Calendário, logística e cultura: como F1 enxerga meta de ser carbono neutro até 2030

Ellen Jones, diretora ambiental, social e de governança da Fórmula 1, atualizou em que pé vê o objetivo que a categoria tem para os próximos anos

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A Fórmula 1 tem um objetivo traçado desde 2019 para que, até a temporada 2030, seja uma companhia que não emita mais gases estufa do que remove, por meio de outros projetos, na atmosfera do planeta – sobretudo dióxido de carbono. E, passados quase quatro anos, o tempo até 2030 é cada vez mais curto. Portanto, a categoria tem se mexido para se aproximar do que deseja apresentar até o fim da década.

Ellen Jones, diretora ambiental, social e de governança da Fórmula 1, deu uma atualização sobre os planos da categoria. Além da mais rapidez para contar com números por temporada, afirmou que mudanças têm de ser feitas não apenas na área de tecnologia, com o passar dos anos, mas na parte cultural. Afinal, alterações no calendário, maneira de viajar e questões perfeitamente já compreendidas terão grande impacto nos planos.

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“Ser carbono neutro em 2030 significa que estamos reduzindo nossas emissões a um mínimo de 50%. Estamos em 2023: para chegar lá em sete anos, temos muito trabalho a fazer. E temos de usar nossa tecnologia que está disponível atualmente. Nossa última marcação sobre o uso de carbono é 2021: foi uma redução de 17% com relação à 2018. É fantástico”, garantiu.

“Mas temos de começar a comparar ano a ano, dado o fato de que tivemos temporadas consolidadas. Estamos atualmente coletando as informações de 2022”, contou.

Dentro do processo, garante que a introdução de motores movidos a combustível sustentável, regramento que passa a valer em 2026, será fundamental. “Nossa estratégia de sustentabilidade tem três pilares. O primeiro é ser carbono neutro até 2030; o segundo é realizar eventos mais sustentáveis; o terceiro, garantir que o esporte seja mais diverso e inclusivo”, apontou.

“Então, quando olhamos para a meta de 2030, o que significa? Que estamos cortando nossas emissões em até 50%. Significa que estamos entregando combustível sustentável a partir de 2026. E significa também que estamos empoderando e engajando nosso esporte de maneira mais ampla na direção em que [outros atores] possam agir na mesma linha de redução do impacto do uso de carbono”, opinou.

Um dos focos da F1 para atingir a meta é otimizar o calendário (Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio)

“Todas as dez equipes, promotores de corridas, parte logística da F1, todos estão de olho nestas reduções. Há algumas mudanças que podemos fazer rapidamente, como mudar a tarifa de energia renovável, que temos em nossos escritórios, algo que todas as equipes já fizeram. Outras mudanças são maiores, como transmissões remotas, algo que muda a maneira como as equipes operam nas atividades que costumavam acontecer na pista, mas agora acontecem nas fábricas. Muito da parte de produção das equipes já não viaja mais”, falou.

“Quando olhamos para a materialidade do nosso impacto de carbono, o combustível dos carros representa menos de 1%. Ter combustível sustentável é importante, porque assim olhamos para as inovações técnicas e o impacto da indústria automotiva global, mas 2/3 da nossa meta para nos tornarmos carbono neutro até 2030 está nas logísticas de viagem”, garantiu.

Dentre as mudanças que precisam ser feitas, segundo Jones, uma grande parcela não é material ou tecnológica, mas cultural.

“Quando o assunto é entregar a meta que temos, temos de olhar em como olhar honestamente para nossas operações e entender como mandar menos coisa e gente, viajar com menos impacto e menores distâncias, para garantir que nossos deslocamentos sejam posicionados de maneira lógica. São ações que não dependem de novas tecnologias, mas de uma mudança cultural de cada indivíduo na F1, o entendimento do papel de cada um e como essas decisões impactam a meta de carbono neutro até 2030. As inovações de tecnologia são fantásticas e nos ajudam a dar saltos adiante em vez de passos”, seguiu.

Domenicali prometeu tentar otimizar calendário da F1 para 2024 (Foto: F1)

Dentro da ideia de mudanças sugeridas e que a F1 tenta implementar, já pensando nas tais alterações culturais, estão os acordos com os parceiros justamente de logísticas da DHL. A frota de aviões dispostos para mover a F1 pelo mundo não são mais os 747, mas os 777, tidos como mais eficientes. O uso de combustível sustentável para os aviões também é um desejo que vai sendo realizado aos poucos.

“Quando falamos de impacto de carbono, estamos lidando com três questões fundamentais. Como vamos criar essas reduções? A primeira coisa é a distância viajada, a segunda é o modo como isso será feito e a terceira é a quantidade [de gente e coisas] que viaja. E temos respostas em todas as três. Para entregar um Mundial de F1, continuaremos trabalhando em todos os aspectos. Há respostas diferentes dependendo de outros fatores. Podemos buscar uma solução de envio de carga por navios? Podemos ter centros regionais? E, claro, o próprio calendário”, disse.

“Do ponto de vista do calendário, entendemos completamente que a racionalização é a meta. E é algo que nosso CEO Stefano [Domenicali] tem defendido. Além de trabalhar em parceria como nossos promotores. Quando temos um calendário e as datas, sempre vira algo que gera muitas emoções. É como um feriado, sempre foi assim, mas precisamos trazê-lo nessa jornada de mudança para realizar eventos mais sustentáveis, reduzir nosso impacto no uso de carbono e equilibrar todas as variáveis”, finalizou.

Fórmula 1 volta em duas semanas, entre os dias 16 e 18 de junho, com o GP do Canadá, em Montreal, oitava etapa da temporada 2023. E o GRANDE PRÊMIO acompanha tudo.

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