Retrospectiva 2023: Casagrande caminha com regularidade e leva bicampeonato para casa

A consistência foi o grande ponto forte de Gabriel Casagrande na disputa para assegurar o bicampeonato na Stock Car. O paranaense venceu três vezes em 2023 — assim como Daniel Serra, vice-campeão —, mas teve regularidade necessária e soube jogar bem com o regulamento para chegar mais que favorito à decisão em Interlagos.

O casamento se mostrou muito bem-sucedido com a equipe liderada por Mauro Vogel e Andreas Mattheis já no primeiro título em 2021, temporada também marcada por resultados estáveis. Em 2022, chegou com chances de título, mas Rubens Barrichello foi quem alcançou o patamar de bicampeão da maior categoria de automobilismo do Brasil. Casagrande seria o próximo.

Em doze rodadas, somou duas poles, três vitórias, sete pódios, duas voltas mais rápidas, além de terminar 14 corridas dentro do top-10. Marcar presença em mais de 58% dos pódios ao longo da temporada foi crucial para a caminhada rumo ao bi, sobretudo pelo ano competitivo e equilibrado entre as equipes — importante ressaltar, inclusive: 24 competidores conseguiram se colocar no top-3, 12 deles fecharam no alto do pódio pelo menos uma vez.

A primeira vitória aconteceu na segunda etapa do campeonato, em Interlagos, na corrida 1. O Autódromo José Carlos Pace também foi palco da primeira pole. Depois, em Tarumã e na primeira rodada em Cascavel, marcou mais dois pódios.

Na segunda etapa em Interlagos, não foi bem. Amargou 23º e 22º lugares nas provas 1 e 2, respectivamente. Recuperou-se no Velocitta, com mais um pódio mas, na sequência, um acidente fortíssimo em Goiânia assustou e encerrou mais cedo a comemoração de 600 largadas da Stock Car. Uma batida impressionante que envolveu Casagrande, Nelsinho Piquet, Cacá Bueno e Felipe Massa durante a corrida 2, que não teve reinício, assustou. No fim, o carro #83 ficou bastante danificado.

No entanto, a partir dali, a disputa pelo título ficou acirrada, e Casagrande não perdeu a taça de vista. É verdade que um 19º lugar em Buenos Aires, além de 18º e 17º nas provas da penúltima etapa do campeonato, em Cascavel, não ajudaram. Foi na etapa paranaense que o piloto de 28 anos viu Daniel Serra se aproximar na briga. Quando chegou, o paulista era apenas quinto colocado, mas saiu de lá com 40 pontos e saltou para a vice-liderança da tabela.

Além dele, Felipe Fraga, Thiago Camilo, Rafael Suzuki, Rubens Barrichello e Ricardo Zonta tinham chances matemáticas, mas Serra era o mais próximo de se aproveitar da ‘caixinha de surpresas’ de nome e sobrenome Stock Car.

Contudo, a última etapa do campeonato colocou o dono do #83 em uma disputa aguerrida com Rafael Suzuki até a última volta da corrida 1. Terminou em terceiro, enquanto Serra foi quinto. Na segunda prova, Casagrande foi conservador ao extremo para fugir das confusões, finalizou em 21º, enquanto o #29 ficou longe do resultado necessário para ser campeão — precisava vencer a prova — e terminou em 12º. Assim, veio o bicampeonato.

“Estava muito mais nervoso [no primeiro título]. Dessa vez fiquei nervoso, óbvio, mas consegui controlar muito bem. Tenho de agradecer a todo mundo que trabalha comigo no preparo físico e mental. Sempre há uma cobrança interna, é natural, mas dessa vez consegui disfarçar bem o nervosismo, não afetou em nada a pilotagem. E a sensação, ah, essa é maravilhosa. O primeiro é muito especial, o segundo é uma continuação desse sucesso que atingimos. E não vamos parar por aqui”, disse Gabriel.

Agora, Casagrande integra a lista dos bicampeões da Stock Car, ao lado de Giuliano Losacco e Rubens Barrichello. O maior vencedor da história da Stock Car é Ingo Hoffmann, com incríveis 12 conquistas — três delas em parceria com Ângelo Giombelli.

Um ano que sacramenta, além do bicampeonato, a forte relação entre o paranaense e a A.Mattheis/Vogel. E grande parte disso por causa dela: a consistência.

A Stock Car inicia a temporada de 2024 no dia 3 de março, para a primeira etapa do campeonato em Goiânia.

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