Chances perdidas e realidade nova: após início ruim, Haas identifica falhas e corre pelo ‘título da F1 B’

O que mais se ouviu na Haas no começo do ano foi sobre a falta de sorte que parecia não desgrudar da equipe. Os erros e abandonos custaram boa parte dos pontos que poderia obter, mas, para a segunda metade da temporada, os americanos parecem se acertar em busca da quarta colocação

O início de temporada da Haas contou com diversos altos e baixos e uma explicação frequente para os resultados: sorte – ou a falta dela. Com bom carro, mas muitos erros, a equipe deixou vários pontos pelo caminho, inclusive os necessários para o quarto lugar – algo que foi muito bem aproveitado pela Renault. Entretanto, as últimas cinco corridas na zona de pontuação consolidaram que existe material para disputar a liderança do pelotão intermediário, e dá ares de recuperação para a segunda metade do ano na F1. 
 
Na Austrália, diante dos excelentes sexto e sétimo lugares no grid de largada, o fim de semana acabou com o abandono dos dois carros e a primeira frustração do ano. O erro não foi dos pilotos, isso é bem verdade, mas se configurou na falta de atenção e nos outros deslizes que a equipe enfrentou, mesmo tendo um dos conjuntos mais fortes do meio do grid. E a sorte, tão falada desde o início, já mostrava que não estava muito virada para a Haas.
 
Com parte do primeiro semestre pontuando apenas com Kevin Magnussen, o time chegou a ficar atrás da Force India, na sexta colocação, e mesmo atualmente soma apenas sete pontos de vantagem para os indianos que chegaram a falir, enquanto seguem a 16 da Renault. Nessa comparação, Magnussen tem 45 pontos, em oitavo no campeonato e apenas uma posição atrás de Nico Hülkenberg, enquanto também soma 15 a mais que Carlos Sainz. Os pontos perdidos custaram muito caro para os americanos, e isso foi percebido e cobrado desde o meio do primeiro semestre.
 
Outro ponto que se relaciona diretamente com os resultados da Haas na temporada é a campanha extremamente irregular de Romain Grosjean. O franco-suíço teve um início de campeonato onde também creditou – de novo – ao aleatório as péssimas atuações que vinha tendo.
 
Foram quatro abandonos e muitos erros cometidos, que o levaram a ser alvo de críticas e até puseram em dúvida o seu cargo, apesar da aposta segura de que poderia garantir um lugar ainda para o ano que vem. Guenther Steiner, chefe da equipe, demonstrou uma posição de apoio ao piloto nas primeiras provas, mas, com a sequência de descuidos, o dirigente se inclinou a deixar as coisas em aberto para o futuro de Grosjean.  
Romain Grosjean levou oito provas para marcar seus primeiros pontos na temporada(Foto: Twitter)
"Eu não diria que estamos procurando. Mas digamos que muitas pessoas estão conversando conosco, para colocar nesses termos. Há pessoas que perguntam por razões óbvias e que querem ver o que estamos fazendo. Se alguém está perguntando [sobre vagas] não significa que quer vir. Na minha opinião, pode estar apenas querendo saber o que outras pessoas estão fazendo”, afirmou o chefe de equipe da Haas.
 
Apesar disso, mesmo com os problemas que ainda tem de lidar, a Haas passa pela sua melhor temporada em três anos, e só não está à frente da Renault por conta dos pontos perdidos, principalmente por Grosjean, ainda que este tenha tido duas provas bem positivas imediatamente antes das férias. Mas a equipe tem carro e potencial, e sabe disso. A evolução no campeonato mostrou que o segundo semestre pode ser de colher os resultados de um trabalho nos trilhos, alinhado e com muito foco. 
 
“Precisamos parar de jogar pontos fora. Estamos sempre nos pontos e, de repente, perdemos eles. É sempre um trabalho duro e nosso trabalho duro hoje é para marcar pontos, parar de jogar eles fora. A gente deveria estar pensando cada vez mais alto, mas estamos apenas tentando limpar os nossos erros. Estamos agora na metade da temporada e perdemos muitos pontos por causa de nossos próprios erros e isso não é aceitável", afirmou Steiner após o incidente entre os dois pilotos da equipe em Silverstone, em julho deste ano.
A Haas comemorou o melhor resultado de sua história, na Áustria (Foto: Haas)
Do outro lado da moeda, a equipe, munida com motores e outras peças da Ferrari, conta com bom desempenho em pista, se mostrando constante e capaz de competir no pelotão intermediário se conseguir ser mais cautelosa nas provas. Ciente disso, a volta da F1, em Spa-Francorchamps no fim de julho, pode ser o começo do ataque americano para conquistar o quarto lugar. Desde o GP da França o time vem conquistando pontos com os dois carros, e alcançou na Áustria o melhor resultado de sua história, com o quarto lugar de Grosjean e o quinto de Magnussen.
 
Os últimos resultados podem ser um sinal de que o time diagnosticou os problemas para trabalhar dentro da pista e, de fato, aproveitar o que é capaz de alcançar. Em 12 corridas foram oito aparições dentro dos pontos. Para a Haas, o que falta agora para dar o passo adiante é constância, concentração e cuidado. 
 
Ainda restam nove corridas para levar o potencial ao máximo e não repetir os resultados do início do ano. A lição parece ter sido aprendida. O aquecimento para as férias de verão trouxe 48 dos 66 pontos que a equipe tem. Com o bom aparato, a Haas deve vir forte se lembrar que ela é quem tem que fazer a própria sorte para, assim, buscar o sonhado quarto lugar e título simbólico da 'Série B' da F1 em 2018.
 
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