CEO da Renault alerta para “colapso total” da Alpine e justifica saída da F1
Luca de Meo ainda citou a perda de patrocinadores por causa dos resultados ruins alcançados na temporada 2024, reforçando a necessidade de "repensar o projeto" na Fórmula 1
A decisão da Renault de encerrar as operações de fabricação de motores para uso na Fórmula 1 ainda continua dando o que falar no mundo do automobilismo. Luca de Meo, que assumiu o cargo de CEO do grupo em julho de 2020, citou a perda de patrocinadores por causa da falta de resultados e ainda disse com todas as letras que a Alpine corria o risco de “colapsar” nos próximos dois anos.
O anúncio da saída da principal categoria do automobilismo foi feito primeiramente aos funcionários da fábrica em Viry-Châtillon, no dia 30 de setembro. Como esperado, os colaboradores detonaram a fabricante francesa e a culparam de chegar a tal decisão “sem fazer um estudo sério” sobre o caso, alertando sobre os riscos de uma onda de demissões. De acordo com a revista alemã Auto Motor und Sport, porém, equipes como Sauber Audi, Red Bull e Ferrari já demonstraram interesse por alguns nomes.
Até mesmo ex-diretores, como Bruno Mauduit e Denis Chevrier, que trabalharam na Renault há mais de duas décadas, esbravejaram contra o veredito e culparam a “má gestão” dos últimos anos, citando ainda uma suposta “conspiração” por parte da equipe de chassis. De Meo, por sua vez, rebateu as acusações e disse que era necessário colocar um ponto final nos trabalhos envolvendo a fabricação das unidades de potência.
“Estamos em uma espiral descendente há três temporadas. Mais dois anos como esse, e o projeto entraria em colapso total. Tínhamos de fazer algo para mudar”, bradou o dirigente durante uma entrevista ao jornal francês L’Equipe. “Estamos perdendo bônus e patrocinadores por causa dos nossos resultados. Parecemos ridículos chegando em 16º e 17º. Não estamos em lugar nenhum”, continuou.
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Enquanto Esteban Ocon pontuou em apenas quatro oportunidades até aqui, totalizando 5 pontos na competição, Pierre Gasly não foi muito melhor e acumulou 8 tentos, colocando a equipe liderada por Oliver Oakes na nona e penúltima posição no Mundial de Construtores — pior resultado do grupo Renault desde 2016. A Williams, oitava colocada, somou 16 pontos, apenas 3 a mais que os franceses.
Com a saída da Fórmula 1, a porta se abriu para a Alpine fechar uma parceria com outra fabricante. A Mercedes apareceu como o nome mais provável nos últimos meses, já que o próprio Toto Wolff, chefe da equipe, admitiu publicamente o interesse em contar com uma nova cliente para 2026.
“Precisávamos repensar o projeto para finalmente vencer. Sou diretor de uma empresa listada [na bolsa de valores] e tenho de tomar decisões que sejam melhores para o negócio”, afirmou De Meo, que ainda voltou a negar que o retorno de Flavio Briatore ao time tenha sido com o objetivo arrumar a casa para vendê-la em seguida.
“[Essa informação] é completamente falsa. Eu não o trouxe para [em seguida] sair da F1. Vejo as vantagens para nós de estar na F1. Flavio está no centro dessa revitalização do projeto. Estamos reorganizando a equipe e estamos focando em Enstone“, finalizou o CEO da Renault.
A Fórmula 1 agora só volta entre os dias 18 e 20 de outubro para o GP dos Estados Unidos, em Austin.
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