Prévia: no quintal de casa, Rossi tenta se afastar de Lorenzo na luta pelo 10º título

Correndo a 10 km de Tavullia, Valentino Rossi vai tentar igualar os cinco triunfos de Jorge Lorenzo na temporada 2015 e abrir vantagem na luta pelo décimo título. O #46 chega a Misano com 12 pontos de diferença para o companheiro de Yamaha na classificação

A cobertura completa do GP de San Marino no GRANDE PRÊMIO

 Em sua 20ª temporada no Mundial de Motovelocidade, Valentino Rossi segue estabelecendo recordes. Às vésperas da 13ª etapa de 2015, o italiano chega a Misano como líder da MotoGP, pouco após se aproximar de Phil Read na lista dos pilotos mais velhos que triunfaram na classe rainha do campeonato.
 
Com uma vitória no GP da Grã-Bretanha, Rossi, aos 36 anos e 195 dias, se aproximou de Read, que tinha 36 anos e 235 dias quando venceu o GP da República Tcheca de 500cc em 1975, e pode bater o britânico se voltar a vencer a partir do GP do Japão. O mais velho a vencer na divisão principal foi Fergus Anderson, que triunfou na prova das 500cc em Montjuïc em 1953 aos 44 anos e 237 dias. 
A disputa entre Valentino Rossi e Jorge Lorenzo será o foco até o fim da temporada (Foto: Yamaha)
Além do marco em termos de idade, a vitória de Valentino em Silverstone também adicionou um traçado à lista de circuitos onde o italiano venceu na MotoGP. Com exceção de Termas de Río Hondo e Aragão, o #46 já venceu em todos os demais traçados do atual calendário, além de ter escrito seu nome na história das pistas de Donington Park, Estoril, Laguna Seca, Jacarepaguá, Xangai, Suzuka e Welkom.
 
Incluindo os triunfos nas 125cc e nas 250cc, a lista de vitórias do italiano sobe de 23 para 29 traçados, somando aí Buenos Aires, Ímola, Nürburgring, Paul Ricard, Sentul e Shah Alam.
 
Neste fim de semana, Rossi chega à sua prova de casa — a pequena Tavullia está a apenas 10 km da pista de Misano — na liderança do Mundial pela primeira vez desde 2009, quando foi para o traçado de San Marino com 25 pontos de vantagem para Jorge Lorenzo.
 
Em sua prova de casa, o filho de Graziano e Stefania terá de lidar com a pressão da torcida — de acordo com a organização da prova, 100 mil pessoas devem lotar Misano, superando a marca de 88.665 espectadores da prova do ano passado —, mas a força das arquibancadas não é, nem de longe, a mais ameaçadora.
 
Desde que a pista localizada na via Daijiro Kato voltou ao calendário do Mundial em 2007, depois de uma ausência de 13 anos — relacionada ao acidente que encerrou a carreira de Wayne Rainey em 1993 —, Lorenzo é o piloto mais bem sucedido no traçado, somando quatro triunfos (um nas 250cc em 2007 e outros três na MotoGP entre 2011 e 2013).
Mesmo longe do título, Marc Márquez vai tentar deixar sua marca na temporada 2015 (Foto: Honda)
Na disputa entre os construtores, a Yamaha também tem vantagem no traçado Adriático, onde venceu seis vezes desde 2007, contra um triunfo da Honda e outro da Ducati. Aliás, Misano é o único circuito do calendário atual onde a marca da asa dourada não venceu na classe rainha nos últimos quatro anos.
 
A história da temporada mostra que Lorenzo tem mais ritmo que Rossi, mas a constância do italiano, que não fica fora do pódio desde o GP de Aragão do ano passado, tem se mostrado um trunfo de ouro. Além disso, como bem disse Loris Capirossi, Valentino vem mostrando que sabe lançar seus ataques nos momentos mais importantes.
 
Assim, como não poderia deixar de ser, o GP de San Marino e da Riviera de Rimini será mais um confronto entre Rossi e Lorenzo, com o italiano com a vantagem de correr em casa e o espanhol gozando de um bom histórico no circuito.
 
Como sempre, entretanto, os dois não estarão sozinhos e, depois do abandono em Silverstone, é certo esperar que Marc Márquez venha com força total neste fim de semana. Não bastasse o desejo de apagar o resultado negativo da prova inglesa, o #93 ainda tem contas a acertar em Misano, onde nunca venceu na MotoGP — assim como Motegi e Phillip Island.
 
77 pontos atrás de Rossi na classificação, Márquez entende que suas chances de título se acabaram e agora mira vencer o maior número de provas possível até o fim do ano.
 
Embora o espanhol não seja do tipo a ser ignorado, Rossi e Lorenzo terão de focar um no outro. Com seis provas para o fim da temporada, é a briga interna da Yamaha que realmente importa e, se é verdade que Jorge já conseguiu por duas vezes reduzir a vantagem de Valentino, não é menos verdade que o italiano sempre encontrou um jeito de reagir.
 
 Em casa, Rossi vai tentar conquistar duas vitórias seguidas na MotoGP pela primeira vez em seis anos e, se conseguir, será o segundo mais velho a atingir tal feito, atrás apenas de Les Graham, que venceu as duas últimas provas da temporada 1952 aos 41 anos.
 
Embora atrativa, a disputa pelo título não será o único atrativo do fim de semana. Também correndo perto de casa, a Ducati mostrou evolução em Silverstone e chega a Misano com dois pilotos motivados e contando com o apoio da torcida.
 
Junto com Andrea Iannone e Andrea Dovizioso, a fábrica de Borgo Panigale também verá Danilo Petrucci sob os holofotes. Mesmo que seja improvável que o piloto da Pramac repita o pódio da etapa passada, o italiano, que foi o primeiro piloto satélite da Ducati no top-3 desde o pódio de Toni Elías em 2008 em Misano, ganhou o carinho da torcida com sua atuação na chuva e nas declarações à imprensa.
 
Moto2
 
A disputa pelo título da divisão intermediária segue de vento em popa, com Johann Zarco caminhando firme rumo a seu primeiro título. Desde que tomou as rédeas da disputa, o piloto da Ajo não fez outra coisa a não ser aumentar a vantagem na liderança. 
Johann Zarco segue dando piruetas em 2015 (Foto: Ajo Kalex)
A boa fase do francês é tamanha que os 249 pontos que tem na liderança do Mundial representam a maior pontuação de um único piloto após as primeiras 12 provas da classe intermediária desde que Max Biaggi somou 258 pontos no mesmo ponto da temporada das 250cc em 1995.
 
Também, os 85 pontos de margem para Álex Rins na tabela de classificação representam a maior vantagem de um piloto após as 12 primeiras corridas na classe intermediária do Mundial. 
 
Johann soma dois pódios em Misano, com um segundo lugar em 2011 nas 125cc e um terceiro na Moto2 em 2014. Rins, por sua vez, triunfou no circuito Adriático nos dois últimos anos, ainda na Moto3, e vem de uma sequência de quatro pódios em 2015.
 
Desde a criação da Moto2, em 2010, foram pilotos espanhóis que venceram em Misano na categoria. Toni Elías abre a lista, seguido por Marc Márquez (2011 e 2012), Pol Espargaró e Tito Rabat.
 
Moto3
 
Assim como na Moto2, a disputa na divisão inicial do Mundial de Motovelocidade segue bastante encaminhada. Apesar das vicissitudes de Indianápolis e da República Tcheca, Danny Kent segue na ponta da tabela e tem 70 pontos de vantagem para Enea Bastianini, o segundo na classificação. 
Danny Kent segue firme rumo ao título (Foto: Kiefer)
Além da boa vantagem, o titular da Kiefer também caminha em direção ao recorde de pontos da categoria, estabelecido em 249 pontos em 2013 por Luis Salom, marca que Danny vai alcançar ao somar outros 25 pontos.
 
Como tem sido ao longo da temporada, nenhum dos pilotos do grid atual têm vitórias em Misano. Entretanto, o Mundial vem sendo marcado por surpresas, já que 15 pilotos diferentes já passaram pelo pódio da Moto3, representando nove nações. 
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