Ecclestone critica democracia na F1 e prevê fracasso de reunião do Grupo de Estratégia nesta semana

Mesmo se considerando mais democrático que em outras épocas, o dirigente máximo da F1 entende que o jogo político da categoria não favorece a forma de regime. Bernie Ecclestone acredita que a próxima reunião do Grupo de Estratégia da F1, marcada para esta quinta-feira, não resultará em nenhuma mudança concreta para o esporte

Em teoria, a próxima quinta-feira (14) pode vir a ser um dia de muitas mudanças para a F1. O Grupo de Estratégia, formado pela FIA, Bernie Ecclestone e seis equipes (Ferrari, Mercedes, Red Bull, Williams, McLaren e Force India) discutirá alterações no regulamento para as próximas temporadas do Mundial. Entre as pautas que serão debatidas estarão possíveis alterações no regulamento de motores, no design dos carros, a proibição de uso do túnel de vento, pneus e medidas de contenção de custos na categoria. Entretanto, Bernie Ecclestone não acredita que o saldo desta reunião será positivo.

O dirigente britânico, que sempre se mostrou crítico à adoção dos novos motores turbo V6 de 1,6 L, chegou a sugerir um aumento de potência para 1000 cv, mas sem que isso acarrete um aumento para as equipes. Outra alternativa proposta por Bernie é que equipes possam optar entre as atuais unidades de força e os antigos V8 aspirados de 2,4 L. Mas Ecclestone entende que a atual configuração da F1, com o Grupo de Estratégia realizando votações e definindo mudanças nas regras de forma democrática, não lhe agrada.

Reunião do Grupo de Estratégia nesta quinta-feira pode mudar os rumos da F1 (Foto: AP)

As decisões do Grupo de Estratégia são tomadas da seguinte forma: Bernie tem seis votos, a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) seis e as equipes, outros seis. Após determinada pauta ser aprovada, esta é elevada à Comissão da F1 para que seja sancionada. No fim das contas, Ecclestone não se mostrou animado com o possível resultado desta próxima reunião. “Acredito que vamos passar provavelmente entre quatro e cinco horas nesta reunião. Ao final, provavelmente vamos decidir a pauta da próxima”, disse.

“O problema agora é que estamos numa democracia. E isso não é bom. Vocês sabem que não gosto muito das democracias porque nunca se vai conseguir que um monte de gente competitiva entre num acordo. Os que ganham agora não querem mudar, e se começarem a perder, então sim. É assim que as coisas são. Então temos de nos colocar em uma posição na qual possamos decidir e dizer que assim é que vai acontecer”, declarou o dirigente britânico em entrevista ao site ‘Motorsport.com’.

A prioridade de Ecclestone é reintroduzir o motor V8 na F1. O propulsor, muito mais barato em comparação com os atuais turbo, poderia ser uma alternativa às equipes com menor poderio financeiro.

Outra regra que será discutida é a da introdução do quinto motor como limite de uso para cada piloto ao longo do ano. Sobretudo as equipes apoiadas pela Renault, Red Bull e Toro Rosso, têm interesse na medida. Há um impasse e, segundo o que foi noticiado na semana passada, a maior possibilidade está na rejeição à ampliação do limite para a temporada de 2015. “Estivemos de acordo, todas as equipes, de termos cinco motores durante o ano. Temos quatro pelas regras, e agora o pessoal está dizendo que talvez deveríamos deixar mesmo em quatro. Os que fabricam motores não querem fazer mais, e se eles não forem pagos, as equipes não podem permitir isso”, salientou.

SEM NOVIDADES

Cinco corridas se passaram no Mundial de F1 de 2015, e a McLaren Honda dos campeões Jenson Button e Fernando Alonso ainda nem chegou perto de pontuar na temporada. Para a Honda, passar várias provas longe da zona de pontuação — ou andando nas últimas posições do grid da categoria — não chega a ser uma novidade. A montadora japonesa já enfrentou fases tão ruins quanto no passado, e não é nem preciso voltar muito no tempo

STOP & GO

Já se passaram 14 anos desde que um piloto argentino correu na F1 pela última vez. Foi em 2001, ano em que Gaston Mazzacane disputou quatro provas pela equipe Prost. O país voltou a ter um piloto confirmado por uma equipe da categoria para a temporada 2010: José María López, o “Pechito”, foi anunciado como titular da USF1. Faltou a USF1 correr. Depois disso, Pechito se voltou de vez para as categorias de turismo. Antes, já havia conquistado títulos em dois dos três campeonatos da Argentina. Depois, voltou a ser campeão por lá para se credenciar a uma vaga na equipe de fábrica da Citröen no Mundial de Carros de Turismo

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Fórmula 1 direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.