“É um caso sem esperança”: amigo Benoît fala sobre estado de saúde de Schumacher

O décimo aniversário do acidente de esqui de Michael Schumacher se aproxima, marcando uma década de mudanças profundas na vida da família. No entanto, a situação atual não apresenta mudanças significativas desde aquele fatídico fim de 2013. Segundo o jornalista francês Roger Benoît, amigo de longa data de Michael, a situação continua sendo um desafio aparentemente sem solução.

Foi o que Benoît, veterano jornalista que cobre a Fórmula 1 desde o fim dos anos 1960 e teve relação próxima com Schumacher, afirmou durante especial que jornal suíço Blick faz sobre histórias relacionados ao heptacampeão.

Durante um especial realizado pelo jornal suíço Blick sobre histórias relacionadas ao heptacampeão da Fórmula 1, Roger Benoît, um veterano jornalista que cobre a categoria desde o fim dos anos 1960 e que manteve uma relação próxima com Schumacher, fez uma afirmação marcante.

▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2

“Não”, respondeu Benoît quando questionado exatamente se sabe como está Schumacher.

“Há apenas uma resposta para essa questão. É aquela que Mick deu durante uma de suas raras entrevistas [sobre o assunto], em 2022 [2021, na verdade]. ‘Eu daria tudo para falar com meu pai'”, recordou, lembrando o documentário ‘Schumacher’, lançado há dois anos.

“Essa frase diz tudo sobre como o pai dele tem estado nos últimos 3.500 dias. É um caso sem esperança”, acrescentou o jornalista.

Durante a entrevista ao Blick, Benoît referiu-se a Schumacher como “hexacampeão”. A escolha de palavra chamou a atenção, uma vez que Schumacher conquistou sete títulos mundiais.

“Óbvio que eu sei que ele foi campeão mundial sete vezes. Mas o título de 1994 deveria ser retirado dele por só ter ganhado pela falta cometida contra Damon Hill”, disse Benoît.

Mas Benoît foi elogioso com um dos “maiores de todos os tempos”. “Eu sempre tive respeito pelo desempenho dele. A maneira como ele trabalhava na Ferrari era única”, falou. “Ele costumava ficar no escritório até meia-noite, uma atitude de trabalho incrível. E ele ainda detém o recorde de 19 pódios consecutivos até hoje”, finalizou.

A história do acidente de Schumacher

Em 29 de dezembro de 2013, um dia que se destacaria na história, Michael Schumacher sofreu um grave acidente de esqui que mudaria sua vida para sempre. O trágico evento ocorreu em Méribel, uma cidade montanhosa na França, conhecida por ser um local favorito para a prática de esqui de Schumacher.

O momento de lazer se transformou em pesadelo quando a cabeça do heptacampeão colidiu com uma pedra. O resultado foi um coma induzido no final de 2013, deixando o mundo em suspense sobre a gravidade das lesões cerebrais sofridas por Schumacher, cujos detalhes nunca foram completamente esclarecidos para o público.

A falta de informações detalhadas sempre foi uma característica da assessoria de Schumacher, liderada por Sabine Kehm, que protegeu a privacidade da família ao máximo. Informações eram divulgadas apenas quando havia boas notícias. Em abril daquele ano, sinais de recuperação foram detectados, seguidos pelo fim do coma induzido em junho, que possibilitou a transferência de Michael para Lausanne, na Suíça, para reabilitação.

No entanto, à medida que 2015 se aproximava, os rumores se intensificaram, muitos deles contraditórios. A família Schumacher continuou a manter um véu de privacidade em torno da situação de Michael, refutando alegações de que ele estava paralisado e incapaz de falar. Sabine Kehm enfatizou um progresso constante, mesmo que gradual.

As atualizações de informações sobre Schumacher se tornaram cada vez mais escassas, especialmente após sua transferência para a casa na Suíça. Poucas pessoas tinham permissão para visitá-lo, e Jean Todt, ex-chefe da Ferrari e presidente da FIA, era uma delas. No entanto, Todt não revelou informações significativas, apenas compartilhando que ambos assistiam ocasionalmente às corridas de Fórmula 1 pela TV.

Em 2020, uma rara informação sobre a condição de Schumacher veio de uma fonte inesperada, a ex-mulher de Flavio Briatore, Elisabetta Gregoraci, durante um reality show na Itália. Ela afirmou que a comunicação com Michael só era possível apenas através dos olhos, indicando que ele ainda não havia recuperado a fala.

No entanto, é improvável que informações oficiais sobre a saúde de Schumacher sejam divulgadas no futuro próximo. A família Schumacher busca total privacidade, inclusive com a mudança para a ilha de Maiorca, na Espanha, para evitar a exposição. Mesmo com todos os esforços, a privacidade de Michael continua sendo desafiada, como evidenciado pelo vazamento de alegadas fotos em janeiro, que nunca foram confirmadas.

As raras atualizações não diminuem a importância de Michael Schumacher em 2020. Ele teria tido a oportunidade de parabenizar Lewis Hamilton, que igualou seu recorde de sete títulos mundiais. Além disso, teria acompanhado a jornada de seu filho, Mick, na Fórmula 2, rumo à Fórmula 1 como piloto da Haas. No entanto, Michael permanece recluso em sua casa, lutando por uma qualidade de vida melhor.

O lançamento do documentário ‘Schumacher’, em setembro de 2021, proporcionou uma visão profunda sobre a carreira e a vida de Michael. Nas palavras da família, foram declarações significativas que ofereceram uma rara visão sobre seu estado atual. Embora a palavra “recuperação” seja evitada, as entrelinhas revelam uma história de determinação e amor inabalável pela família que continua a inspirar o mundo.

🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Fórmula 1 direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.