Trata-se de um mecanismo que permite mudança na cambagem do carro, através de um reajuste do volante. Puxe-o, e as rodas ficam em uma configuração com inclinação positiva (toe in); empurre-o, e as rodas ficam em negativa (toe out). Os pormenores do funcionamento já estão em
outra análise do GRANDE PRÊMIO. Aqui cabe o reconhecimento de uma qualidade da Mercedes: mesmo com um carro já próximo do teto de performance permitido pelo regulamento vigente, a turma de Brackley ainda conseguiu encontrar algo para voar ainda mais alto.
Claro que haverá um debate a respeito da legalidade do mecanismo. Ferrari e Red Bull não precisaram nem esperar o próximo dia para indicar que o DAS fere o regulamento técnico da F1. Sebastian Vettel, ao mesmo tempo em que aplaudiu a ideia, deu a entender que um volante não pode ir para frente e para trás. Helmut Marko, consultor da equipe dos energéticos, sinalizou que mudar a cambagem faz variar a distância do carro em relação ao asfalto, o que não é permitido por regulamento. De qualquer forma, a Mercedes já tem uma carta na manga: o diretor-técnico James Allison disse já ter contactado a FIA (Federação Internacional de Automobilismo),
que, segundo ele, deu sinal verde para a ideia.
A Mercedes tem a mesma fome de vitórias dos anos anteriores (Foto: Mercedes)
Ainda temos muito mais perguntas do que respostas sobre o DAS. Não sabemos se será usado e, sendo usado, se representará uma vantagem significativa para a Mercedes. Pode ser também que seja um tiro no pé de alguma forma, sendo talvez um mecanismo defeituoso. Só que, mesmo que tudo dê errado, uma coisa fica clara: a equipe prateada ainda está disposta a pensar fora da caixa e com fome de título. Isso após dominar a F1 por seis anos seguidos e provar inúmeras vezes como é forte. Não há sensação alguma de dever cumprido, e, sim, de que é preciso ir em frente.
Posto isso, é importante frisar algo: da mesma forma que não era possível cravar a Ferrari campeã após bons primeiros testes em 2019, não dá para cair na tentação de fazer o mesmo com a Mercedes em 2020. O carro prateado tem tudo para ser bom, mas ninguém viu direito o que Ferrari e Red Bull podem oferecer. As duas equipes, principais e talvez únicas ameaças aos prateados, relataram bons desempenhos nos primeiros dias em Montmeló. O que realmente pode fazer a atual campeã sorrir um pouco mais é a confiabilidade do W11, novamente inabalada.
A F1 ainda tem quatro dias de pré-temporada em Barcelona. Isso é tudo que está disponível antes do GP da Austrália, em março. São quatro dias para testar novidades vindas das fábricas e entender efeitos nos carros. Só que, venha o que vier, uma coisa para clara: ao menos o título de equipe mais criativa de 2020 já tem dona.
O GRANDE PRÊMIO cobre AO VIVO, em TEMPO REAL e 'in loco' os testes de pré-temporada da F1 em Barcelona com o repórter Vitor Fazio. Siga tudo aqui.
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