Viñales executa plano à perfeição na Malásia e faz valer melhora da Yamaha

Tal como tinha avisado no sábado, Maverick Viñales colocou em prática o plano de tomar a ponta na largada e escapar dos rivais para vencer pela segunda vez na temporada. Triunfo chega como atestado da evolução da Yamaha, ainda que o déficit de velocidade tenha, mais uma vez, ficado evidente

Maverick Viñales era um homem com um plano neste domingo (3) de MotoGP. Seguindo à risca o planejamento elaborado no sábado, o #12 tratou de tomar a liderança do GP da Malásia ainda nos primeiros metros e imprimiu o bom ritmo que exibiu ao longo de todo o fim de semana para se afastar pouco a pouco da concorrência.
 
Sem rivais na maior parte das 20 voltas em Sepang, o espanhol de Figueres recebeu a bandeirada com 3s059 de frente para sua segunda vitória na temporada ― a primeira desde o GP da Holanda. Além de marcar a primeira vez desde 2017 que a Yamaha vence mais de uma corrida no ano, o triunfo deste domingo também encerrou uma longa seca da marca dos três diapasões no traçado malaio: a última vitória da YZR-M1 em Sepang tinha sido com Valentino Rossi, ainda em 2010.
Maverick Viñales (Foto: Reprodução)
Depois de acariciar a vitória em Phillip Island, Viñales chegou faminto em Sepang e, desde sexta-feira, mostrou um ritmo bom o bastante para brigar pelo topo do pódio.
 
“Tenho de dizer que é um dos momentos da minha vida em que estou mais feliz, pois, depois da queda da Austrália, senti que venci a corrida, senti no meu corpo, porque eu já tinha feito o ataque na minha cabeça, mas acabei caindo”, contou Maverick. “Então foi um pouco um desastre para nós, mas aí chegamos aqui com as coisas muito claras, a moto estava em um nível realmente bom todo o fim de semana, desde o TL1, desde as primeiras voltas, então nós forçamos mais e mais e, no fim, abrimos vantagem, o que é importante. Aí tentamos controlar a corrida”, seguiu. 
 
“Não foi fácil, foi muito difícil, especialmente mentalmente, porque foi duro, mas preciso dizer parabéns ao time, pois, em todo o fim de semana, eles fizeram um trabalho fantástico”, elogiou.
 
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“É incrível, pois, em Phillip Island, eu senti que tinha a vitória nas minhas mãos, mas cometi um erro e caí, então aqui, durante todo o fim de semana, fui muito consistente: com pneu novo, pneu usado, ataque à tabela. Então eu sabia que, se pegasse a primeira posição, eu tinha a chance de forçar, forçar e forçar e tentar abrir vantagem”, explicou.
 
Questionado se ficou surpreso por ver Marc Márquez em segundo ao invés das Yamaha que dominaram o fim de semana, Maverick respondeu: “Sim. Eu pensei: ‘de novo. Como em Phillip Island’”.
 
“Desta vez, eu tinha alguma coisinha na manga para o caso de Marc voltar”, revelou. “Estou muito feliz, porque nós controlamos o fim de semana muito bem. Eu fui bem nas primeiras voltas, estava lá. Há muitas corridas que eu estava tentando, tentando e tentando lutar pela vitória, mas hoje eu tive a chance e consegui”, ressaltou.
 
Perguntado sobre a importância de deixar Jack Miller pelo caminho ainda no início da corrida, Maverick respondeu: “Eu tentei umas quatro ou cinco vezes antes de ultrapassar Jack, porque eu sabia que tinha de forçar para abrir vantagem em relação a Marc, Dovi, Valentino e também Fabio e Morbidelli, e tinha também a oportunidade. Quando vi Jack em primeiro, forcei, forcei, o ultrapassei, ele me seguiu por duas ou três voltas, foi muito rápido, mas, não sei o porquê, mas nós tínhamos um ritmo muito forte com o médio, também nas primeiras voltas, e abrimos vantagem. Foi inacreditável. Estou muito feliz”.
 
Maverick destacou que esteve próximo da vitória muitas vezes nas últimas corridas, mas só no traçado malaio que conseguiu o resto que faltava para subir ao topo do pódio. 
 
“Foram muitas, muitas corridas em que terminamos apenas a 1s da vitória, 0s5, e eu não podia atacar. Isso foi um pouco frustrante, porque eu sentia que tinha muito potencial nas últimas dez voltas e não podia forçar”, comentou. “Na Austrália, eu sabia que era essa a estratégia e forcei desde o início, tentei escapar, mas Marc foi muito inteligente, usou o vácuo. Mas aqui eu tive a oportunidade mais uma vez, consegui o segundo lugar na classificação e sabia o que tinha de fazer. E fizemos”, continuou. 
 
“Honestamente, a segunda vitória do ano, com certeza, não é o resultado que queremos, pois queremos mais, mas podemos ficar muito satisfeitos pela forma como começamos a temporada”, completou.
 
Embora a vitória de Viñales seja um sinal claro da melhora da Yamaha ao longo do ano, o GP da Malásia também jogou luz ― mais uma vez ― nas deficiências do motor da YZR-M1, especialmente em termos de velocidade máxima.
 
Em Sepang, por exemplo, a maior velocidade foi registrada por Dovizioso em 331,2 km/h, enquanto que a Yamaha mais rápida ― a de Quartararo ― chegou a 326,2 km/h. Vencedor da corrida, Maverick chegou apenas a 320,4 km/h.
 
Todavia, com Maverick isolado na ponta graças a uma estratégia muito bem executada, foi Valentino Rossi quem deixou clara a dificuldade. Autor da melhor volta da corrida, o italiano pressionou Andrea Dovizioso pelo terceiro lugar durante boa parte do GP, mas viu o #4 escapar toda vez no trecho que compreende as duas longas retas de Sepang. O #46 alcançou uma velocidade de apenas 323,3 km/h, uma diferença, portanto, de 7,9 km/h em relação ao vice-campeão de 2019.
 
      Km/h
1 A DOVIZIOSO Ducati 331.2
2 F BAGNAIA Pramac Ducati 328.2
3 F QUARTARARO SIC Yamaha 326.2
4 M MÁRQUEZ Honda 326.2
5 J MIR Suzuki 325.3
6 J MILLER Pramac Ducati 325.3
7 K ABRAHAM Avintia Ducati 324.3
8 A ESPARGARÓ Aprilia Gresini 324.3
9 D PETRUCCI Ducati 323.3
10 A RINS Suzuki 323.3
11 V ROSSI Yamaha 323.3
12 J LORENZO Honda 323.3
13 P ESPARGARÓ KTM 322.3
14 A IANNONE Aprilia Gresini 321.4
15 M VIÑALES Yamaha 320.4
16 F MORBIDELLI SIC Yamaha 319.5
17 M KALLIO KTM 319.5
18 J ZARCO LCR Honda 318.5
19 C CRUTCHLOW LCR Honda 318.5
20 H SYAHRIN Tech3 KTM 318.5
 
O próprio Dovizioso reconheceu que é difícil para uma Yamaha enfrentar uma Ducati, ainda que a Desmosedici tenha lá suas fraquezas.

“Quando você nunca segue um piloto, você não sabe realmente os pontos em todas as curvas. Ele ficou sempre atrás de mim, então realmente não sei. Eu sei o estilo dele, o estilo da moto, mas não sabia tudo, então foi difícil, porque eu queria ficar na frente, pois, com o calor, se você segue outro piloto, é ainda pior”, comentou Andrea. “Eu tentei controlar, mas, com a nossa moto, nós somos muito lentos no meio da curva, mas podemos acelerar melhor, então é sempre difícil para o piloto atrás de mim, especialmente se é uma Yamaha, pois você pode ser mais rápido no meio da curva, mas não tinha realmente uma curva realmente rápida para fazer uma grande diferença. Na saída e na aceleração, eu era melhor, então reduzi um pouco no meio das curvas, pois os pneus não me davam a possibilidade de ser mais rápido”, frisou.

 
“Valentino nunca desiste, então, até o final, se ele estiver lá, normalmente tenta alguma coisa. Mas não é uma ultrapassagem insana. Ele é agressivo, mas normalmente não fez coisas estúpidas. Foi uma boa batalha”, resumiu.

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