Ricciardo critica equipe de redes sociais da F1 por foco em acidentes: “Idiotas do caralho”

Daniel Ricciardo voltou a disparar contra a equipe que gerencia as redes sociais da Fórmula 1, repetindo o que já fizera no fim do ano passado, quando o acidente sofrido por Romain Grosjean foi amplamente explorado pela categoria

Rinus VeeKay bate forte no primeiro dia de testes coletivos da Indy em Indianápolis (Vídeo: IndyCar)

Desde 2017, quando passou a ser gerida pelo Liberty Media, a Fórmula 1 encontrou nas redes sociais um canal importante para a popularização do esporte e passou a explorar melhor a imagem dos seus principais personagens e momentos marcantes e impactantes. Os acidentes, no fim das contas, também fazem parte deste pacote, mas há quem critique a forma como as batidas são abordadas pela equipe que administra as contas da Fórmula 1 nos seus vários canais. Daniel Ricciardo voltou a bradar contra o que considera uma exploração desnecessária das imagens fortes dos acidentes sofridos pelos pilotos na categoria.

Em entrevista à revista Squire, o piloto da McLaren criticou a abordagem feita pela equipe da Fórmula 1. “Acho que no ano passado a Fórmula 1 colocou nas suas redes sociais algo como ’10 melhores momentos do ano’, ou algo assim, e oito dos dez foram acidentes. Eu fiquei, tipo… vocês são idiotas do caralho”, disparou.

O canal do YouTube da Fórmula 1 costuma realizar várias listas, os chamados top-10, sobre vários temas. Para puxar o ponto levantado por Daniel sobre a temporada passada, a categoria apresentou, por exemplo, as dez melhores imagens de câmeras onboards, os dez momentos mais dramáticos do campeonato, as dez melhores ultrapassagens, as dez melhores mensagens via rádio, as dez melhores disputas por posição e, também, os dez acidentes mais dramáticos do ano.

DANIEL RICCIARDO; MCLAREN; GP DO BAHREIN;
Daniel Ricciardo criticou a abordagem da Fórmula 1 nas redes sociais sobre os acidentes sofridos pelos pilotos (Foto: McLaren)

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Ricciardo reiterou não ser favorável à exibição exaustiva de acidentes. “Talvez crianças de 12 anos queiram ver esse tipo de conteúdo e isso é legal porque elas não conhecem nada melhor, mas não somos crianças. Apenas façam melhor, caras. Façam melhor do que isso”, criticou.

No ano passado, o mundo do esporte ficou impactado com o gravíssimo acidente sofrido por Romain Grosjean na primeira volta do GP do Bahrein. O franco-suíço, que à época era piloto da Haas, perdeu o controle do carro após disputa com Daniil Kvyat e bateu de frente no guard-rail da curva 3. O bólido se partiu em dois e pegou fogo imediatamente, mas Grosjean, graças ao Halo, escapou apenas com queimaduras e sobreviveu.

As imagens, muito fortes, ganharam o mundo. Mas Ricciardo criticou a Fórmula 1 por exibir inúmeros replays do acidente durante o período de bandeira vermelha após a batida. Algo que o tirou do sério.

“Quero expressar minha repulsa e decepção com a Fórmula 1. A maneira como o incidente de Grosjean foi transmitido continuamente, os replays repetidamente, foi completamente desrespeitoso e sem consideração para com sua família, para todas as nossas famílias assistindo”, criticou Ricciardo em entrevista à emissora holandesa Ziggo Sport.

“Vamos correr de novo em uma hora e cada vez que vemos na TV é uma bola de fogo e o carro dele partido ao meio. Quer dizer, podemos ver isso amanhã, não precisamos ver hoje”, salientou.

“Para mim, foi entretenimento, eles estão brincando com todas as nossas emoções, e eu achei isso bem nojento. Espero que os outros pilotos tenham se manifestado. Mas se não for assim que todos nós nos sentimos, ficaria muito surpreso”, complementou à época.

A Fórmula 1, por meio da sua assessoria de imprensa, se defendeu e disse que só mostrou o acidente com Grosjean depois e cumprir com o protocolo ao certificar de que o piloto estava bem e salvo.

“Em primeiro lugar, a Fórmula 1 não se trata de entretenimento, e alguns procedimentos e protocolos estão em vigor antes que qualquer decisão de executar uma resposta seja feita”, disse a categoria em declaração veiculada pela revista britânica Autosport.

“Depois de um acidente, todas as [imagens] de câmeras onboard, helicópteros, são cortadas. Há comunicação direta entre a torre de controle da corrida e o centro de transmissão. Nenhuma filmagem é mostrada até que haja confirmação de que o piloto esteja bem. Nesta ocasião, a F1 mostrou Romain na ambulância, sem capacete e caminhando com ajuda”, explicou.

“Nenhum replay de acidente é mostrado até que haja a aprovação e confirmação da torre de controle e da FIA de que todas as pessoas estejam seguras, seja piloto, fiscais de pista e médicos. Então, as repetições começaram”, complementou a categoria, ressaltando a importância de levar o máximo possível de informações precisas diante de um momento tão tenso.

“O contexto do que um espectador vê e ouve com os comentários é importante, falando sobre a segurança de Romain, o halo, melhorias de segurança da FIA e atualizações do centro médico. Há um diálogo constante entre a F1, a FIA, a torre de controle da corrida e há um julgamento no que diz respeito aos telespectadores, famílias e às pessoas afetadas”, complementou a F1.

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