5 coisas que aprendemos no GP da Arábia Saudita, 2ª etapa da Fórmula 1 2023

Sergio Pérez comandou a dobradinha da Red Bull no GP da Arábia Saudita. Max Verstappen foi de 15º para segundo sem maiores esforços e Fernando Alonso, fechando o pódio, roubou os holofotes dentro e fora da pista

O susto na classificação causou certo frenesi e fez com que rivais e público vislumbrassem a possibilidade de surpresa em Jedá, mas o GP da Arábia Saudita deste domingo (19) terminou com o resultado que todo mundo imaginava: uma dobradinha da Red Bull. Apesar de largar no 15º lugar, Max Verstappen recuperou o tempo perdido e chegou ao top-2, mas não bateu uma pessoa. Sergio Pérez soube levar a prova e terminou com a primeira vitória dele na temporada 2023, a quinta na Fórmula 1.

Pérez até perdeu a posição na largada, quando Fernando Alonso contornou a primeira curva já na frente. Só que o espanhol havia se posicionado errado no colchete do grid e terminou punido com 5s. Antes mesmo que pudesse cumprir a punição, Pérez colocou o RB19 para funcionar, atacou e recuperou o posto para não mais perder.

Verstappen, por sua vez, já vinha recuperando posições sem grandes problemas e aparecia no quinto lugar. A questão é que as diferenças para os quatro primeiros colocados eram consideráveis, embora não gigantes. O trabalho foi facilitado, entretanto, quando Lance Stroll teve problemas e foi obrigado a parar o carro na área de escape, causando safety-car. Aí, ultrapassagens simples e rápidas para chegar ao segundo lugar. Na última volta, ainda fez a melhor volta da corrida e anotou um ponto extra.

Apesar da dobradinha com vantagem para os demais, a Red Bull deixa Jedá com luz amarela acesa. Após problemas com Pérez na sexta e Verstappen no dia seguinte, ambos reclamaram de diferentes aspectos do carro na parte final da corrida. Verstappen, primeiro e mais contundentemente, do câmbio; Pérez, dos freios.

Sergio Pérez venceu na Arábia Saudita (Foto: Red Bull Content Pool)

Sem ter como acompanhar os carros taurinos, Alonso fez o trabalho dele, como havia feito no Bahrein, e completou no terceiro posto, indo ao pódio inicialmente. Aí, porém, veio o prejuízo: instantes após a cerimônia de pódio, os comissários confirmaram que um dos mecânicos da Aston Martin encostou o macaco hidráulico no carro de Fernando enquanto pagava os 5s de punição recebidos no começo da corrida. Acabou recebendo uma punição de 10s e perdendo o terceiro lugar para George Russell.

Alonso, claro, reclamou, e a Aston Martin pediu revisão aos comissários. O chefe de equipe Mike Krack alegou que não houve qualquer vantagem na atitude dos mecânicos da equipe durante a punição na corrida. Portanto, não fazia sentido uma segunda sanção.

Pois 3h após o final do GP da Arábia Saudita, a FIA resolveu aceitar a apelação e devolver Alonso ao terceiro lugar. O GP da Arábia Saudita marcou, portanto, o seu 100º pódio na Fórmula 1. Com Isso, Russell voltou a ser o quarto colocado.

Lewis Hamilton veio em seguida, pondo a Mercedes na frente das duas FerrariCarlos Sainz e Charles Leclerc, nesta ordem. Esteban OconPierre Gasly e Kevin Magnussen fecharam o top-10.

Max Verstappen: de 15º para 2º na Arábia Saudita (Foto: Red Bull Content Pool)

Diante deste cenário, o GRANDE PRÊMIO aponta cinco coisas que aprendemos na segunda temporada da F1 2023, na Arábia Saudita:

Sai ano, entra ano, a FIA segue aloprada. Tudo no ‘caso Alonso’ soa amador

O que a Dona FIA fez no GP da Arábia Saudita é para enquadrar. E aí jogar fora depois com moldura e tudo. A condução da punição de Alonso foi absolutamente medonha. Para começo de conversa, não há argumento suficiente para defender a investigação da parada do espanhol ter rolado só nas voltas finais, tão depois do incidente. E não me venham com essa de que foi outra equipe que pediu, né? Aí depois, já na madrugada, a entidade tira a punição e devolve o pódio do espanhol, defendendo que não houve vantagem tirada com aquele macaco encostando na traseira do carro. O ponto é: se não houve, qual motivo para a decisão inicial? Não faz o menor sentido e, de novo, a FIA toma para si o protagonismo de forma totalmente desnecessária.

Pérez, o rei da rua! Mas ainda é pouco para virar candidato ao título

Não é exagero dizer que Pérez consegue bater de frente com Verstappen em pistas de rua. Problema é que para por aí. O mexicano tem cinco vitórias na carreira e nenhuma é em traçado original de circuitos permanentes. Sim, é isso mesmo: agora são quatro em pistas de rua e ainda uma no anel externo do Bahrein, que só existiu por causa da pandemia. É por isso que Checo precisa mostrar força nas próximas semanas. Austrália, Espanha, Emília-Romanha, só aí veremos se há, de fato, uma briga por título.

Verstappen chega em 2º sem esforços e com problemas. Assusta a concorrência

Max é muito favorito ao título por diversos fatores, mas um deles, sem dúvida, é a facilidade que tem em fazer corridas de recuperação. Sim, o safety-car de Lance Stroll foi providencial, mas alguém realmente acha que o holandês não seria segundo colocado em condições normais? Isso porque saiu de 15º, hein? Além de tudo, ainda se queixou de problemas no carro, enfim, estava tudo contra e só ficou atrás de Pérez. Improvável que exista alguma equipe capaz de bater de frente com os energéticos em 2023, viu?

Carlos Sainz não teve vida fácil com a Ferrari em Jedá. Aliás, a Ferrari não teve, né? (Foto: AFP)

Alonso domina noticiário dentro e fora da pista: é o rei do entretenimento

Que homem é Fernando Alonso. O cara foi para o pódio de novo e só por isso já mereceria ser um item aqui na nossa lista, mas o que foi a performance fora das pistas, hein? Entrevistas ácidas, provocações, memes compartilhados, teve de tudo. O bicampeão bateu o pé o quanto pode que o terceiro lugar era dele e, no fim, não é que a punição foi mesmo revertida? Valeu a pena ser falastrão – e foi divertido.

Ferrari sai de Jedá atropelada. E atrás de Aston Martin e até Mercedes

E a performance da Ferrari na Arábia Saudita, hein? Chegou com discurso otimista, teoricamente era uma pista que casava bem pela potência do motor e: fiasco. A Ferrari comprovou que está atrás não apenas da Red Bull, mas também da zebra Aston Martin e até da combalida Mercedes, que não parece ter evoluído muito, não, mas faz o suficiente para ficar na frente da incógnita absoluta vermelha. Se foi ruim assim no Bahrein e em Jedá, quando é que a Ferrari vai brilhar?

Fórmula 1 continua a temporada com o GP da Austrália, no circuito de rua de Melbourne, entre os dias 31 de março e 2 de abril.

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