impossível alcançar o Jorge [Martín], mas na sexta volta me vi com opções, salvei pneu para o fim e tudo ficou bem”, afirmou.
“Nunca tiro no grid porque pode acontecer isso comigo ou outra moto, mas tinha um mosquito bem no meio e tive que tirar porque não via nem as luzes. Na primeira curva, vi que estava ao lado do Luca Marini e nem sabia onde estava, mas consegui me recuperar”, seguiu Marc.
Depois de ser acalmar, Márquez voltou a colocar todo mundo no bolso, como na sprint e até mesmo nos melhores tempos da carreira. Passou rivais fortes como se estivesse em uma classe inferior até encostar nos líder Jorge Martín e Francesco Bagnaia. Quando a dupla se enroscou por algumas curvas, o espanhol deu o bote e rapidamente virou o favorito para vencer.
Ainda que tenha levado algumas voltas, especialmente estudando as linhas de Martín, conseguiu executar uma boa manobra. Antes, porém, precisou duelar com o compatriota até finalmente chegar de fato na liderança, conquistada na marra e com garras apontadas. Foi o triunfo de recuperação que falta na lista da temporada que renasceu Márquez para a classe rainha do Mundial de Motovelocidade.
▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2

“Toda vitória é boa, mas voltar a ganhar aqui e da maneira que foi a corrida, é para ficar muito feliz. Estivemos nas três primeiras posições durante todo o fim de semana e isso me deu confiança para tentar a recuperação”, destacou.
“Houve um momento em que pensei que estava tudo perdido, que não tinha mais nada para alcançá-lo, mas vi que ele [Martín] estava gerenciando os pneus e pensei que eu não faria isso, depois veria no final. Cheguei um pouco no limite nas voltas finais, mas ele também. Ataquei e ele, claro, tinha mais a perder do que eu, então isso me ajudou no corpo a corpo”, finalizou.
Depois de três vitórias na temporada, Marc Márquez ainda se coloca como um intruso na briga pelo título da MotoGP, podendo tirar pontos de Martín ou Bagnaia nessa reta final. Ainda que conte com chances matemáticas, sabe que a situação não é favorável e vai apenas aprender mais e mais do equipamento que conheceu este ano.
Afinal, ano que vem não será uma moto defasada ou uma equipe satélite. Márquez estará no melhor time do campeonato, com a moto de último modelo. O favoritismo já faz parte das questões vividas pelo veterano piloto, mas faltava criar casca e sair de situações adversas. Na Austrália, finalmente conseguiu. E essa é uma péssima notícia para seus rivais, especialmente pensando no próximo campeonato.
A MotoGP volta a acelerar no próximo fim de semana, entre 25 e 27 de outubro, com o GP da Tailândia, em Buriram, 18ª etapa da temporada 2024. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.

