Com um ano de experiência em rali, Metge fecha primeiro Dakar “super satisfeito” com 11º posto no quadro geral

Adrien Metge chegou ao Rali Dakar 2016 para atuar como piloto de assistência rápida a Jean Azevedo, mas as coisas não aconteceram como o planejado logo no início da competição. O tombo do brasileiro ainda no primeiro estágio disputado na Argentina separou os dois parceiros na tabela e, mais adiante, o abandono do experiente #26 deixou Javier Pizzolito como único piloto da equipe Honda South America com experiência na prova idealizada por Thierry Sabine.

 

Assim como Jean, Pizzolito também contava com um estreante como piloto de assistência rápida, mas Kevin Benavides se mostrou rápido demais para o papel desde as primeiras especiais e passou quase todo o rali no topo da tabela.

Após o abandono de Javier, na sétima especial da competição, os novatos Benavides e Metge ficaram sozinhos com a missão de defender a equipe sul-americana da Honda, que é apoiada pela HRC. E o fizeram de forma primorosa.

 

 Embora estreante, Adrien tem certa história com o Dakar. Uma espécie de tradição familiar. O pai, Jean-Yves, disputou o rali seis vezes. O primo de segundo grau, René Metge, venceu a disputa em três oportunidades e também fez parte da direção da prova. Além disso, o irmão mais velho, Michael, está do grid do rali desde 2013 e este ano defendeu as cores da HRC.

 

O caçula dos Metge, entretanto, não é um piloto formado no mundo dos ralis. O piloto de Ganges, que hoje reside em Lavras, Minas Gerais, fez carreira no enduro e, entre outras conquistas, foi campeão brasileiro de Enduro FIM na categoria E2, em 2014, e campeão da Copa EFX Brasil na categoria E1, em 2015.

 

O desempenho em território nacional garantiu a Adrien a indicação da Honda do Brasil para a vaga na HSA e o piloto soube retribuir a confiança com o melhor resultado já alcançado por um piloto representando o braço verde e amarelo da companhia da asa dourada. 

O caminho no Dakar, porém, não foi exatamente como esperado. Metge partiu para a prova querendo aprender com Azevedo, que fez neste ano seu 18º Dakar, e também ficar de olho nas atuações do irmão. Mas Jean abandonou a prova no quinto estágio, ao ceder o radiador de sua CRF 450 Rally para Pizzolito, e Michael se despediu da prova no décimo estágio, quando não conseguiu largar por conta de um problema com a moto. 

 

Ainda assim, o piloto, que fala um português quase impecável, seguiu adiante e fechou sua primeira participação na prova com o 11º posto, 3h50min05s atrás de Toby Price, que manteve o domínio da KTM ao conquistar o título da Dakar em sua segunda participação.

 

“Se tivessem me dito um ano atrás que eu estaria aqui no Dakar e que eu terminaria em 11º, eu teria dito que era impossível”, disse Metge. “Mas aqui estou eu, terminei o Dakar e estou muito, muito feliz com isso”, comemorou.

 

Adrien destacou sua pouca experiência em ralis e lembrou que seu objetivo a cada dia de competição entre Argentina e Bolívia era completar a especial. A melhor atuação aconteceu nos estágios dez e 11, quando Metge conseguiu o 12º posto no trecho cronometrado.

 

“Só estou competindo no rali há um ano e isso, meu primeiro Dakar, me deixa super satisfeito”, ressaltou. “Minha meta todos os dias era chegar até o fim e eu consegui fazer isso”, seguiu.

 

“Sem dúvida, o time e a moto ajudaram muito para atingir esse objetivo”, sublinhou. “Tive ótimos momentos guiando uma Honda”, concluiu.

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