CEO da AlphaTauri explica escolha por pilotos experientes: “Queremos ser competitivos”
Peter Bayer justificou a escolha por pilotos experientes na AlphaTauri para 2024 e disse que a opção faz parte da busca por competitividade. De acordo com o CEO da equipe italiana, novatos possuem mais dificuldades em transmitir informações aos engenheiros
A AlphaTauri, equipe B da Red Bull na Fórmula 1, sempre foi utilizada como um terreno fértil para o desenvolvimento de jovens talentos, oriundos do programa de pilotos da marca austríaca. No entanto, fugindo um pouco dessa tradição, a oitava colocada no Mundial de Construtores em 2023 optou por ter uma dupla mais experiente para este ano: Yuki Tsunoda, que vai para a quarta temporada no Mundial, e Daniel Ricciardo, de 34 anos, dono de oito vitórias na F1. De acordo com Peter Bayer, CEO da esquadra italiana, a escolha foi feita com o intuito de tornar o grupo mais competitivo, já que “novatos não conseguem transmitir informações com tanta facilidade aos engenheiros”.
Após as duas últimas temporadas terem sido muito abaixo das expectativas, a Red Bull decidiu fazer uma completa reformulação em sua equipe irmã. Além das mudanças na estrutura de trabalho e o aumento do número de peças que agora serão adquiridas dos taurinos, o time de Faenza também terá um novo chefe de equipe, Laurent Mekies, escolhido para ocupar a posição deixada por Franz Tost.
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“Os acionistas, quando estavam definindo os planos, disseram: ‘Queremos que vocês sejam competitivos’. Franz [Tost] sempre diz e, honestamente, concordo 100%, que um jovem piloto precisa de três anos para estar pronto para a F1”, explicou Peter.
“Com toda a complexidade que o esporte exige agora, e a quantidade de informações que os novatos têm que digerir, processar e depois nos passar, para que possamos entender o que fazer, como alterar as configurações para sermos competitivos, eles precisam de muito tempo para isso.”
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Ainda de acordo com o mandatário, a mudança de mentalidade dentro da AlphaTauri aconteceu quando Liam Lawson teve de substituir Ricciardo — que fraturou a mão esquerda após um acidente durante o fim de semana do GP da Holanda. Apesar de ser um novato, o neozelandês fez boas corridas ao volante do AT04, conquistando dois pontos com a nona posição no GP de Singapura. Porém, em comparação com o experiente australiano, Lawson teve mais dificuldades para transmitir informações aos engenheiros.
“Eu soube disso quando colocamos um jovem piloto no carro”, disse Bayer, se referindo à chegada de Liam. “O que acontece é uma mudança no fluxo de informações. Um piloto experiente como Daniel dá a sua contribuição ao engenheiro que, por sua vez, a entrega à sala de operações e volta com uma informação.”
“Com um piloto jovem, a informação flui da sala de operações para os engenheiros, do pit-wall para o piloto. ‘Tenha cuidado constante naquela curva, freie mais tarde ou verifique a traseira’, por exemplo. Sinceramente, é como num teatro, o engenheiro está sempre ocupado falando no rádio. Enquanto com o Daniel, ele fica tranquilo. Poucas informações e está tudo resolvido”, explicou o diretor-executivo.
“Você sente a diferença. E então, é claro, o trabalho que fazemos com ele no simulador, o desempenho do carro, é algo completamente diferente. Por isso, um piloto experiente assume a responsabilidade por um jovem. E esse jovem também precisa estar preparado”, concluiu o homem forte da AlphaTauri.
A AlphaTauri ainda não anunciou a data da apresentação do carro da temporada 2024 da F1.
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