Leclerc puxa Ferrari com pole, mas é cedo para crer em briga com Red Bull no Azerbaijão

Charles Leclerc surpreendeu ao cravar a pole do GP do Azerbaijão. É bem verdade que a Ferrari é melhor de classificação do que em corrida, mas, mesmo com uma performance iluminada em uma pista que se dá bem, o monegasco terá de tirar mais do carro vermelho para enfrentar uma Red Bull que segue muito forte. O sábado tende a sinalizar o que deve acontecer no domingo, só que com ressalvas

Pela primeira vez na F1 2023, a Red Bull se viu derrotada. E coube a Charles Leclerc impor o revés aos taurinos ao cravar a pole-position do GP do Azerbaijão. A performance do monegasco pegou a todos de surpresa — ele, inclusive. Embora seja notório o melhor desempenho da Ferrari em classificação na comparação do que acontece em corrida, é correto afirmar que poucos apostariam em um resultado que não o sucesso do carro energético, sobretudo nas mãos de Max Verstappen. Porém, as ruas de Baku presenciaram nesta sexta-feira (28) um Leclerc de volta a sua forma habitual em giros lançados e tendo uma SF-23 muito bem acertada. Mas será suficiente?

A pole, é verdade, não poderia ter vindo em momento mais adequado — a escuderia vive sob pressão e lida com rumores de toda a sorte em um início de temporada intempestivo. Por isso, o ar mais aliviado nas garagens italianas. Acontece que a Ferrari deu pequenos passos adiante ao olhar para si, como insistiu o chefe Frédéric Vasseur. De fato, não há grandes atualizações em Baku. Na verdade, os engenheiros de Maranello trabalharam em duas frentes nessas semanas que separaram a Austrália e o Azerbaijão. A primeira delas foi a asa traseira. O componente já vem sendo estudado desde o ano passado e talvez tenha sido responsável pela diferença cortada para o RB19 — desta vez, a Ferrari perdeu muito pouco para a adversária austríaca na longa reta dos boxes.

Max foi 3.6 km/h mais rápido que Charles no retão durante a classificação. Esse é um fator importante porque, em 2022, a Red Bull possuía uma vantagem de quase 12 km/h em reta. Então, houve em Baku uma perda considerável.

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Outro ponto técnico tem a ver com o progresso feito pela equipe em Melbourne. O time vermelho aprimorou a configuração geral do carro e sofreu menos com o desgaste de pneus, o que proporcionou um ganho interessante em termos de ritmo de corrida. É nisso que os ferraristas se concentram neste momento. Ainda que a pole tenha sido uma surpresa, há sinais de que o time acertou em alguns elementos: por exemplo, perdeu pouco em velocidade final, e Leclerc acabou levando a melhor sobre Verstappen justamente no segundo setor do circuito — o mais sinuoso, em que a tração e o equilíbrio são fundamentais.

Portanto, se conseguir reproduzir essa configuração em um acerto de prova, a Ferrari tem uma chance, ainda que a disputa direta com a Red Bull exija algo a mais.  “Temos trabalhado duro desde a última corrida, e notamos alguns sinais positivos em Melbourne, mesmo saindo zerados [da Austrália]. Confirmamos hoje que as mudanças nos colocaram em uma posição melhor”, afirmou o diretor-esportivo da Ferrari, Laurent Mekies.

“O foco principal é achar algum ritmo de corrida. Todo o trabalho intenso em Maranello é tentando achar mais ritmo de corrida, e, ironicamente, foge do foco com o DRS, que tem mais peso na classificação. A prioridade é regularizar o ritmo de corrida”, completou.

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A dupla da Red Bull ficou logo atrás de Charles Leclerc e será uma batalha dura no domingo (Foto: AFP)

Não é à toda a busca por uma performance mais consistente, uma vez que a Red Bull tem um conjunto forte de maneira geral, empurrado por uma enorme eficiência aerodinâmica. O RB19 segue muito firme em termos de velocidade final e é um carro que se adapta a todo o tipo de pista. Verstappen perdeu a pole no setor intermediário, mas ainda é o favorito à vitória no domingo, por tudo que os taurinos têm feito desde o começo do campeonato. A derrota não está sacramentada, portanto. Mas será preciso algum cuidado.

Verstappen se mostrou seguro sobre o ritmo de corrida e explicou o que deu errado na classificação. Na verdade, a Red Bull optou por voltas a mais que a Ferrari, porque sofreu mais para aquecer os pneus que a rival vermelha. “É sempre difícil por aqui, mas acredito que o que pesou no final foi em nossa segunda saída, quando tentamos algo diferente, mas não foi o bastante. Nós mudamos nossa volta de aquecimento”, disse o bicampeão, que ficou a 0s188 do tempo da pole de Leclerc.

“Estamos em segundo, temos um carro muito bom e teremos de passar apenas um carro. Estou ansioso para ver o que podemos fazer e no que melhorar para amanhã”, emendou Verstappen.

Neste sábado, a Fórmula 1 se volta para o novo formato da sprint. Está programada uma segunda classificação, para determinar as posições de largada da corrida curtas, que terá 17 voltas. Como evento independente da prova o domingo, será interessante acompanhar as decisões de acerto de Ferrari e Red Bull. Certamente, alguns elementos vão dar o tom do GP do Azerbaijão.

GRANDE PRÊMIO acompanha AO VIVO e EM TEMPO REAL todas as atividades do GP do Azerbaijão de Fórmula 1. No sábado, a classificação curta começa às 5h30 (de Brasília, GMT-3), com a corrida sprint também às 10h. No domingo, a largada está marcada para as 8h.

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