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Fora da Academia da Ferrari, Petecof promete novo começo e “surpreender algumas pessoas”

Em entrevista exclusiva ao GRANDE PRÊMIO, Gianluca Petecof falou sobre o caminho que se desenha na sua carreira depois da saída da Academia de Pilotos da Ferrari, anunciada nesta semana. O brasileiro de 18 anos deixa claro que vem aí um novo e impactante ciclo na sua carreira nas pistas

Gianluca Petecof está pronto para escrever um novo capítulo na sua carreira (Foto: F-Regional Europeia/RF1)

Gianluca Petecof está pronto para escrever um novo capítulo na sua carreira (Foto: F-Regional Europeia/RF1)

 

Os últimos meses geraram nos fãs preocupação sobre o futuro da carreira de Gianluca Petecof. O brasileiro de 18 anos completados em 14 de novembro, campeão da Fórmula Regional Europeia na temporada passada, lutou ao longo de 2020 para manter sua trajetória nas pistas depois de perder o importante apoio da Shell, que o acompanhava desde 2015. Conseguiu de última hora o apoio de duas empresas nacionais, Matrix Energia e AméricaNet, que proporcionaram ao paulista a chance de completar a temporada, vencer quatro corridas, obter 14 pódios, cinco poles e conquistar o título que o permitiu alcançar os 40 pontos necessários para obter a superlicença, documento que permite a um competidor correr na Fórmula 1.

Mas, desde então, Gianluca viu a Prema e a Academia da Ferrari optarem por Arthur Leclerc, seu adversário ao longo da última temporada na Fórmula Regional, para um lugar na equipe no grid da F3 na temporada. E no primeiro dia de fevereiro, Petecof anunciou a saída da Academia de Pilotos da Ferrari, programa do qual fazia parte desde o fim de 2017. Parecia o fim, mas na verdade a saída de Maranello representa a chance de um novo começo na carreira do jovem piloto brasileiro.

Em entrevista exclusiva ao GRANDE PRÊMIO, Petecof dá pistas do que está por vir na carreira e deixa claro: um novo horizonte está pronto para ser percorrido a partir de 2021 nas pistas.

Depois de um ciclo de três temporadas com a Prema e a Academia da Ferrari, Gianluca Petecof vai pular para uma nova fase na carreira (Foto: Divulgação/Prema Powerteam)

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“Acho que, durante o tempo lá [em Maranello], o que mais pude tirar foi muito conhecimento, muita experiência, e crescer bastante. Acho que cresci muito, tanto dentro como fora da pista, e desejo colocar em prática tudo o que trouxe comigo dentro da Academia. Claro que é sempre bom ter um novo começo, e espero passar isso de novo, momentos bons, trazendo memórias boas nessa nova aventura, e surpreender algumas pessoas”, disse.

“Depois de tudo o que aconteceu nos últimos dias, nas últimas semanas, vindo de uma das melhores temporadas da minha carreira, está na hora de surpreender algumas pessoas”, enfatizou o piloto.

Em que pese as dificuldades vividas ao longo de boa parte de 2020 e do começo de 2021, Petecof afirma que não há espaço para mágoa com ninguém sobre o que se passou.

“Não, nenhuma mágoa. Acho que tudo foi feito de uma forma bem organizada e por uma certa razão. Acho que depois que o campeonato terminou, claro que as coisas aconteceram muito em cima da hora por conta do quão tarde a temporada terminou. Então, acho que só por esse começo novo, claro que você tem mais motivação”, explicou.

Gianluca recordou o furacão em que esteve envolvido desde o fim de semana no Red Bull Ring (Foto: Formula Regional Europeia/RF1)

“Às vezes, quando as portas se fecham, isso te dá mais motivação para entregar justamente dentro das oportunidades e dentro de novas portas que se abrem. É mais uma motivação pessoal, mesmo, nada com nenhuma outra pessoa”, garantiu.

Entre a luta para buscar novos patrocínios, tentar salvar sua permanência na F-Regional Europeia e a própria carreira, lidar com as armadilhas dos bastidores extrapista e também os embates com Arthur Leclerc e Oliver Rasmussen, seus companheiros de equipe na Prema no ano passado, Petecof tem a sensação de que viveu 18 anos em 1.

“Sem dúvida, foi um ano muito movimentado. Um ano em que tudo aconteceu. A gente teve, num contexto geral, a pandemia, que atrasou o começo do campeonato em alguns meses, e depois que o campeonato finalmente começou, depois de poucas corridas, a gente teve a notícia de que realmente não teria mais condição de continuar o patrocínio da Shell, também por conta da pandemia e de algumas questões… Então, esse foi um primeiro desafio, uma primeira situação que eu tive de lidar”, recordou.

“Cheguei a fazer uma etapa bem no meio, digamos, do ‘tornado’, do furacão que estava acontecendo em torno de mim sobre a questão do patrocínio, justamente a etapa do Red Bull Ring, onde consegui ter uma ótima performance, ganhar duas corridas e consegui aumentar a liderança no campeonato. Depois disso, teve a batalha para achar o patrocínio para fechar o ano. Felizmente, teve a Matrix e a AméricaNet para me dar uma força até o fim do ano. Depois, algumas corridas difíceis, algumas coisas acontecendo, às vezes sem muita explicação, mas procurei deixar a cabeça no lugar e o foco na pista”, salientou.

“O fim do campeonato foi muito intenso, principalmente na última etapa, mas felizmente deu tudo certo, consegui vencer o título, que foi essencial para a continuidade da minha carreira. Sabia que, se não vencesse, as oportunidades seriam limitadas e talvez não existissem. Sabia da situação, como a gente viu até agora, uma luta para conseguir achar um lugar para correr no ano que vem, mas acho que vai ter um final feliz”, declarou Petecof, com um sorriso, para concluir.