Márquez tem sábado perfeito, mas Dovizioso faz sombra para manter tradição da Ducati

Marc Márquez foi irrepreensível na classificação ― para variar ― e garantiu a pole-position para o GP da Áustria. Dono de um ritmo forte, o #93 larga como favorito a vitória, mas vê Andrea Dovizioso forte para defender a tradição da Ducati no Red Bull Ring

Não que alguém ainda fique surpreso, mas Marc Márquez voltou a ser impecável neste sábado (10). O piloto da Honda ignorou a concorrência e fez história na Áustria ao deixar Mick Doohan para trás e conquistar sua 59ª pole-position na classe rainha do Mundial de Motovelocidade.
 
Dono de um bom ritmo desde que pisou no Red Bull Ring na sexta-feira, Márquez desfilou velocidade ao longo dos treinos e massacrou a concorrência ao assegurar sua sétima pole no ano com 0s434 de margem para Fabio Quartararo, o segundo colocado no grid. Mais 0s054 atrás, Andrea Dovizioso aparece para fechar a primeira fila.
 
Vivendo um ano que beira o impecável, Márquez entrou favorito na classificação, mas tinha um alvo extra no circuito onde foi pole nos dois anos anteriores: um giro na casa de 1min22s.
Marc Márquez fez sua mágica no sábado na Áustria (Foto: Red Bull Content Pool)
“Já no TL4 eu vi que talvez fosse possível chegar em 1min22s, mas ficamos em 1min23s0”, contou Marc. 
 
Mesmo fora do alvo, o irmão de Álex saiu da pista satisfeito, especialmente por entender que a Honda trabalhou na direção certa. Mesmo sublinhando que a confiança está em alta, o espanhol segue em alerta, já que entende que Dovizioso tem um ritmo bom o bastante para dificultar uma nova excursão rumo ao topo do pódio. 
 
“Foi uma boa volta, mas o mais importante é que nos sentimos bem na moto e a confiança está realmente alta. Durante todo o fim de semana, nós trabalhamos da melhor maneira dentro da Honda, demos os passos corretos no momento, mas amanhã é o dia mais importante e este cara à esquerda [Dovizioso] não está longe”, apontou. “Ele é consistente e, especialmente com pneus usados, tem um bom ritmo”, insistiu. 
 
Apesar de a Ducati ter o melhor histórico na Áustria, com vitórias de Andrea Iannone, Dovizioso e Jorge Lorenzo, Marc também está atento à performance de Maverick Viñales e Quartararo. 
 
“Não podemos esquecer os pilotos da Yamaha, Viñales e Quartararo”, considerou. “Parece que vai ser interessante, parece que a temperatura vai cair. Como em todas as corridas, o mais importante é escolhermos bem o pneu traseiro”, defendeu.
 
Bem ao longo de todo o fim de semana, Márquez acredita que pode tentar escapar na ponta, mas também considera a possibilidade de ter de encarar um duelo com Dovizioso.
 
“Se você olhar para os tempos do TL4, tenho ritmo para escapar. A pista muda entre a manhã e a tarde e patina muito. Amanhã a temperatura será mais baixa, então terá mais aderência e os rivais vão se aproximar”, ponderou. “Dovi é o mais perigoso. A estratégia dele é esticar a corda e ver se ela se rompe”, comentou.

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Ciente da força do rival e também da situação no campeonato, Márquez deixou claro que não vai arriscar tudo para conquistar o único circuito onde a ainda não venceu no calendário atual.
 
“Dovi tem um bom ritmo. Se chegarmos ao final, teremos de controlar, mas pensando que temos 63 pontos [de vantagem]. Não é a mesma coisa perder cinco ou 25 pontos”, opinou. “É claro que dá uma gana mais, uma motivação. Mas é um circuito mais e já me lembraram dentro da equipe que nós vamos voltar no ano que vem. Um Mundial custa mais do que uma só corrida”, completou.
 
Vice-líder do campeonato, Dovizioso celebrou ter alcançado a meta de largar na primeira fila e considerou que está pronto para encarar Márquez para manter a invencibilidade da Ducati no Red Bull Ring intocada.
 
“Nossa meta era largar na primeira fila e conseguimos. Estou feliz com isso, pois na classificação o feeling não era bom como nos treinos, então não pude fazer uma volta em 1min23s baixo. Mas, no fim, a primeira fila é muito importante, porque Marc tem um ritmo realmente bom e, com certeza, quer ficar na frente e ditar o ritmo, e nós temos de estar prontos”, comentou. “Nós trabalhamos muito duro para a corrida, somos bem consistentes, mas Marc foi muito rápido com todos os pneus, em todos os treinos, mas nós estamos lá. Nós trabalhamos muito duro, acho que estamos prontos para lutar. Ainda tem alguma coisa onde posso melhorar, mas é positivo. Vamos ver as condições de amanhã. Nós ainda temos o warm-up para trabalhar nisso”, seguiu.
 
“Nós ainda estamos perdendo [no terceiro setor] e é um ponto onde, com certeza, posso ser melhor. Estamos focando nisso e estudando os dados, também de outros pilotos da Ducati, pois cada piloto guia de uma maneira diferente, para ver se podemos encontrar alguma coisa positiva dos outros pilotos”, considerou. “Tem alguma margem e isso é positivo, então estamos prontos para amanhã”, garantiu.
Andrea Dovizioso garantiu que tem chance de brigar (Foto: Red Bull Content Pool)
Do lado da Yamaha, chama a atenção a diferença que um ano faz. No ano passado, a cúpula do time se desculpou com Viñales e Valentino Rossi pela performance na YZR-M1 na Áustria, mas, desta vez, são três pilotos dentro do top-10.
 
Como tem acontecido com certa frequência, Quartararo levou a melhor, mas não escondeu a surpresa com o resultado.
 
“É uma grande surpresa estar na primeira fila”, admitiu. “Nós trabalhamos muito para tentar encontrar um bom ritmo com os dois pneus, com o macio e o médio, mas a meta era estar na segunda fila ou na terceira. Fiquei realmente impressionado quando alcancei a segunda posição. Acho que é a primeira fila mais especial que tivemos neste ano”, avaliou.
 
Questionado sobre as chances para a corrida, Fabio respondeu: “Eu, normalmente, sempre me coloco uma posição meta, mas acho que essa corrida será a mais difícil da temporada. É uma pista que não casa muito bem com a Yamaha, mas amanhã é uma corrida em que precisamos aprender com os outros pilotos e ganhar experiência. Como Marc disse, essa é uma pista em que precisamos controlar os pneus, o tanque de combustível no início da corrida, então você realmente precisa dar 100% e curtir a corrida”.
 
Abrindo a segunda fila, Viñales também celebrou o bom trabalho da Yamaha, mas sublinhou que será preciso manter o foco para compensar o déficit de velocidade da YZR-M1.
 
“Honestamente, estou realmente feliz, porque nós trabalhamos de uma boa maneira hoje, mas, de qualquer forma, temos de continuar tentando, porque perdemos alguns décimos nas retas que temos de recuperar nas freadas e na velocidade de curva”, comentou. “Temos de continuar trabalhando duro para ver se podemos melhorar. A forma como a moto está funcionando nas curvas é realmente boa, então o chassi é realmente bom”, elogiou. 
 
“Não sei como será o clima amanhã, vamos dar nosso melhor e aí veremos. No fim, as condições são as mesmas para todos, então precisamos continuar trabalhando para sermos rápidos quando tem menos aderência”, defendeu.
 
0s790 mais lento que Márquez, Valentino Rossi não ficou muito satisfeito com seu desempenho na classificação, mas acredita que tem ritmo para sonhar mais alto na corrida.
 
“Especialmente nesta manhã, o TL3 foi uma boa sessão de treinos, porque com o pneu da corrida eu tenho um ritmo bom. No TL4, eu sofri mais, porque usamos pneus muito velhos para ver entendermos se o nosso nível também não é tão mal no fim da corrida. Por conta disso, a minha posição é bem ruim, mas não é realista. Muitas pessoas colocaram pneus novos, enquanto nós estávamos trabalhando com pneus muito velhos”, relatou. “Mas não estou muito feliz com a décima posição no grid, eu esperava mais. Na classificação, cometi alguns erros e não rodei no meu máximo”, admitiu. 
 
“O problema é que entre a quinta e a 12ª colocação, estamos todos muito próximos. Largar na quarta fila vai ser duro, mas meu ritmo é bem bom, não estou tão mal. Mas também para a corrida, muitos pilotos são rápidos, então vamos ver”, encerrou.

O GP da Áustria de MotoGP está marcado para o domingo, às 9h (de Brasília). Acompanhe aqui a cobertura do GRANDE PRÊMIO.

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