MotoE abre nova era na França com rótulo de Mundial e chegada da Ducati

Depois de quatro temporadas com motos feitas pela Energica, a MotoE começa um novo capítulo da história a partir deste fim de semana, com a entrada da Ducati como fornecedora única das motos da categoria

VEM AÍ UM NOVO CAPÍTULO NA HISTÓRIA DA MOTOE! Depois de quatro temporadas com motos da Energica, a série dos protótipos elétricos abre uma nova fase em 2023, com a Ducati como fornecedora única da categoria.

O formato do campeonato segue o mesmo: dois treinos e a classificação dividida em Q1 e Q2 na sexta-feira e duas corridas no sábado. Todas as etapas serão em rodadas duplas.

A Ducati V21L é a nova moto da MotoE (Foto: Divulgação/MotoGP)

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Como é o calendário de 2023 da MotoE?

A temporada 2023 do Mundial de MotoE terá de oito etapas, todas na Europa, totalizando 16 corridas, já que é disputado no formato de rodadas duplas. A disputa começa em Le Mans, na França, e depois passa por Mugello, Sachsenring, Assen, Silverstone, Red Bull Ring e Barcelona, antes de fechar o ano em Misano.

A maioria das corridas terá sete voltas — como acontece em Itália, Holanda, Áustria e Catalunha —, com as maiores provas sendo as da Alemanha, onde os competidores vão completar dez giros. Os menores GPs do ano serão os da Grã-Bretanha, com seis voltas, enquanto as disputas de França e San Marino e da Riviera de Rimini tem sete.

DATAETAPACIRCUITOVOLTAS
14/5GP DA FRANÇALE MANS8
11/6GP DA ITÁLIAMUGELLO7
18/6GP DA ALEMANHASACHSENRING10
25/6GP DA HOLANDAASSEN7
6/8GP DA GRÃ-BRETANHASILVERSTONE6
20/8GP DA ÁUSTRIARED BULL RING7
3/9GP DA CATALUNHABARCELONA-CATALUNHA7
10/9GP DE SAN MARINO E DA RIVIERA DE RIMINIMISANO8

Como é o grid da MotoE na temporada 2023?

Tal qual acontece desde o início da categoria, o grid será composto por 18 pilotos, mas agora distribuídos entre nove equipes ao invés das 11 de 2022. As ausentes são Ajo e Avintia, o que faz com que IntactGP e Sic58 ampliem o envolvimento na MotoE, passando a ter duas motos como todas as demais escuderias.

A lista de inscritos é contida por uma mistura de novatos e veteranos. São cinco estreantes no grid, dois campeões presentes — Matteo Ferrari, que venceu em 2019, e Jordi Torres, que triunfou em 2020 e 2021 — e uma única mulher: María Herrera, presente desde a estreia.

A IntactGP vai contar com o novato — apesar de já conhecido no Mundial de MotovelocidadeRandy Krummenacher e com Héctor Garzó, que já disputou outras duas temporadas. A Gresini conta com Ferrari e Alessio Finello, que vai para o segundo ano. Na Pons, o já veterano Mattia Casadei terá a companhia do debutante Nicholas Spinelli.

A LCR é a equipe do brasileiro Eric Granado e do espanhol Miquel Pons, ambos já experientes na classe. A Sic58 também escolheu veteranos e vai com Kevin Zannone e Kevin Mandredi. A Aspar tem Herrera e Torres, enquanto a Pramac vai com os novatos Luca Savadori e Tito Rabat, que foi campeão da Moto2 em 2014.

A RNF vem com o ‘rookie’ Mika Pérez e com Andrea Mantovani, que soma 11 largadas na MotoE entre 2021 e 2022. A Tech3, por fim, também optou pelo traquejo e vai alinhar com Alessandro Zaccone e Hikari Okubo.

3R KRUMMENACHERIntactGP
4H GARZÓIntactGP
6M HERRERAAspar
8M PÉREZRNF
11M FERRARIGresini
19A MANTOVANIRNF
21K ZANNONISic58
23L SAVADORIPramac
29N SPINELLIPons
34K MANFREDISic58
40M CASADEIPons
51E GRANADOLCR
53T RABATPramac
61A ZACCONETech3
72A FINELLOGresini
77M PONSLCR
78H OKUBOTech3
81J TORRESAspar

Qual a moto da MotoE em 2023?

Após quatro temporadas com a Ego Corsa, a MotoE terá uma moto nova neste ano. A partir de 2023, a Ducati substitui a Energica como fornecedora única da categoria.

A V21L é a primeira moto elétrica da marca de Borgo Panigale, que quer usar a categoria para “desenvolver conhecimentos para o futuro”. A ideia da Ducati é “experimentar soluções tecnológicas no mundo das corridas e trabalhar para garantir que tudo o que é desenvolvido nesta área pode ser transferido para motocicletas” de rua.

O desenvolvimento do protótipo contou com engenheiros da Ducati e da Ducati Corse, a divisão de corridas da casa de Bolonha. O Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento “cuidou de todas as atividades de gerenciamento de projetos, juntamente com o design e simulações no trem de força elétrico, enquanto o design da MotoE foi cuidado pelo Centro Stile Ducati, que também criou a pintura da moto. A Ducati Corse, por outro lado, trabalhou no design de peças eletrônicas, nos controles e estratégias de software, nas simulações da dinâmica e aerodinâmica da motocicleta e, finalmente, nos processos de montagem, teste e aquisição de dados da moto”.

Assim, a V21L tem um peso total de 225 kg — 22 a menos do que a antecessora, mas 68 kg a mais do que uma MotoGP. A moto pesa 12 kg a menos do que os requisitos mínimos apresentados por Dorna e FIM (Federação Internacional de Motociclismo) para completar a corrida.

Alex De Angelis foi um dos que atuou no desenvolvimento da V21L (Foto: Divulgação/MotoGP)

A potência máxima é de 110 kW, contra 120 kW da Ego Corsa, mas a V21L vence no quesito velocidade máxima, já que chegou a 275 km/h em Mugello, na Itália, contra 270 km/h da máquina da Energica.

A parte mais pesada, da moto, porém, é a bateria, que 110 kg e oferece uma capacidade de 18 kWh. O inversor — que converte a corrente contínua da bateria em corrente alternada — é derivado de um modelo de alto desempenho usado no automobilismo com veículos elétricos, enquanto o motor — que chega a 18 mil RPM — foi produzido por um parceiro seguindo as especificações técnicas fornecidas pela Ducati.

De acordo com a casa de Borgo Panigale, uma das soluções técnicas mais avançadas da V21L é justamente o sistema de refrigeração. A Ducati aponta que a moto conta com um sistema “líquido particularmente sofisticado e eficiente, com um circuito duplo projetado para atender às diferentes necessidades térmicas da bateria e da unidade motor/inversor. Isso garante extrema regularidade de temperaturas com benefícios importantes em termos de consistência de desempenho, mas também em tempos de carregamento”.

A ficha técnica da V21L aponta que a moto pode ser carregada no instante em que entra na garagem, sem a necessidade de esfriar. Além disso, são necessários 45 minutos para recarregar a bateria até 80% da autonomia. Para efeito de comparação, um carro da Fórmula E, que já está na nona temporada, leva cerca de 6 minutos para ser carregado.

A moto elétrica da Ducati carrega no projeto características de outros projetos da marca. “A caixa de fibra de carbono da bateria também atua como uma parte estressada do chassi, como o que acontece para o motor Ducati Panigale V4, com um quadro frontal monocoque de alumínio para a área frontal pesando 3,7 kg. A traseira é composta por um braço oscilante de alumínio pesando 4,8 kg com uma geometria semelhante à da Ducati Desmosedici de MotoGP. O subquadro traseiro, que integra a cauda e o assento do piloto, é feito de fibra de carbono”.

A suspensão conta com um garfo pressurizado da Öhlins, com tubos invertidos de 43mm de diâmetro na dianteira, derivado da Superleggera V4, enquanto o amortecedor é também da mesma marca. O sistema de freios é fornecido pela Brembo, mesma marca usada na MotoGP, por exemplo.

Eric Granado é o único brasileiro no grid da MotoE (Foto: Divulgação/MotoGP)

A equipe de desenvolvimento da Ducati MotoE contou com Michele Pirro — que também trabalha com a Desmosedici —, Alex De Angelis e Chaz Davies, sob o comando de Marco Palmerini. A marca de Bolonha trabalhou na eletrônica para “obter uma resposta do acelerador como a de uma unidade endotérmica e uma resposta dos controles eletrônicos (como Ducati Traction Control, Ducati Slide Control, Ducati Wheelie Control e mapas de acelerador/freio do motor) indistinguíveis daquela das motos de corrida a que os pilotos da Ducati estão acostumados”.

Como se trata de uma empresa do grupo Volkswagen, a fábrica alemã compartilhou conhecimento, por meio de um curso específico de aprendizagem e formação. “A Ducati está em contato próximo com os centros de especialização do Grupo e com o Centro de Excelência (CoE) em Salzgitter, na Alemanha, mas também com outras marcas do Grupo, como Porsche e Lamborghini”, apontou a construtora italiana.

A MotoE entra em ação no fim de semana de 14 de maio, com o GP da França, em Le Mans. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade.

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