Retrospectiva 2020: Com regularidade, Bastianini supera susto para vencer Moto2

Na caos que foi 2020, Enea Bastianini passou por um momento assustador no GP da Áustria. Depois do acidente, três vitórias, sete pódios e o título de uma equilibrada Moto2, algo que nem mesmo o italiano podia imaginar

Como você está cansado de ler e ouvir por aí, 2020 foi um ano atípico, cheio de mudanças e surpresas. Na Moto2, como na Moto3, cravar um favorito é muito difícil com tanto equilíbrio e pilotos capacitados. Por isso, vencer a maior parte das corridas parece o caminho para ser campeão. Enea Bastianini, no entanto, usou a regularidade para tomar a liderança do campeonato e levar o título.

O italiano venceu apenas três vezes na temporada — nos GPs da Andaluzia, República Tcheca e Emília-Romanha —, além de outros quatro pódios. Bastianini ficou fora do top-10 em apenas duas corridas: Áustria, quando abandonou em uma das cenas mais impressionantes da temporada; e na França, quando foi o 11º. Regularidade que o ajudou na briga pelo título contra os fortes Luca Marini, Marco Bezzecchi e Jorge Martín, e do surpreendente Sam Lowes.

Foi apenas o segundo ano de Bastianini na classe intermediária, correndo pela Italtrans, mas nem por isso tranquila. Já acostumado com a motor, venceu duas das quatro primeiras provas do ano, na Andaluzia e República Tcheca, assumindo a liderança do campeonato. Na Áustria, porém, o susto. Ainda na quarta volta, o italiano caiu na saída da curva 1, Hafizh Syahrin não conseguiu desviar e acertou em cheio. Por sorte, ninguém ficou gravemente ferido, mas as cenas impressionaram.

Enea Bastianini usou a regularidade para levar o campeonato (Foto: Italtrans)

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A cena poderia ter abalado, mas acabou ajudando o competidor nascido em Rimini a construir sua base regular ao longo do campeonato. E os vacilos dos adversários foram uma ajuda e tanto — mas destes falaremos depois. Ao assumir a liderança do certame no GP da Europa, antepenúltima do campeonato. Depois, foi só controlar a pontuação em Valência e Portimão. Além do título, ganhou uma chance na MotoGP em 2021, correndo pela Avintia.

Luca Marini, o vice-campeão, parecia o favorito. Também teve três vitórias na temporada. Também com regularidade, foram as três etapas fora da zona de pontuação, inclusive dois abandonos, que o tiraram de vez da briga. Sam Lowes, o terceiro, também parecia pronto para vencer. Encaixou cinco pódios em sequência, sendo três vitórias seguidas, mas depois dois resultados ruins o derrubaram na reta final.

Luca Marini liderou boa parte do certame, mas ficou com o vice (Foto: VR46)

Em um ano de sete vencedores — Bastianini, Marini, Lowes, Bezzecchi, Martín, Gardner e Nagashima — e nove poles diferentes, a Moto2 mostrou o equilíbrio junto com uma geração muito boa que pode brilhar na MotoGP em um futuro não muito distante. Por isso, não espanta vermos três novos pilotos no grid da classe principal no próximo ano.

Mas uma categoria tão equilibrada, existem dois jeitos de dominar. Bastianini optou pela maneira sorrateira, aos poucos, até que ninguém o alcançasse mais. Uma estratégia que pagou seu preço com a taça de campeão após o GP de Portugal. Um título merecido após as glórias e o susto vivido em um caótico 2020.

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