Como pilotos somaram pontos em corrida de apenas 1 volta na Bélgica
O caótico GP da Bélgica deixou muitas perguntas sem resposta e uma delas trata do resultado computado ao final de quase 3h30: a tabela mostrou apenas uma volta completada e, mesmo assim, os dez primeiros colocados foram agraciados com pontos. Mas por que isso aconteceu?
O retorno da Fórmula 1 para a segunda parte da temporada 2021 foi caótico. A chuva forte e insistente que atingiu Spa-Francorchamps durante todo o domingo (29) obrigou a direção de prova do Mundial a adiar o começo da etapa. Isso porque a veloz pista da Bélgica se mostrou encharcada e visibilidade foi quase nula. O início, atrasado, foi ajudado pelo safety-car, mas logo ficou claro que seria impossível correr naquelas condições. Assim, a bandeira vermelha foi inevitável. E essa paralisação foi longa, de mais de três horas. Até que se decidiu tentar uma segunda vez.
O cronômetro disparou uma contagem regressiva de 60 minutos, e a prova foi considerada válida a partir do momento em que foram completadas duas voltas, atrás do safety-car, quando houve nova interrupção. Daí em diante, foi somente esperar dar a uma hora prevista, mas a corrida foi oficialmente encerrada até antes disso. Por motivos de segurança, não houve como a disputa seguir para valer. A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) desconsiderou a possibilidade de transferir a etapa para segunda e deu por concluído, então, o GP da Bélgica, considerando Max Verstappen como vencedor. George Russell e Lewis Hamilton fecharam o pódio.
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Só que algo interessante chamou a atenção aí.
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A classificação oficial apontou apenas uma volta completada e uma distribuição da metade dos pontos para os dez primeiros colocados – praticamente a ordem determinada na definição de sábado, apenas algumas exceções devido a punições. Como isso aconteceu se o regulamento esportivo da Fórmula 1 diz que é necessário percorrer mais de duas voltas ou até 75% da distância para que a pontuação seja aplicada, ainda que meia pontuação?
Essa regra está no artigo 6.5 do Regulamento e fala o seguinte: “Se em uma corrida sprint ou uma prova for suspensa obedecendo ao artigo 50 (que fala sobre a suspensão de uma corrida) e não puder ser reiniciada, nenhum ponto será dado se o líder tiver completado duas voltas ou menos; metade dos pontos será entregue se o líder tiver feito mais de dois giros, mas menos de 75% da distância dessa corrida sprint ou da prova original; os pontos totais serão computados se o líder percorrer 75% ou mais da distância original da corrida sprint ou da prova.”
Só que os pilotos completaram duas passagens atrás do SC, antes que a nova paralisação fosse anunciada. Assim, os resultados não poderiam gerar pontos. O artigo 51.14 do regulamento diz: “Se a corrida sprint ou a prova não puder ser retomada, os resultados computados serão os obtidos na penúltima volta antes do giro em que o sinal de suspensão da corrida for dado.”
Na prática, significa que, com a bandeira vermelha determinada na terceira passagem, o resultado considerado pela direção de prova foi o da primeira volta. E isso é o que abre margem para a discussão sobre a validade dos pontos e até mesmo sobre a necessidade de ter de percorrer mais de duas voltas.
A questão aqui é que o artigo 6.5 do regulamento não especifica quando o resultado final da corrida é dado. Apenas se resume a entender se o primeiro colocado da corrida percorreu ou não mais de duas voltas. E Verstappen seguiu o safety-car por dois giros e cruzou o terceiro na linha de cronometragem, completando três passagens, ainda que por dentro dos pits.
Diretor de provas da F1, Michael Masi explicou a razão para a pontuação, além das regras da bandeira vermelha. O que acontece é que as duas normas não estão interligadas. “Foram completadas três voltas”, disse.
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“A terceira passagem foi feita com os carros dentro do pit-lane. E a classificação para a pontuação foi feita com base na penúltima volta antes da decisão de interromper a corrida. Definitivamente, são questões separadas”, emendou Masi.
“Uma regra é para o término da corrida. E outra é o que acontece com relação aos pontos”, concluiu.
Então, foi assim que Verstappen somou 12,5 pontos, enquanto Russell, o segundo colocado, saiu do pódio belga com 9 tentos, 1,5 a mais que Hamilton. Daniel Ricciardo, Sebastian Vettel, Pierre Gasly, Esteban Ocon, Charles Leclerc, Nicholas Latifi e Carlos Sainz foram os demais premiados na prova em Spa.
A Fórmula 1 volta a acelerar já no próximo fim de semana com o retorno do GP da Holanda, abrindo setembro no reformado circuito de Zandvoort.
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