Amir Nasr diz que ingresso de Felipe na F1 é apenas primeiro passo: “A gente ainda não chegou aonde quer”

Tio de Felipe Nasr, Amir Nasr afirmou ao GRANDE PRÊMIO que, se fosse por dinheiro, “tem gente com muito mais” para concorrer com o novo piloto da Sauber para a temporada 2015

Um dos responsáveis pela carreira de Felipe Nasr, o tio Amir, dono de equipe no automobilismo brasileiro, afirmou que o acordo com a Sauber para a estreia na F1 em 2015 é apenas um passo dentro de um plano maior.

“A gente ainda não chegou aonde quer. A ideia não era chegar na F1. É chegar na F1 e ser bem sucedido”, declarou Amir em entrevista exclusiva ao GRANDE PRÊMIO em Interlagos.

Felipe Nasr vai ser titular da Sauber em 2015 (Foto: Getty Images)

Amir passou a tomar conta mais diretamente da carreira do sobrinho há seis anos, quando Felipe começou a competir nos monopostos. Desde então, trabalha para prepará-lo para entrar na Mundial de F1 e conseguir se manter — nessa tarefa, conta com o auxílio de Steve Robertson, empresário também de Kimi Räikkönen.

Amir ressalta que nem chegar à F1 nem se manter na categoria é fácil, ainda mais em um momento em que, “da noite para o dia, a F1 perde quatro vagas”.

“Sem dúvida nenhuma, esse acerto é prazeroso, mas agora a gente começa outro trabalho ainda mais duro do que foi para chegar aqui. Dá prazer, mas é momentâneo porque depois vem toda a responsabilidade e a obrigação”, comentou.

“No automobilismo, você sempre está começando. Quando você chega na F1, zera tudo o que fez para trás. Acho que o Felipe está preparado”, avaliou.

Amir ainda disse que tem certeza de que a Sauber, pelo histórico que tem no trato com jovens pilotos, é a porta de entrada perfeita para seu sobrinho: "A Sauber tem o melhor túnel de vento da F1, uma infraestrutura maravilhosa, nasceu uma equipe de corrida e continua isso. É gente de automobilismo mesmo, não foi gente que comprou uma equipe para especular, ganhar dinheiro ou porque é bacana."

Amir Nasr sempre acompanha de perto o sobrinho Felipe (Foto: Duda Bairros)

A respeito do peso que currículo e patrocínio tiveram na balança, Amir defendeu a mesma posição que Felipe apresentou nesta quinta em Interlagos: a de que prevaleceram os resultados e o talento, e que o dinheiro foi apenas consequência.

“O currículo, sem dúvida. O Felipe é patrocinado desde o kart. Alguém paga a conta para o piloto correr. O Felipe, sempre pagaram a conta por ele. E o legal é que ele sempre foi capaz de trabalhar esse talento e atrair marcas que querem apoiar. Mas, sem dúvida, o que mais pesou foi o talento”, disse.

“Se fosse por dinheiro, tem gente com muito mais dinheiro que está disponível para entrar”, reforçou.

Chefe da Sauber, Monisha Kaltenborn elogiou Nasr, mas admitiu que o fato de o piloto possuir um polpudo apoio pesou na decisão. Segundo ela, é preciso garantir a sobrevivência do time de Hinwil na F1.

Além de Nasr, a Sauber anunciou que contará com o sueco Marcus Ericsson, piloto-pagante, no outro carro na temporada 2015.


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O SEGUNDO BRASILEIRO

Felipe Nasr conquistou sua vaga na F1. O brasileiro, que passou 2014 como piloto de testes da Williams, vai guiar pela Sauber em sua estreia no Mundial na próxima temporada. o piloto de 22 anos confirmou que assinou um contrato de duas temporadas com a escuderia de Peter Sauber e terá Marcus Ericsson como companheiro em 2015. Especula-se que o acordo envolva um montante de R$ 54 milhões, e o Banco do Brasil entrou na jogada como patrocinador.

Leia a reportagem completa sobre Felipe Nasr no GRANDE PRÊMIO.

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