5 coisas que aprendemos na sexta-feira do GP da Inglaterra da Fórmula 1 2023

Como de costume, Max Verstappen liderou os treinos livres e começa o fim de semana do GP da Inglaterra como favorito, mas tem uma Ferrari muito próxima, especialmente no ritmo de classificação. Carlos Sainz ficou a apenas 0s022 da marca do holandês, na segunda posição. Enquanto isso, a Mercedes se viu em apuros, mas a Williams surpreendeu

Max Verstappen não encontrou problemas para liderar as duas sessões de treinos livres que abriram o fim de semana do GP da Inglaterra de Fórmula 1, nesta sexta-feira (7). Como de costume, o holandês rapidamente exibiu performance e se colocou consistentemente na ponta a cada saída à pista. Ao fim do dia, classificou como “muito forte” a performance geral da Red Bull. A única ressalva é Sergio Pérez, que de novo não seguiu o companheiro de equipe.

Na verdade, quem mais perto ficou do bicampeão foi a Ferrari. A equipe italiana apresentou novamente um significativo desempenho em volta única. Tanto que Carlos Sainz ficou a apenas 0s022 da marca de Max. No entanto, os vermelhos tiveram de lidar com a confiabilidade, que afastou Charles Leclerc na sessão da tarde.

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A grande surpresa do dia foi a Williams. Em casa e com uma pintura especial, a equipe inglesa surgiu em terceiro com Alex Albon e quinto com Logan Sargeant. Pérez ficou entre os dois carros azuis. As atividades em Silverstone foram marcadas também pelos fortes ventos que implicaram em um desafio para os times, mas nenhum grande incidente foi registrado, ainda que Mercedes e Aston Martin tenham enfrentado mais contratempos que o normal.

Diante deste cenário, o GRANDE PRÊMIO aponta cinco coisas que aprendemos na sexta-feira da décima etapa da temporada da F1 2023, na Inglaterra:

Verstappen não perde o costume e dita o ritmo

O líder do campeonato segue implacável em 2023. Mesmo nos treinos livres, o holandês não dá descanso e, de novo, se colocou muito forte nos dois treinos livres em Silverstone. O ritmo de classificação do RB19 #1 segue consistente e dificilmente dá para imaginar outro piloto na pole que não Verstappen. O piloto terminou o dia com a marca de 1min28s078.

Mas o que impressionou mesmo foi a performance em corrida — em média, Verstappen imprimiu um ritmo 0s390 melhor que a Ferrari. Ainda, Max foi rápido com os três compostos, especialmente com os pneus macios. “Acho que, no geral, o carro se mostrou realmente bom. Fiquei muito feliz com isso. O desempenho geral foi forte em ambas as sessões e conseguimos completar nossos programas, e o ritmo de corrida também foi bom. Então, foi muito positivo”, disse o bicampeão.

Apesar da sensação de tarefa cumprida, os taurinos manifestaram preocupação com a degradação dos pneus. A Pirelli levou uma nova especificação dos compostos duros e espera maior resistência. Mas a Red Bull vê com mais precaução. De toda a forma, o desempenho geral do time está além de seus rivais. Apenas a única ressalva: Sergio Pérez, embora mais próximo em classificação, continuou com um déficit para o colega de equipe.

Max Verstappen esteve forte como de costume (Foto: Red Bull Content Pool)

De novo, Ferrari surge na cola da Red Bull — mas só em ritmo de classificação

Assim como aconteceu na semana passada, na Áustria, a esquadra de Maranello foi quem apareceu mais perto de Verstappen na folha de tempos. E desta vez, praticamente colada. Acontece que Carlos Sainz encostou no líder da temporada no momento da simulação de classificação e ficou a somente 0s022 do registro do homem da Red Bull. No entanto, o revés que tirou Charles Leclerc do TL2 é algo que coloca uma pulguinha atrás da orelha.

De toda a forma, a performance em volta única é a força ferrarista e, por isso, a equipe deve aparecer bem na briga contra Verstappen quando a coisa for para valer mesmo, reproduzindo o desempenho já visto no Red Bull Ring nos trechos de alta velocidade — confirmando as atualizações. Há, no entanto, uma apreensão com o gerenciamento de pneus e com o ritmo de corrida — esse, sim, uma grande questão ainda que envolve o carro vermelho, uma vez que o déficit para os taurinos é significativo. Em contrapartida, os ferraristas estão muito à frente de Mercedes e Aston Martin.

“Precisamos continuar trabalhando no gerenciamento de pneus e no ritmo de corrida. Este deve ser o nosso principal ponto de foco amanhã, pois hoje pudemos ver que em uma volta não fomos tão ruins. No geral, estamos muito felizes com hoje, mas é claro que ainda há algum trabalho para fazer”, disse o espanhol, que venceu o GP da Inglaterra em 2022.

Carlos Sainz apontou o ritmo de corrida como um problema para a Ferrari na Inglaterra (Foto: AFP)

Mercedes em apuros na casa de Hamilton

A Mercedes viveu um dia decepcionante e cheio de incertezas. Apenas 15º colocado no segundo treino livre, Lewis Hamilton desabafou ao fim da sexta-feira, dizendo que “há algo muito errado” e que o revisado W14 “continua muito difícil de pilotar”. Acontece que a equipe alemã se viu sem ritmo algum de classificação. A configuração geral do carro pareceu mais complexa do que de costume, muito embora o desempenho em condições de corrida tenha sido muito melhor e mais consistente — embora não a ponto de colocá-la na briga com a Ferrari.

Portanto, considerando a intrigante oscilação de performance, especialmente em uma pista em que aposta todas as fichas, devido aos trechos de alta velocidade, a Mercedes colocou até o reserva Mick Schumacher para trabalhar no simulador, com a meta de encontrar um caminho para o restante do fim de semana.

“Hoje, parecia que tínhamos um carro que poderia lutar por um pódio na corrida e um carro de classificação que teria dificuldade em ameaçar o top-10. Claramente, temos muito trabalho a fazer para entender o motivo disso estar acontecendo”, reconheceu Andrew Shovlin, o engenheiro de pista dos octacampeões.

O terceiro setor foi o calcanhar de Aquiles da Mercedes no TL2. A performance no setor resultou na 12ª posição de Russell e no 15º lugar de Hamilton na sessão. “Temos algumas investigações em andamento, mas gostaríamos de analisar mais dados para testar nossas teorias”, afirmou Shovlin.

Apesar do resultado geral, o engenheiro apontou que a simulação de corrida foi animadora, principalmente com os novos pneus médios e duros. “O ponto positivo de hoje é que nosso desempenho com pouco combustível nos pneus médios e duros foi bom. Nosso ritmo em simulações de corrida também parecia forte. Foi encorajador ver que nossas atualizações estão se comportando conforme o esperado.”

Lewis Hamilton terminou o dia reclamando do W14 da Mercedes (Foto: Mercedes)

Ventos que sopram a favor da Williams na Inglaterra

Sob a direção de James Vowles, a equipe inglesa vem tentando crescer no pelotão. As atualizações introduzidas no Canadá parecem mais maduras na Inglaterra. O carro azul, de pintura especial para 800º GP da história do time, é forte em velocidade de reta e mais equilibrado em uma pista de características que o agrada. Mas talvez o terceiro melhor tempo de Alex Albon tenha superado todas as expectativas. O tailandês ficou surpreso não só com seu tempo de volta, mas também com a performance do companheiro Logan Sargeant, que terminou em quinto.

Albon creditou parte do resultado aos ventos em Silverstone. De fato, muita gente enfrentou problemas nesse sentido, incluindo a Mercedes, mas a Williams não se incomodou. “É estranho porque, sem parecer muito pessimista, não pareceu ótimo para nós, mas claramente deve parecer pior para os outros. O vento é um verdadeiro incômodo, realmente afeta o equilíbrio do carro. Mas parece que estamos lidando com isso muito melhor do que todos os outros”, afirmou Alexander.

Diante desse cenário, a Williams tem uma chance de brilhar na classificação deste sábado, mas dificilmente vai conseguir reproduzir essa performance no domingo. O ritmo de corrida é o ponto fraco do carro azul. Ainda que Albon compense qualquer desgaste maior dos pneus, o FW45 ainda precisa de um passo à frente para a prova.

Alexander Albon sorriu com a performance da Williams (Foto: Williams)

Paddock quente na Inglaterra

A sexta-feira inglesa da Fórmula 1 também foi marcada por rumores. Sim, a silly season segue fortíssima no palco mais tradicional da temporada. E um dos nomes mais comentados foi o de Álex Palou, o líder da Indy 2023. De acordo com o jornalista Joe Saward, Helmut Marko, o consultor da Red Bull, considera colocar o espanhol no carro da AlphaTauri já em setembro deste ano, após o fim do campeonato norte-americano. E a troca aconteceria a partir do GP de Singapura, programado para o dia 17 de setembro.

O mais provável, porém, seria deixar a estreia para o GP do Japão, em 24 de setembro, já que Palou conhece Suzuka, onde correu em 2017, pela F3 Japonesa, e em 2019, com Super Fórmula. O jornalista aponta, ainda, que o contrato de Palou tem uma brecha que o permite migrar pela F1. A cláusula, contudo, tem prazo para ser aplicada.

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Diante da informação, a repórter Jenna Fryer, da AP, consultou nesta sexta-feira (7) Zak Brown, da McLaren, com quem Palou tem contrato. A resposta foi curta e direta: “Ele é nosso piloto reserva e estará conosco no fim do ano para o restante das corridas da F1”.

Os próximos capítulos tendem a ser imperdíveis. O mercado continua aquecido com os boatos também envolvendo Pérez, Daniel Ricciardo e a Red Bull.

Mas o que mexeu mesmo com o paddock foi a presença de Brad Pitt e a equipe do filme sobre a Fórmula 1, que começou a ser gravado na Inglaterra. O ator participou, inclusive, da reunião dos pilotos na noite de sexta-feira, para agradecer a ajuda de todos na produção.

GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do GP da Inglaterra de Fórmula 1 2023 AO VIVO e EM TEMPO REAL. Amanhã, o terceiro e último treino livre está marcado para as 7h30 (de Brasília, GMT-3), enquanto a classificação é a partir das 11h. No sábado e no domingo, há também a segunda tela, em parceria com a Voz do Esporte.

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