Renault confirma acordo com Red Bull e Toro Rosso e anuncia fornecimento de motor até fim de 2018

A crise entre Red Bull e Renault, que foi deflagrada no segundo semestre do ano passado e quase resultou em divórcio, teve um final feliz. Meses depois de a equipe tetracampeã do mundo se queixar publicamente da falta de competitividade e potência dos propulsores franceses e chegar até mesmo a ameaçar deixar a F1 se não tivesse um motor forte para 2016, as partes não só entraram num acordo como renovaram o vínculo, que agora vai se estender a 2018. Tudo foi confirmado na manhã deste domingo (29), em Mônaco.

 

Esse contrato também envolve a satélite Toro Rosso, que depois de voltar atrás em 2016 e assinar com a Ferrari para receber um motor de configuração do ano passado, voltará a usar uma unidade de potência atualizada no ano que vem, bem como a equipe principal da Red Bull e o time de fábrica da Renault.

 

O acordo firmado entre Renault e Red Bull vem na esteira da incrível melhora dos motores franceses de 2015 para cá. Outrora criticadas, as unidades de potência tiveram um ganho muito destacado tanto de potência como de confiabilidade. Destaque para a chegada do ‘mago dos motores’, Mario Illien, fundador da famosa e reconhecida preparadora Ilmor, para ser consultor da Renault a partir de 2016.

Para o fim de semana do GP de Mônaco, por exemplo, Daniel Ricciardo, da Red Bull, e Kevin Magnussen, da Renault, passaram a usar a especificação atualizada, na qual foram gastos apenas três tokens — as fichas de desenvolvimento.

 

E na esteira de tudo isso, a Red Bull melhorou muito seu desempenho nesta temporada. Dona daquele que é considerado o melhor chassi do grid, a equipe de Milton Keynes só precisava mesmo de um motor à altura do seu chassi para mostrar que pode andar entre as ponteiras. Isso já foi visto em corridas como o GP da Espanha, em que a Red Bull andou à frente da Ferrari.

 

Em Mônaco, nova boa surpresa para a Red Bull, que desbancou a Mercedes e garantiu a pole-position com Daniel Ricciardo. Monte Carlo é uma pista em que o motor não tem lá tanta influência, mas o desempenho do chassi é fundamental. E aí também entra a Toro Rosso, que colocou seus dois carros no top-10 do grid no Principado: Carlos Sainz em sexto e Daniil Kvyat, oitavo.

 

Christian Horner, chefe da Red Bull, festejou o acordo com a Renault e sinalizou que os propulsores deverão continuar sendo rebatizados com o nome da patrocinadora taurina, a TAG Heuer. “Estamos muito satisfeitos por renovar nossa parceria, que se provou ser muito bem-sucedida ao longo do tempo. Depois da reconstrução que a Renault se comprometeu a fazer e o claro progresso que tem sido feito, se tornou lógico continuar com o motor rebatizado TAG Heuer”, disse.

 

A parceria entre Red Bull e Renault já rendeu nada menos que 51 vitórias e oito títulos mundiais ao time austríaco: quatro do Mundial de Construtores e outros quatro do Mundial de Pilotos, todos conquistados por Sebastian Vettel no período entre 2010 e 2013.

 

Jérome Stoll, presidente da Renault Sport, divisão esportiva da montadora, confirmou a renovação com a Red Bull e a volta da marca para fornecer motores à Toro Rosso. “Nós estamos muito satisfeitos por sermos parceiros de duas equipes fortes como a Red Bull e a Toro Rosso. Ter parceiros competitivos demonstra a confiança que ambos têm na melhoria da unidade de potência da Renault, bem como nossa organização como um todo”, comemorou.