Grupo de arqueólogos denuncia perda do patrimônio histórico inca causada pelo Dakar
Um grupo chileno de arqueólogos cobrou medidas das autoridades tentando impedir a passagem dos veículos do Dakar 2014. Especialistas alegam que muitos sítios arqueológicos foram perdidos
Um importante grupo de arqueólogos chilenos se pronunciou abertamente contra a realização do Rali Dakar. Segundo os especialistas, os veículos do rali já destruíram grande parte do patrimônio histórico inca no Norte do Chile.
Paola González, vice-presidente do Colégio de Arqueólogos, explicou o tamanho da devastação que o Dakar vem proporcionando.
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“O Dakar é uma trilha de destruição no Norte do Chile", disse. "Calculamos que cerca de 250 sítios arqueológicos foram destruídos. É como se destruíssem milhares de livros de história pré-hispânica e mundial. E estes não podem ser construídos de novo porque não são renováveis”, explicou Paola.
A especialista ainda falou sobre a importância de tais sítios, apontando para problemas em futuras pesquisas.
“Não se trata de um bosque, onde você destrói uma árvore e planta outra ao lado. Aqui, se destroem um sítio arqueológico, nunca mais saberemos o que aconteceu e não poderemos mais estudar as antigas sociedades com base em vestígios”, argumentou a arqueóloga.
Desde 2012 o grupo tenta afastar o rali da área onde estão os vestígios incas, alegando que houve destruição de geoglifos e de parte do Caminho Inca. O grupo apoia a postura do Equador, que recusou o convite para receber a competição.