Produção em série de talentos por Moto3 e Moto2 coloca pressão nos pilotos da MotoGP
Fontes quase que inesgotáveis de bons pilotos, as classes menores do Mundial de Motovelocidade fornecem competidores cada vez mais preparados para a MotoGP, o que facilita a substituição
A produção serial de talentos por Moto3 e Moto2 está tornando mais difícil a vida dos pilotos na MotoGP. Com novatos surgindo mais e mais fortes, as equipes têm uma grande variedade de opções, o que permite a substituição ao menor sinal de problemas.
Houve um tempo em que as equipes podiam se dar ao luxo de insistir em alguém que confiavam, ainda que o competidor não estivesse na melhor fase. Hoje, porém, isso é quase impossível, já que, ao manter uma aposta, as marcas correm o risco de perder para a concorrência o próximo grande astro do Mundial.
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Hoje, mais de 63% do grid da MotoGP é formado por pilotos que estiveram no Moto2 há no máximo cinco anos. As exceções são Maverick Viñales, Aleix e Pol Espargaró, Marc Márquez e Valentino Rossi. Jack Miller, Danilo Petrucci e Lorenzo Savadori, por razões diferentes, sequer passaram pela categoria. 45% dos 22 pilotos atuais fizeram a última temporada na divisão intermediária há três anos ou menos.
Ou seja, o grid é cada vez mais jovem. E esses novatos chegam mais e mais fortes. Campeão vigente, Joan Mir faz a terceira temporada na MotoGP. Fabio Quartararo, que lidera o campeonato deste ano, também. O que é mais uma confirmação do quão bem a base prepara esses competidores.
Para o próximo ano, já está certo o salto de Remy Gardner para a classe rainha, mas ele pode não ser o único estreante na Tech3. Iker Lecuona e Danilo Petrucci ainda não sabem quem ou se algum dos dois continuará por lá. A principal ameaça vem de Raúl Fernández, que estreou na classe do meio neste ano e já é cotado para a MotoGP.
Para aumentar a pressão na KTM, Aleix Espargaró já manifestou publicamente que gostaria de ter o jovem Raúl como companheiro de Aprilia.
No caso de Iker, é até esperado que a KTM entregue os pontos. Afinal, ele está no segundo ano com a equipe e não deu grandes indicativos até aqui. Por outro lado, Danilo acabou de chegar e está apenas na sétima corrida com a RC16. Natural, então, que ele precisasse de mais tempo de adaptação, já que vem de muitos anos com as motos da Ducati.
O projeto da KTM é ver campeão da MotoGP um piloto formado na casa, daí também o interesse dela em manter laços com os pilotos que a defenderam nas classes menores. O que acelera essa roda, já que a produção é contínua.
Mas ninguém tem feito tanto quanto a Ducati na promoção de talentos. Ao que tudo indica, a marca de Bolonha terá oito motos no grid de 2022 e pelo menos duas delas com novatos. E os três estreantes de 2021 também são equipados pela marca italiana.
Para aumentar ainda mais a pressão nos veteranos, a Moto3 também tem suas joias, especialmente Pedro Acosta, o astro do momento. Se optar pelo caminho da prudência, o espanhol estará na Moto2 em 2022 e, dando tudo certo, o passo natural seria chegar à MotoGP em 2023.
Assim, fácil imaginar que a renovação do grid vai seguir acelerada. É a consequência direta de ter uma base bem constituída, planejada e executada.
A MotoGP volta às pistas no próximo dia 20 de junho, para a disputa do GP da Alemanha, em Sachsenring, oitava etapa da temporada 2021. Acompanhe a cobertura do GRANDE PRÊMIO sobre o Mundial de Motovelocidade.
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