Com restrição de viagens, Yamaha lança alerta e põe em dúvida presença na temporada

Diretor da Yamaha, Lin Jarvis relatou dificuldades para levar a Europa integrantes do time que estão na Austrália e no Japão. Dirigente ressaltou que o problema também afeta Honda e Suzuki e dá vantagem às montadoras europeias

A MotoGP já tem um calendário para a temporada 2020, mas isso não significa que os problemas estão resolvidos. Diretor da Yamaha, Lin Jarvis colocou a participação da equipe no Mundial em risco por conta das restrições de viagens impostas pela pandemia do novo coronavírus.

Na semana passada, o Dorna, promotora do Mundial, divulgou um novo calendário, apenas com corridas pela Europa ― as etapas de Tailândia, Austin, Argentina e Malásia não foram canceladas, mas tampouco estão certas de acontecer. A previsão é de que a disputa comece em 19 de julho, em Jerez, com o GP da Espanha.

MotoGP 2020 Malásia Sepang Yamaha Valentino Rossi
Equipe de Valentino Rossi conta com os australianos Alex Briggs e Brent Stephens (Foto: Yamaha)
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A programação, no entanto, ainda enfrenta alguns problemas. A Yamaha, por exemplo, tem parte dos integrantes da equipe de Valentino Rossi na Austrália, além dos engenheiros no Japão.

“A maior preocupação da Yamaha está no movimento dos membros australianos e japoneses para a Europa”, disse Jarvis em entrevista à publicação alemã Speedweek. “No momento, eles não podem entrar no nosso continente, mesmo que tenham feito testes que garantam que estão negativo para o vírus. Há alguns dias, no entanto, a Austrália permitiu exceções ditadas por razões importantes com propósitos profissionais. Portanto, vamos encaminhar nosso pedido”, explicou.

Por conta da pandemia, a MotoGP adotou um protocolo especial para o início do campeonato que prevê, além da ausência de público, a redução no número de pessoas no paddock.

“Entre as equipes de Rossi e [Maverick] Viñales, a Yamaha normalmente traz 55 pessoas para um GP do longo do fim de semana. Com o protocolo de portas fechadas, esse número foi reduzido para 45. Levando em conta a situação, dez pessoas do nosso time vão ficar presas em casa no momento, o que significa sete japoneses e três australianos”, detalhou.

Além disso, Jarvis frisou que a Yamaha não deixará de cumprir a lei e citou o Acordo de Schengen, uma convenção entre países europeus sobre abertura de fronteiras e circulação de pessoas.

“Nenhuma pessoa de um estado de fora da União Europeia pode passar mais de 90 dias na área Schenhen em um período de seis meses. Se você ficar aqui por 92 dias, é ilegal. É uma condição na qual talvez uma única pessoa possa estar envolvida. Mas, como uma companhia global, a Yamaha deve seguir rigorosamente todas as leis. Portanto, não vamos correr nenhum risco nesta área. Na política da nossa companhia, cumprir as leis é prioridade máxima. Uma companhia como a Yamaha não vai fazer nada que não cumpra a lei. Ponto final”, avisou.

Jarvis, todavia, atrelou a participação da Yamaha no campeonato à solução destas dificuldades, que também afetam Honda e Suzuki. O dirigente, inclusive, aponta vantagem para Ducati, Aprilia e KTM, as montadoras europeias.

“Só vamos participar do Mundial se encontrarmos uma solução, especialmente em relação à possibilidade de nossos engenheiros japoneses comparecerem ao GP. Se eles não puderem vir, teremos uma considerável dificuldade para participar das corridas”, declarou. “Esse é o caso para nós, mas também para Honda e Suzuki. Tudo isso levaria a uma vantagem injusta para as equipes europeias, que participariam das corridas com o staff completo”, continuou.

“Nosso temor é que, se essa situação não foi solucionada, tudo isso comprometa seriamente a nossa participação no Mundial”, encerrou.

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