Alpine descarta caixa de câmbio da Mercedes além da F1 2026 e foca em produção própria

No dia 12 de novembro de 2024, a Alpine anunciou que havia chegado a um acordo com a Mercedes para utilizar os motores fabricados pela montadora alemã ao longo de toda a vida útil do próximo regulamento da Fórmula 1, que passa a valer em 2026 e dura até 2030. No entanto, Oliver Oakes, chefe do time de Enstone, revelou que as caixas de câmbio, que também foram consideradas no contrato assinado, só deverão ser utilizadas no primeiro ano das novas regras.

Apesar dos muitos protestos por parte dos funcionários da fábrica em Viry-Châtillon, a Renault tomou a decisão de deixar de produzir unidades de potência para a categoria principal do automobilismo. Além de Luca de Meo, CEO da marca francesa, a medida adotada para reduzir custos contou com a participação de Flavio Briatore, que retornou ao paddock para assumir a função de conselheiro-executivo dos franceses em junho. O italiano foi o responsável por muitas das mudanças internas que aconteceram desde então.

“Vamos utilizar [a caixa de câmbio] apenas por um ano, em 2026”, disse Oakes em entrevista ao site da revista inglesa Autosport. “Isso nos dá um pouco de margem de manobra para, durante essa mudança de regulamento, termos uma coisa a menos com que nos preocupar. Mas estamos utilizando a nossa própria caixa de câmbio neste momento e estamos desempenhando bem, e o mesmo acontecerá em 2027”, continuou.

“Trata-se apenas de um balanceamento de recursos para a temporada 2026, e todos na equipe projetaram, fabricaram, construíram e deram vida a uma ótima caixa de câmbio. E isso fica claro quando vemos os resultados atuais”, acrescentou o chefe de equipe da Alpine, elogiando o trabalho empregado no desenvolvimento da ferramenta.

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Ao falar especificamente sobre a chegada do novo regulamento daqui a um ano, Oakes admitiu que os franceses estão enfrentando exatamente o mesmo dilema das demais participantes do grid: vale a pena sacrificar a temporada 2025? Bem, de acordo com o britânico de 36 anos, o objetivo principal é conseguir resolver alguns dos problemas que ficaram pendentes do último campeonato.

“Esse é o assunto mais comentado no momento. Acho que porque algumas equipes têm falado bastante sobre sacrificar 2025. O quanto podemos acreditar nisso ou não, eu não sei. Talvez elas estejam tentando tirar um pouco da pressão sobre si mesmas, porque a maioria dos times já sabe em dezembro quais são os planos para 2025. Então nos perguntamos de onde sai esse tipo de comentário”, questionou.

“Da minha parte, queremos ter um bom 2025. Somos bem humildes e sabemos que isso não vai ser fácil, pois há muita coisa que ficou [sem resolver] de 2024. E sabemos que adoraríamos nos dedicar mais ao desenvolvimento e ao equilíbrio de recursos para 2026, mas acho que todos serão julgados nos próximos três anos. Acredito que as pessoas nos julgarão pelo trabalho que fizemos no período de tempo entre 2023 e 2027, e não apenas em um determinado momento na F1“, explicou.

“Sou novo no trabalho, mas acho muito interessante ler coisas em que muitas pessoas não levam em conta o contexto, o que acontece nos bastidores e a preparação para as coisas. E a situação em que estávamos, como equipe, não era só por causa da pré-temporada [do ano passado]. As coisas já tinham sido definidas bem antes. E acho que é sempre importante analisar a situação de maneira geral”, concluiu o membro da Alpine.

Agora, a Fórmula 1 está oficialmente de férias. A próxima atividade é exatamente a sessão única de testes coletivos de pré-temporada, marcada para os dias 26, 27 e 28 de fevereiro, no Bahrein. A temporada 2025 começa com o GP da Austrália, nos dias 14-16 de março.

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