Viñales vê Austin como “loucura” e se diz feliz “por não ter desistido”: “Sinto-me em Gotham”

Maverick Viñales colocou um ponto final em um jejum de vitórias que durou 1.113 dias. Mesmo que tenha vencido as sprint de Portugal e de Austin, a estatística da MotoGP leva em conta apenas as provas de domingo e, assim, só o resultado do GP das Américas elevou o total de triunfos do espanhol a dez.

O fim de semana no Texas trouxe um Viñales próximo à perfeição. Além de cravar a pole, o titular da Aprilia foi dominante na corrida sprint, mas teve um domingo um pouco mais difícil. A largada para a corrida principal não foi tão boa quanto a dia anterior e, depois de um enrosco com Francesco Bagnaia ainda nos primeiros metros, o #12 despencou para a nona colocação e teve de remar todo o pelotão antes de tomar a frente e vencer com 1s728 de margem para Pedro Acosta, o segundo colocado.

“Sinto como se estivesse em Gotham City”, brincou Viñales após a corrida. “Disse ontem que estou sonhando e que temos de acreditar, ter confiança. Obviamente, fechar esse fim de semana dá muita confiança para seguirmos trabalhando duro. Não é fácil e foram longas noites pensando e repensando o que tinha de fazer para voltar a vencer”, seguiu.

“No fim, consegui. Estou super feliz por nunca ter desistido. Mas também por ter feito todo mundo ao meu redor acreditar que eu tenho talento e dedicação o bastante para lutar por isso”, desabafou.

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Maverick explicou que teve um problema com o câmbio na largada em Austin, algo que os engenheiros temiam que pudesse acontecer.

“De manhã, tive um problema com o câmbio, e a equipe ficou bem preocupada. Eles realmente não queriam tocar em nada”, revelou. “Aconteceu a mesma coisa na corrida, mas não fui mal e estava em segundo ou terceiro, mas aí vi Pecco [Bagnaia] entrar e me empurrar para fora, pois Jorge [Martín] também estava por dentro, então foi um incidente de corrida”, relatou.

“Depois disso, pensei ‘qual é? Não!’. Desta vez, não! Mantive a concentração e segui acreditando que era possível fazer. Quando forcei, recuperei o atraso para os caras que estavam na minha frente tão rapidamente. Eu ficava dizendo: ‘um por vez, um por vez, um por vez’. E consegui”, detalhou. “Foi uma loucura e curti cada uma das voltas. Alguns pilotos me ultrapassaram outra vez, mas eu freei tarde o bastante para fazê-los escapar”, afirmou.

Por fim, Maverick comentou o feito histórico, já que, com a vitória no GP das Américas, se tornou o primeiro piloto a vencer por três construtores diferentes na era da MotoGP.

“Para ser sincero, você nunca olha para essas coisas, mas quando vê, isso é muito especial. Não são muitos pilotos que conseguem fazer isso. Chegar ao topo com a Aprilia, sei lá, é um sonho”, disse o espanhol, que venceu antes por Suzuki e Yamaha. “Não é a mesma coisa quando você vai para uma equipe que já está vencendo e sabe que a moto é fantástica”, comparou.

“Chegamos na Aprilia com Aleix [Espargaró], ajudamos a moto a crescer. Aleix conquistou duas vitórias e aí deixamos uma moto boa, e eu estou dando esse próximo passo”, apontou. “É muito fantástico. Preciso agradecer Aleix pelo trabalho que ele está fazendo e a Aprilia”, encerrou.

A MotoGP volta a acelerar entre 26 e 28 de abril, com o GP da Espanha, em Jerez, para a quarta etapa do campeonato de 2024. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.

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