A temporada 2021 ainda conta com mais três etapas e está com a briga pelo título aberta. Fabio Quartararo lidera o certame, com 254 pontos, 52 a mais que Francesco Bagnaia, o vice-líder. Mesmo que com protagonistas diferentes, a situação na MotoGP parece a mesmo que vimos em anos anteriores. Em comum, no entanto, a presença da Ducati na segunda posição.
Bagnaia não era cotado para brigar pelo título em 2021, vale ressaltar. A expectativa estava toda no companheiro Jack Miller, mais experiente e que dominou os testes de pré-temporada. Conforme as provas foram se desenrolando, no entanot, o jogo virou e o italiano colocou-se como adversário do inalcançável Quartararo na caçada decisiva pela taça da MotoGP.
O retrato, porém, parece muito repetido até para a Ducati. Na MotoGP desde 2003, apenas um piloto da montadora italiana conquistou um título, com Casey Stoner superando Valentino Rossi em 2007. Desde então, bater na trave é uma expressão comum pelos cantos da fábrica de Bolonha, especialmente nos últimos anos. Entre 2017 e 2019, Andrea Dovizioso colocou o time na briga pelo título, mas foi impedido por um certo Marc Márquez, mesmo quando tinha boas chances.
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Em 2020, sem o espanhol para dominar as atenções, a briga pelo campeonato abriu-se para diversos competidores. Dovizioso até liderou brevemente, mas perdeu-se nas discussões internas com a Ducati e foi caindo até chegar na quarta posição, onde terminou. Pior que isso, foi a sensação de mais uma vez ter desperdiçado uma chance que não se sabe quando vai voltar. Com isso, não é de espantar que sobre um gostinho agridoce daquela montadora que vive entre o sucesso e a lama.
Por um lado, parece positivo que a Ducati tenha mantido o nível nos últimos anos e esteja sempre brigando por uma posição de destaque na tabela de pontos. Por outro, parece que as situações estão se esgotando. Márquez perdeu a coroa, a Yamaha cresceu, até a Suzuki furou a fila e o time de Borgo Panigale fica chupando o dedo. Para 2021, a situação deve se repetir, com Quartararo podendo matematicamente encerrar a disputa já na próxima etapa, o GP da Emília-Romanha, em Misano.
Terceiro colocado no GP das Américas, atrás de Quartararo, o piloto da Ducati perdeu mais quatro pontos em relação ao rival na briga pelo título, mas tenta não se abater, já que entende que o francês foi mais rápido e que Marc Márquez esteve intocável no caminho à vitória em Austin.
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“Não queiro deixar meu moral abalado. Você tem de ficar feliz quando deu tudo. O meu potencial hoje era esse, os outros foram melhores. Márquez foi intocável e Quartararo foi muito rápido”, pontuou após a corrida em Austin.
“Certamente não vou desistir, mas Fabio fez um grande trabalho neste ano: foi o mais rápido na primeira parte da temporada e o mais consistente”, apontou. “Sei muito bem onde perdi os pontos que me faltam, por causa de erros meus e problemas, e não foi hoje. Mas fui mais competitivo nas últimas corridas”, declarou.
Ainda que Bagnaia não desista da briga pelo título, o primeiro título ficou bem difícil. A sina de ficar no vice vai marcar a Ducati mais uma vez. Só um milagre pode fazer a situação se inverter. Enquanto isso, a conquista de Stoner, no já longínquo ano de 2007, vai ficando como uma única memória boa da montadora italiana que não sabe capitalizar as chances que possui.
A MotoGP volta às pistas no próximo dia 24 de outubro para o GP do Feito na Itália e da Emília-Romanha, em Misano. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade 2021.
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