Briga entre Schumacher e Mazepin ganha ares de incontornável e tumultua futuro da Haas

Desentendimento do GP da Holanda fez chances de uma relação saudável entre Mick Schumacher e Nikita Mazepin ir pelos ares. Agora, alemão procura saída

COMO A RED BULL CONTRA-ATACOU E FOI NO ERRO DA MERCEDES PARA VENCER O GP DA HOLANDA DE F1

O grid da temporada 2022 da Fórmula 1 vai tomando forma e se prepara para fechar as últimas portas após as confirmações de Valtteri Bottas na Alfa Romeo, George Russell na Mercedes e Alexander Albon na Williams, mas não quer dizer que as duplas encomendadas serão entregues conforme os planos iniciais. É o caso da Haas, por exemplo, que vê uma situação tida como incontornável nos bastidores: a relação entre Nikita Mazepin e Mick Schumacher atingiu o ponto de não-retorno.

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O que parecia praticamente confirmado, a manutenção da dupla para o campeonato que vem, recebeu um gigantesco ponto de interrogação que cresceu exponencialmente desde o último fim de semana, ao longo do GP da Holanda. A situação do grid de 2022, com uma parca vaga disponível, cria urgência para que a Haas defina sua vida.

Acontece que Schumacher já não quer mais ser companheiro de equipe de Mazepin, e o inverso é igualmente verdade. A Haas começa a desejar a saída de Schumacher, também. Não se trata de um desejo técnico da equipe estadunidense, mas uma necessidade financeira: Nikita tem contrato para o ano que vem e, além disso, a importância financeira despejada da empresa de seu pai, a Uralkali, uma gigante russa da indústria química, é vital para manter o time navegando. Em outras palavras, a Haas pretende deixar Mazepin feliz.

De acordo com o site espanhol Soy Motor, a situação está bem clara também para Mick. Ele sabe qual a situação com relação a Mazepin e também está desapontado com a incapacidade da Haas evoluir durante o ano. Não apenas tem nas mãos com o pior carro do grid por ampla margem, mas a Haas praticamente utilizou o bólido de 2020 em 2021 e abriu mão de fazer as atualizações possíveis com os tokens liberados pela FIA, tudo isso em nome da contenção de gastos. Para a equipe, até pode fazer sentido; para o piloto, é algo que freia a possibilidade de se desenvolver na Fórmula 1.

NIKITA MAZEPIN; MICK SCHUMACHER; HAAS
Nikita Mazepin fechou pra valer Mick Schumacher na reta em Zandvoort (Foto: Reprodução)

Por isso, Schumacher está de olho na vaga ainda aberta: aquela para ser companheiro de Bottas na Alfa Romeo. Mick, afinal, tem ligação quase que sanguínea com a Ferrari e gostaria de permanecer no sistema de jovens pilotos da fábrica italiana.

Mas o que aconteceu em Zandvoort, no último fim de semana? Ainda no sábado, os dois tiveram problemas nos momentos derradeiros do Q1 da classificação, quando Mazepin se sentiu trancado por Schumacher e tentou fazer um movimento para driblar o companheiro na abertura da última volta rápida. Mas a jogada brusca do carro no russo criou problemas para Sebastian Vettel, que vinha atrás e precisou praticamente sair da pista para evitar um acidente. Mazepin chegou a dizer que tinha ficado puto da cara com a situação, enquanto Schumacher garantiu que tinha permissão da equipe e não fez nada demais.

No domingo, logo na primeira curva da corrida – na qual Mick largou na frente -, um toque entre os dois mandou o piloto alemão para os boxes com uma quebra na asa dianteira. Antes do russo abandonar, ainda haveria o momento que foi pego pela câmera onboard e rodou o mundo. Schumacher encostava em Mazepin na reta, mas o russo se moveu para dentro no momento exato para quase arremessar Mick contra o começo do muro do pit-lane.

Schumacher não pareceu muito animado, após a corrida, com a possibilidade da relação melhorar. “Acho que não vai, para ser sincero. Parece que ele colocou na cabeça e quer, a qualquer custo, estar na minha frente, e isso é ok. Não tenho nada contra, mas quando chegamos ao ponto de defender de um jeito agressivo além da conta contra um companheiro quando não se tem nada a ganhar, creio que não seja a abordagem correta. E não justifica o fato dele me empurrar no muro e para o pit-lane. Não acho que seja o jeito certo.”

Vettel teve de desviar de Mazepin no fim do Q1 na Holanda (Foto: Reprodução/F1 TV)

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Não foi a primeira vez que os dois tiveram problemas. Mais notoriamente em Baku, no GP do Azerbaijão, a fechada de Mazepin para cima de Schumacher também criou problema por ter sido um movimento, sem qualquer sobra de dúvidas, perigoso. Com os dois sempre nas últimas posições das corridas, já que têm nas mãos um carro ruim, não há muito sentido em se envolver em situações do gênero. E o chefe Guenther Steiner, que prometeu conversar novamente com os dois antes do GP da Itália, dá a impressão de ser outra pessoa em relação ao sujeito explosivo das broncas em Romain Grosjean e Kevin Magnussen, glorificadas pela série documental ‘Drive to Survive’.

A Ferrari entende a situação, evidentemente, mas há poréns a serem discutidos. Primeiro, apesar do longo histórico com a Alfa Romeo e antecessora Sauber, atualmente tem laços ainda mais próximos com a Haas. Mas, sobretudo, encontra outros problemas numa ida de Schumacher para a Alfa Romeo. Inicialmente, significaria o fim da linha para Antonio Giovinazzi na Fórmula 1. A Ferrari não está animada com a possibilidade de perder o único italiano do grid, sobretudo num momento em que mostra evolução.

E mais do que isso: há quem trate a Alfa Romeo e seu chefe Fréderic Vasseur como totalmente apaixonados por Théo Pourchaire. Piloto francês de 18 anos recém-completados foi vice-campeão da Fórmula 3 em 2021 e faz temporada de estreia na Fórmula 2, onde já tem vitória e ocupa o sexto lugar do campeonato defendendo a ART, que tem em Vasseur um dos fundadores. Mas a compreensão da equipe é de que fará bem a Pourchaire um ano a mais de maturação na Fórmula 2 para em 2023, sim, ingressar na Fórmula 1. Já que Bottas tem contrato longo, quem fizer companhia a ele na Alfa Romeo em 2022 sabe que tem boas chances de estar de ingresso num beco sem saída. É o perigo também para Schumacher.

O relógio joga contra, e há uma decisão a ser tomada com urgência.

A CARA DO GRID DA F1 2022 + O ESTADO DE SCHUMACHER | TT GP #29
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