Em dia de apoio a Bubba Wallace, Blaney bate Stenhouse e vence Talladega 500

A etapa de Talladega da Nascar contou com manifestação de apoio a Bubba Wallace, chuva, vento e a vitória de Ryan Blaney

Em dia de temor pelo que o clima poderia oferecer, as 500 Milhas de Talladega da Nascar, nesta segunda-feira (22), ficaram marcadas mesmo pelo que aconteceu antes. Na pista, pouco antes da largada, Bubba Wallace recebeu um bonito sinal de apoio dos pilotos e toda a categoria. Teve o carro #43 empurrado para frente do grid com toda a garagem marchando atrás, tudo isso após o ataque racista que sofreu no domingo. Movimento significativo. Já na pista, numa corrida até menos movimentada que o normal na pista do Alabama, Ryan Blaney venceu o vento e superou a chuva para sair com a vitória, a primeira dele em 2020.

Blaney foi, é importante que se diga, o piloto mais rápido ao longo do dia. Acabou sendo derrotado no segundo segmento por alguns milímetros, ficando para trás pelas mãos de Ricky Stenhouse Jr., mas retomou a posição de velocíssimo logo na largada do segmento decisivo. O carro #12 da Penske era rápido demais. Entre as voltas 138 e 133, manteve-se no meio do pelotão e poupou combustível, mas rapidamente apareceu na briga pela liderança assim que cruzou a marca de cinco voltas restantes. Vitória dominante e que classifica Blaney para o Chase.

Confira a galera de imagens da homenagem a Bubba Wallace

Além de Blaney e Stenhouse Jr., o top-10 ficou ainda com Almirola – que terminou a corrida de costas após um toque de Erik Jones, Denny Hamlin, o próprio Jones, Chris Buescher, Alex Bowman, John Nemecheck, Kurt Busch e Kevin Harvick. Grande nome do evento, Bubba Wallace chegou a liderar, mas uma batida entre Harvick e Jimmie Johnson perto do fim dez com que vários pilotos tivessem que fazer um pit-stop extra. Wallace e Joey Logano, por exemplo, deixaram a briga pela vitória.

Ao sair do carro, Wallace foi cumprimentar o público, que o comemorava. “Esse é provavelmente o momento mais fodão de todos. Tem sido difícil, tem sido um inferno. As coisas estão complicadas, carregar esse peso, esse fardo. Perdão por não estar usando máscara, mas vocês não vão tirar meu sorriso”, mandou o recado. Wallace terminou na 14ª posição, logo atrás de Johnson e na frente de Logano.

A temporada segue em Pocono, na Pensilvânia, já no próximo sábado, 27 de junho.

Confira como foi a corrida:

NASCAR 2020; TALLADEGA; TYLER REDDICK; RICHARD CHILDRESS;
Reddick completa o segmento atrás do pace-car (Foto: Reprodução)

Reddick dá mãos à chuva e vence primeiro segmento

O começo da retomada da corrida em Talladega contou com uma demonstração de apoio a Bubba Wallace, que sofreu com um ato racista na noite do domingo: um nó de forca, símbolo relacionado a Ku Klux Klan, foi deixado na garagem do único piloto preto da categoria. Em demonstração de apoio, pilotos e funcionários empurraram o seu #43 para a ponta do grid e marcharam atrás, em suporte. Wallace chegou até a se emocionar.

Ao lado da pista, no gramado, a pintura dizia: ‘Eu estou com Bubba Wallace’. Apoio firme da categoria.

Daí em diante, a corrida. Após William Byron vencer o segmento disputado no domingo, foi a vez de Martin Truex Jr. liderar o pelotão com a pole.

Até a volta 25, para quando estava programada a primeira bandeira amarela, a batalha pela primeira posição tinha apenas Denny Hamlin e Joey Logano, que iam se alterando. Após a parada da bandeira amarela, as coisas se modificaram um pouco. Logano seguia andando melhor que o restante, mas Kyle Busch, Alex Bowman e Cole Custer também chegaram a passar na frente. Hamlin começava a perder um pouco de rendimento e mostrou danos no pneu após um encostão no muro. Estava furado, e obrigou o #11 a uma parada no pit-lane.

Perto do final do primeiro estágio, as condições climáticas voltaram a ser fator interessante. O vento era forte, as nuvens carregadas apareciam e aumentavam as interrogações sobre o que seria o restante do dia. No superoval mais inclinado de todos, o vento ainda tornava as coisas mais dramáticas.

Com 56 voltas, bandeira amarela: a chuva chegava de maneira fina. Instantes depois, caiu de vez. Bandeira vermelha e mais interrupção no Alabama enquanto Tyler Reddick assumira a dianteira com Bowman em segundo e Logano em terceiro.

Após uma hora de interrupção, a chuva deu trégua e a Nascar resolveu arriscar. Com muita água esperada para as próximas horas e também para a terça-feira, a resolução foi tentar alcançar a metade da etapa. O primeiro segmento ficou realmente com Reddick, uma vez que foi completado sob bandeira amarela. É a primeira vez que o jovem piloto vence um segmento.

Antes de iniciar o segundo estágio, o aviso: a direção de prova esperava chuva para a próxima meia-hora. Situação dramática.

Por milímetros, Stenhouse Jr. bate Blaney e vence segundo segmento

Bowman partiu na dianteira da amarela de competição, mas foi Ryan Blaney quem mostrou ótimo ritmo quando a bandeira verde apareceu. Quem chegava a incomodar era Kyle Busch, enquanto Logano se contentava em permanecer perto. Mas Blaney mantinha a frente.

A bandeira amarela da 25ª volta marcou a chance de Hamlin retornar à volta do líder, uma vez que estava fora desde o furo de pneus. Mesmo assim, o ritmo não era tão bom. Quem crescia era Bubba Wallace, deixando Busch e Custer para trás e entrando no top-5.

Logo surgiria uma nova amarela. Imediatamente após a 94ª volta ser aberta, o que marcava a metade da prova e a certeza de que a corrida acabaria na segunda-feira, John Nemechek perdeu o controle do carro e acabou escapando para a grama. Nada grave, nenhuma batida, mas rendeu a primeira amarela por incidente de pista.

Com 15 voltas para o fim, a segunda fila ficou em vantagem, Kyle Busch empurrando Ricky Stenhouse Jr, novo líder, com Blaney na linha de dentro. Lá em cima, Wallace aparecia na frente de uma terceira linha e encostava nos dois primeiros. Stenhouse e Blaney trocavam a liderança incessantemente. Blaney fez um movimento muito impressionante ao mergulhar para cima de Stenhouse enquanto era tocado por Brad Keselowski. O carro sacudiu, mas ele manteve o controle do #12.

Com seis voltas para o fim, detrito na pista: um pedaço de metal. Bandeira amarela antes da parte final do segmento. O retorno se deu com duas voltas no relógio. Em terceiro, Keselowski empurrava pesado o líder Blaney. Quem aparecia da linha de cima era William Byron, mas no fim a briga ficou mesmo entre Blaney e Stenhouse. Mas foi o Ricky, no #47, quem colocou o biquinho na frente e venceu o segundo segmento.

Blaney se vinga de Stenhouse e vence último segmento por 0s007

Chris Buescher e Denny Hamlin saíram na frente para o terceiro segmento, que, aliás, começou com boas cinco voltas sob bandeira amarela. Quem largou bem mesmo foi Chase Elliott, assumindo a ponta e com Kevin Harvick vindo a reboque. Já Matt Kenseth, um pouco atrás, tinha problemas: escapou do pelotão e avisou no rádio que estava sem freios. Nada ideal para Talladega.

A primeira batida mais forte do dia é exatamente de Elliott. Então na terceira colocação, o #9 foi tocado por trás por Keselowski enquanto tinha Logano exatamente à frente. Ensanduichado, rodou e bateu no muro. Ainda restavam 54 voltas, e o pit-lane estava aberto. Blaney liderava novamente.

Relargada a 51 voltas do fim: Blaney, Kyle Busch e Logano eram os três primeiros, mas Keselowski e Stenhouse vinham com ritmo forte também. Christopher Bell e Daniel Suárez eram outros dois que encostavam. Elliott voltou para a pista após o acidente, mas, com o carro todo torto, ficou para trás rapidamente e logo voltou para a garagem.

Não demoraria, porém, a mais uma bandeira amarela. Brennan Poole e Joey Gase colidiram e, com Poole deslizando pela pista e sérios danos, nova parada. Agora, sim, poderia ser, com 46 voltas pela frente, a última ida ao pit-lane.

A relargada teve Bell aparecendo na frente de maneira audaciosa, mas Harvick e Hamlin passaram às duas primeiras colocações. Bell foi punido com um drive-through pela manobra, empurrando Jimmie Johnson para fora da linha. O próximo a surgir na frente – e com ótimo ritmo – era Byron. Ryan Preece também encostava. Com 28 voltas para o fim, porém, Wallace assumiu a dianteira após passar Hamlin e ver Byron perder tempo depois de um toque de Logano. As trocas de posição na frente eram muitas.

No rádio, Blaney deixava claro que estava um tanto quanto confortável com a 14ª colocação. O motivo: poupava combustível para um ataque nas voltas finais. Mas, com 15 para o fim, não era ruim. Bowman fez algo parecido e abriu mão da ponta que ocupava, abrindo a porta para Reddick reaparecer na dianteira. A sensação neste momento era de que, fora Reddick e Hamlin, ninguém mais queria liderar antes do sprint final.

Logano recebeu o aviso de que tinha que poupar combustível para conseguir correr de verdade nas últimas cinco voltas, mas mesmo assim se manteve em terceiro e liderando a linha de fora. Resolveu se arriscar, o #22.

Com cinco para o fim, Reddick tomava o controle da linha e vinha com Hamlin empurrando – e Wallace forçando os dois. Blaney escalara o pelotão e surgia com a dianteira da linha de cima. Keselowski tomou a frente da terceira linha, mas estava bastante atrás. Foi com quatro para o fim que Blaney conseguiu assumir a ponta e trouxe Stenhouse com ele, mas a bandeira amarela retornava. Jimmie Johnson aparecia na linha de cima e se aproximava da liderança, mas acabou sofrendo um toque de Harvick. O multicampeão, que buscava quebrar a longa série sem vitórias, rodou e deixou a pista e a briga.

O toque foi um desastre para quem estava com pouco combustível para o fim. Wallace, Logano e Preece, por exemplo, precisaram entrar no pit-lane para reabastecimento – Johnson trocou os quatro pneus, mas também voltou no meio do pelotão e, surpreendentemente, em posição menos que terrível. A preparação era para as voltas de prorrogação.

Quem relargou de maneira impressionante foi Harvick, que levou Buescher junto consigo. Blaney e Stenhouse tentavam retornar, mas era difícil. Harvick, de lugar nenhum, mantinha a frente e recebia a bandeira branca. A questão é que Blaney era rápido demais e retomou a liderança.

Erik Jones tentou dar o golpe decisivo com ajuda dos empurrões de Nemechek, mas os dois acabaram no muro e ainda fizeram Aric Almirola completar a corrida rodando. Blaney e Stenhouse chegaram lado a lado novamente, mas agora deu para o #12. Foi a primeira vitória de Blaney na temporada – ele vencera em Talladega em outubro de 2019.

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias do GP direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.